Um Espião Animal (‘Spies In Disguise’) é uma animação da Fox Animation Studios, pelos diretores Nick Bruno e Troy Quane, os quais procuram imprimir dinamismo ao longa-metragem. O início apresenta os dois protagonistas e suas personalidades opostas, seguido por uma entrada muito legal que remete aos filmes do 007, James Bond, o espião mais famoso do cinema.
O mote é bem básico: Lance Sterling (voz de Will Smith), o melhor espião do mundo, acaba precisando unir forças com o inventor Walter (voz de Tom Holland) para salvar o dia. No original, ainda temos as vozes de Rashida Jones como Marcy Kappel e Reba McEntire como Joy Jenkins. O roteiro é de Brad Copeland e não apresenta grandes surpresas. Segue pela linha clichê, diálogos comuns e rasos. O mais criativo são as armas criadas pelo Walter, que tem um bom toque de fofura e distinção. Contudo, acabamos vendo as melhores somente no final.
Uma dupla inesperada
Lance é um cara soberbo, acostumado a resolver tudo na base da violência e de sua alta capacidade. Suas cenas de ação são interessantes e fornecem bom entretenimento. Enquanto Walter Becket é um cientista gênio sonhador que quer formas de ajudar o mundo com invenções não-violentas. A boa alma quer vencer o mal com bondade. A partir disso, uma dupla inesperada se forma. Essa ideia sugerida no subtexto da película é uma mensagem bonita que o filme procura passar.
Indubitavelmente, o maior destaque do filme é o grupo de pombos, o bando sobressai sempre que surge e é responsável pelas cenas mais engraçadas e alegres. De certa forma, lembram os Pinguins de “Madagascar”. A animação também tem muitas referências a Scooby Doo. Aliás, Um Espião Animal é baseado no curta ‘Pigeon: Impossible’, de 2009, onde um agente secreto acaba prendendo, sem querer, um pombo na sua maleta. A princípio, não seria um grande problema, entretanto, esse fato acaba quase desencadeando uma guerra nuclear.
Enfim, o filme é bem-feito tecnicamente com boas texturas, expressões, estilo. Segue mais na linha aventura apesar de se esforçar para fazer rir. Muitas piadas funcionam, mas a qualidade da animação se sobrepõe ao roteiro. O fim até deixa em aberto a possibilidade de uma sequência, onde talvez as interessantes invenções de Walter poderiam ser mais bem exploradas. Fica uma certa cara de “MIB – Homens de Preto” na cena final.