Espetáculos
Tradutor de Silêncios | Espetáculo baseado em Mia Couto tem entrada franca
Publicado
11 meses atrásem
Por
Redação
Em sua volta à cena teatral, após 35 anos, Selim Nigri apresenta “Tradutor de Silêncios”. A princípio, o espetáculo, com entrada franca, busca ampliar a construção do que o ator chama de Arquitetura Social, onde os espaços são abertos para facilitar a convivência e o diálogo.
“Tradutor de Silêncios” estreou em São Paulo em maio, com grande sucesso, e chega agora ao Rio de Janeiro, em duas únicas sessões no Midrash Centro Cultural, dias 30 e 31 de julho, com entrada franca.
“Tradutor de Silêncios” traz uma pequena coletânea de poemas e contos do autor moçambicano Mia Couto, expoente da literatura africana já traduzido para mais de 24 países em todo o mundo.
Acesso gratuito
“Tenho que agradecer à permissão do Mia para utilizar seus textos. A ideia de dar acesso gratuito ao espetáculo veio de encontro aos objetivos do autor que liberou a sua obra para este espetáculo ”, fala Selim Nigri.
Os contos são polêmicos e abordam temas contemporâneos, como as relações humanas, o racismo e o machismo. O desafio do roteiro coube ao ator e diretor Marco Miranda para que o texto trouxesse as reflexões com leveza e humor. A música é assinada por Bruno Gomes e o cenário e figurino coube ao amigo, desde os tempos de teatro, Augusto Pessôa.
“(Escre)ver-me
nunca escrevi
sou
apenas um tradutor de silêncios
a vida
tatuou-me nos olhos
janelas
em que me transcrevo e apago
sou
um soldado
que se apaixona
pelo inimigo que vai matar”
Mia Couto
escritor, poeta, jornalista e biólogo moçambicano
Serviço
Tradutor de Silêncios
Pequena coletânea de poemas e contos do autor moçambicano Mia Couto
Com: Selim Nigri
Roteiro e direção: Marco Miranda
Cenário e Figurino: Augusto Pessôa
Música: Bruno Gomes
Produção: Aline de Moraes
Dias e horários:
30 de julho, sábado, às 20h30
31 de julho, domingo, ás 17h.
Recomendação: 14 anos
Duração: 60 min
Entrada Franca
Reserve seu lugar com antecedência pelo Sympla.
Local: Midrash Barra
Rua Corrêa de Araújo, 220
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Publicado
1 semana atrásem
25 de maio de 2023Por
Livia Brazil
Parece até piada que notícias como a do racismo sofrido pelo jogador de futebol Vini Jr. ou um aplicativo que simula a escravidão tenham saído enquanto “Benjamin, o palhaço negro” está em cartaz. Infelizmente não é. Assim como não é piada e nunca deveria ser considerada como uma as coisas que um certo “humorista” disse no vídeo que, com razão, foi obrigado a ser retirado do ar. Infelizmente, a luta contra o racismo continua, desde a época em que Benjamin de Oliveira viveu, de 1870 a1954. Cem anos e as atitudes dos racistas continuam iguais! É um absurdo!
Mas sabe o que mudou? O combate. Como fica bem óbvio no texto do musical, agora não se sofre mais calado. Agora há luta. Agora há regras, há leis, os racistas não vão fazer o que querem e ficar por isso. As pessoas pretas vão exigir o seu lugar de direito e o respeito de todos. Já está mais do que na hora, né?
Mas estou me adiantando para o final da peça. Vamos voltar ao começo.
Quem foi Benjamin de Oliveira?
Benjamin de Oliveira foi o primeiro palhaço negro do Brasil, em uma época em que pessoas pretas não eram aceitas ou bem-recebidas no mundo do entretenimento (e no mundo como um todo, sejamos sinceros). Além disso, ele foi o idealizador e criador do primeiro circo-teatro. Mas por que, então, não conhecemos a história dele?
Por que vocês acham?
