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Cinema

‘Won’t You Come Out to Play’ fascina ‘Por Outras Primaveras’ na 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes

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come out and play

Won’t You Come Out to Play

Mesmo sendo uma crônica na vida da classe média alta brasileira, “Won’t You Come Out to Play” é fascinante em como lida com o trauma, o perdão e a transfobia. Obra da diretora Julia Katharine (primeira diretora trans a ter seu trabalho exposto no circuito comercial nacional) o filme acessa a realidade da elite sob uma perspectiva profundamente humana com problemas reais e relevantes.

Lidar com a diferença é questão de vida ou morte, independente de status. “Won’t You Come Out to Play” mostra uma visão meio “esquerda cirandeira” de mundo enquanto trata de uma mazela social normalmente relegada a filmes mais estereotipados.

O mais inovador é o ponto de vista invertido, onde uma pessoa cisgênero conta a história do trauma instalado numa família através de um ato de violência transfóbico.

Mesmo com a cena kitsch do ex-parceiro cantando Beatles, “Won’t You Come Out to Play” é um belo filme com um ótimo exemplo de como ser um bom aliado à causa LGBT. Uma família se destruiu em nome do ódio, e agora tudo que sobra é a saudade e arrependimento de não se ter pedido perdão antes. Até o final o curta é confuso e meio irritante, mas a mensagem final encaixa todas as informações e atropela o espectador com uma súbita compreensão do que aconteceu.

8.8/10

Por Outras Primaveras

Perdas, aceitação e a entrada na vida adulta. Sonolentamente, esses assuntos existenciais aparecem no curta dirigido por Anna Carolina Moura Mol de Freitas. Os problemas da vida de três jovens moças brancas surgem ao longo de uma viagem de carro pelo interior de Minas Gerais. Sem grandes dramas. Tristemente, a falta de profundidade no roteiro e química entre as atrizes são o que enfraquecem “Por Outras Primaveras”.

Visualmente, esse filme é minimamente interessante. Entretanto, a montagem previsível junto de uma paleta de cores corriqueiras cria um ar de comédia da Globo, coisa que a trilha sonora e abertura upbeat não ajudam a mitigar. Mesmo sem esses problemas estilísticos, “Por Outras Primaveras” foca em experiências íntimas e pessoais que são absolutamente comuns; esse tipo de exposição das vidas banais de pessoas em situação de certo privilégio social não cria nenhuma discussão interessante em torno de assunto nenhum.

Enfim, “Por Outras Primaveras” serve mostra como um grupo de pessoas comuns pode ser tedioso quando observado de fora.

2/10

Cinema

‘Aumenta que é rock ‘n roll’ traz nostalgia gostosa | Crítica

Longa protagonizado por Johnny Massaro e George Sauma estreia em 25 de abril.

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Uns anos atrás, mais especificamente em 2019, o Festival do Rio (e outros festivais do Brasil) trazia em sua programação um documentário sobre a Rádio Fluminense. “A Maldita”, de Tetê Mattos, que levava o título da alcunha pela qual a rádio era conhecida, narrava sua história e, além disso, a influência que teve em seus ouvintes. Para muitos, principalmente os que não viveram a época, foi o primeiro contato com a rádio rock fluminense.

Anos depois, no próximo 25 de abril, quinta-feira, estreia “Aumenta que é rock ‘n roll”, longa de Tomás Portella. O longa é baseado no livro “A onda maldita: Como nasceu a Rádio Fluminense”, escrito por Luiz Antônio Mello, criador da rádio. Protagonizado por Johnny Massaro na pele de Luiz Antônio, o filme foca em toda a trajetória do jornalista desde sua primeira transmissão na rádio do colégio, até o primeiro contato com a Rádio Fluminense (por causa de seu amigo e cocriador Samuca) e a luta pra fazer da Fluminense a rádio mais rock ‘n roll do Rio de Janeiro.

Muito rock

Pra começo de conversa, é preciso dizer que o filme é uma bela homenagem ao gênero rock. Além de uma trilha sonora com nomes de peso, como AC/DC, Rita Lee, Blitz e Paralamas do Sucesso, o longa consegue mostrar ao espectador do que o rock é verdadeiramente feito: de muita ousadia e questionamentos. Em uma época em que o gênero vem sendo esquecido, principalmente pelas gerações mais jovens, Tomás Portella consegue relembrar a todos que o rock é sinônimo de controversão e revolução, já que foi criado para questionar os ideais vigentes da época.

Isso fica muito claro nos personagens que compõem a rádio e que a tocam pra frente. A ideologia de fazer diferente fica tão nítida na tela que eu desafio o espectador a não sair do filme com vontade de revolucionar o mundo ao seu redor.

Roteiro

Isso se dá, obviamente, por um texto muito bem escrito e uma trama bem desenvolvida e bem amarrada. O que significa, portanto, que L.G. Bayão fez um ótimo trabalho na adaptação do livro.

Mas, além disso, as atuações dos atores em cena tambémajudam muito. Apesar de a maioria dos atores nem sequer ter vivido a época (no máximo, eram criancinhas nos anos 80), eles personificam a vontade de transformar da época. Principalmente Flora Diegues, que tem uma atuação tão natural que dá até pra pensar que ela pegou uma máquina do tempo lá em 1982 e saltou na época em que o filme foi gravado. Infelizmente, a atriz faleceu em 2019 e uma das dedicatórias do longa é para ela. Merecidissimo, porque Flora realmente se destaca entre os integrantes da rádio rock.

Sintonia fina

George Sauma interpreta o jornalista Samuca, amigo de colégio de Luiz Antonio que cria a rádio com o colega. A escolha dos dois protagonistas não poderia ser melhor, já que Johnny Massaro e George têm uma química que salta da tela. O jogo de dupla cheio de piadas, típico dos filmes de comédia dos anos 1980, funciona muito bem entre os dois. Os dois atores têm um timing ótimo para comédia e, ao mesmo tempo, conseguem emocionar quando o texto cai para o drama. Tanto George quanto Johnny brilham.

Também brilham a cenografia e o figurino do filme. Cláudio Amaral Peixoto, diretor de arte, e Ana Avelar, figurinista, retrataram tão bem a época que parece que estamos mesmo de volta aos anos 1980. A atenção aos detalhes faz o espectador, principalmente o que viveu tudo aquilo, se sentir dentro da rádio rock.

Nostálgico

Para resumir, é um filme redondinho e gostoso de assistir, com atuações incríveis e uma trilha sonora de arrasar. Duvido sair do cinema sem vontade de ouvir uma musiquinha de rock que seja!

Fique, por fim, com o trailer de “Aumenta que é rock ‘n roll”:

Ficha Técnica

AUMENTA QUE É ROCK ‘N ROLL

Brasil | 2023 | Comédia

Direção: Tomás Portella

Roteiro: L.G. Bayão

Elenco: Johnny Massaro, George Sauma, João Vitor Silva, Marina Provenzzano, Orã Figueiredo.

Produção: Luz Mágica

Coprodução: Globo Filmes e Mistika

Distribuição: H2O Films.

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