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Crítica

The Midnight Gospel | Série mostra armadilha existencial da alma

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Midnight Gospel é viagem lisérgica. LSD na TV.

Midnight Gospel virou hype. E merece. Li alguma coisa sobre e fui assistir. Bum! É de explodir a mente. Fui vendo um episódio atrás do outro. Vi uns três antes de ter que parar e trabalhar. A vontade era continuar vendo. Porém, ao mesmo tempo, ficara a vontade de rever os que eu vi, um por um, com calma. Vi o quarto em algum momento. No outro dia, após um almoço, o quinto. Esse último uniu diversão, profundidade e ensinamentos em outro nível na minha mente. Tem o título de ‘Rei das colheres com Jason Louv’. Jason é professor de meditação, pesquisador, editor e autor de livros sobre existência.

A estória que se passa por trás da conversa é uma aventura pelo renascimento e evolução de uma alma aprisionada. A cada erro, um peso maior na hora do julgamento. Contudo, a cada acerto, uma pluma pode pesar mais na balança. E como erramos continuamente, não é? Quantas vezes cometemos o mesmo erro repetidas vezes. É o retorno com aquele ex que não deu certo, é dizer após uma ressaca que não bebe mais e, no outro fim de semana, entornar álcool goela abaixo. O belo e provocante episódio apresenta essa reflexão da vida como um jogo contínuo e aborda o sentido da existência, em especial pela ótica budista e hinduísta.

A mudança é a única certeza

De quebra, acaba falando também do poder da música e da arte no auxílio dessa evolução que precisamos alcançar em busca da liberdade verdadeira da armadilha existencial da prisão da alma. Nossa. Essa frase já cutuca o cérebro, mas é exatamente por aí. Aliás, ainda passa pelo conceito de Rede de Indra, uma teoria em que todas as mentes estão conectadas. Sim, tal teoria dá mais responsabilidade. Pois se você muda de perspectiva, tem a capacidade alterar essa existência, e influencia o mundo.

Por fim, a única certeza na vida é a impermanência. Entendeu? Não diria que entendi. Estou somente escrevendo algumas coisas que surgiram enquanto assistia essa obra. No geral, essa série animada viaja pela psicodelia do conceito de multiverso. Várias realidades e debates profundos que perpassam por drogas (legais e ilegais), meditação, budismo, hinduísmo, vida, morte, tecnologia, avatares.

A série original da Netflix acaba lembrando um documentário também dessa empresa, o ‘Maior Viagem: Uma Aventura Psicodélica’ que também usa animação e fala de expansão da mente. O sabor inexistente e ilusório de cada episódio é refletir e tentar pesar as tantas simbologias enquanto escuta as vivências dos entrevistados, médicos, professores de budismo.

Hora da aventura por universos paralelos

Os assuntos abordados são sérios e vieram de um podcast, “Duncan Trussell Family Hour”. Ou seja, daria até para ficar somente escutando as conversas. As entrevistas com as pessoas reais que viraram personagens trazem ensinamentos místicos, milenares e contemporâneos que são lançados ao telespectador juntamente com as animações lisérgicas. Quer saber quais são as pessoas entrevistadas? Descobri aqui: https://rollingstone.uol.com.br/noticia/midnight-gospel-conheca-os-entrevistados-que-foram-transformados-em-personagens/.

Contudo, as animações seguem o estilo consagrado pelo criador de “Hora da Aventura” (Adventure Time), Pendleton Ward, junto com as tais entrevistas do comediante Duncan Trussell. São muitas cores e caminhos tortuosos por planetas diferentes. Acabava de ver um episódio e queria ver o próximo, ao mesmo tempo que também queria assistir novamente o que tinha acabado de ver, num ciclo contínuo (já falei isso?). São tantas coisas ditas que pedem reflexões maiores. Ou só sentar e relaxar.

Aliás, escrevo esse texto no mesmo dia em que sai uma notícia que diz que cientistas descobriram um possível universo onde tempo passa ao contrário. Enfim, acho melhor ir meditar…

Afinal, confira um vídeo sobre Midnight Gospel:

Ademais, veja mais:

Portanto, conheça ‘Tales from the Loop’ | Contos do Loop é sensacional
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Cinema

Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

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