Como os atores dizem no início do musical idealizado por Isaac Belfort, a história do circo foi embranquecida, assim como todas as histórias que aprendemos. A peça vem, portanto, para contar a história verdadeira e colocar luz em cima de quem deveria, desde sempre, ter ganhado os louros de sua invenção. Em um espetáculo intenso, sensível e moderno, o público aprende sobre quem foi Benjamin e, também, a valorizar os artistas negros atuais e da nossa história. Mostrando, assim, pra quem tinha dúvidas, quanta gente preta de talento existe e sempre existiu. Só falta, como disse Viola Davis, oportunidade.
O espetáculo
No palco, cinco atores. Eles se revezam para interpretar Benjamin, uma sacada ótima. Uma sacada que faz todo mundo querer se colocar no lugar daquele personagem. Uma sacada que faz qualquer um não conseguir não se colocar no lugar daquele personagem. E sentir todas as dores que ele sentiu. Para pessoas brancas, como a jornalista que vos fala, que nunca vão saber o que é sofrer o racismo na pele, é um toque certeiro pra empatia. Mesmo que forçada, aos que até hoje tentam ignorar esse mal da nossa sociedade. É necessário.
Outra sacada ótima foram os toques de modernidade ao longo de todo o roteiro, muito bem escrito. Colocar personagens da época de Benjamin agindo como os jovens tiktokeiros e twitteiros de hoje foi primordial pra facilitar a identificação. Mesmo para quem não conseguiria fazer a paridade entre a época outrora e os tempos atuais, o roteiro faz questão de não deixar dúvidas. E fica impossível não reconhecer algumas das personagens mostradas no palco. O espectador vai, na hora, conseguir lembrar de alguém que já conheceu ou viu passar pela internet. Ou vai pensar em si mesmo. E é aí que mora a chave do sucesso da peça: porque o reconhecimento traz a mudança (ou assim se espera).
Um elenco de se tirar o chapéu
Os cinco atores – Caio Nery, Elis Loureiro, Igor Barros, Isaac Belfort e Sara Chaves – sabem muito bem o que estão fazendo. Dão show em cima do palco. Cantam, atuam e se movimentam de forma emocionante. A cenografia ajuda, claro. Assim como a iluminação. E a coreografia. O espetáculo é apresentado em um espaço pequeno, que ajuda ao espectador se sentir dentro da peça. E a força com que cada elemento está em cena – atuação, música, iluminação, cenário – torna difícil não sentir cada cena como se estivesse acontecendo com si mesmo.
Preciso, porém, destacar dois dos atores: Caio Nery e Sara Chaves. Todos em cena estão visivelmente entregando tudo e fazem um espetáculo lindo de se ver. Mas Caio e Sara sobressaem. Destacam-se por ser possível enxergar a emoção por trás dos personagens, e deixarem a peça ainda mais forte e bonita. São dois jovens atores de 20 e poucos anos que, com certeza, ainda vão longe!
Curtíssima temporada
Se você se interessou em assistir “Benjamin, o palhaço negro”, corre! O espetáculo ficará em cartaz somente até o dia 28 de maio, esse domingo. Como mencionado anteriormente, o espaço é pequeno, portanto os ingressos esgotam rápido. Essa não é a primeira vez que o musical fica em cartaz no Rio de Janeiro. Ano passado teve sessão única em novembro e uma curta estadia em São Paulo. Isso porque é uma peça independente. O que resta ao público, além de assistir às sessões do final de semana, é torcer para conseguirem mais patrocínio para seguirem com essa peça tão importante por mais tempo.
Serviço
Benjamin, o palhaço negro
Onde: Espaço Tápias (Av. Armando Lombardi, 175 – 2º andar – Barra da Tijuca).
Quando: 27 e 28 de maio (sábado e domingo), às 20h.
Idealização e produção: Isaac Belfort
Direção geral e músicas: Tauã Delmiro
Direção musical e músicas: Peterson Ferreira
Coreografia: Marcelo Vittória
Design de luz: JP Meirelles
Design de som: Breno Lobo
Direção residente: Manu Hashimoto
Direção de produção: Sami Fellipe
Coprodução: Produtora Alada
Realização: Belfort Produções e Teçá – Arte e Cultura
Crédito da foto: Paulo Henrique Aragon
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