“O Arsenal dos Espiões” na Netflix é uma série documental sobre espionagem. Mostra um pouco da história recente dessa ferramenta que muitos governos, amantes e empresas utilizam. Desde microfones dentro de munições até diversas invenções.
A série é interessante por demonstrar e explicar várias formas e ferramentas para espionar, junto com muitos casos reais. São tantas artimanhas e níveis quase inacreditáveis de criatividade. Os satélites, por exemplo, que acompanham acima do planeta e, atualmente, os drones, muito eficientes em especial para questões táticas. A China, por exemplo, criou drones que imitam pássaros.
Além disso, a facilidade como a espionagem funciona hoje com o advento dos celulares e tanta tecnologia deixa bem claro que vivemos num Big Brother contínuo, como profetizou George Orwell no livro “1984”. Hoje caminhamos voluntariamente com algo, o celular, que fornece informações para outros o tempo inteiro.
Os episódios são curtos e curiosos, com cerca de 30 minutos, o que facilita para assistir. O formato é tradicional com narração, imagens de arquivo e depoimentos.
Mata Hari
O segundo episódio fala sobre a forma mais discreta de matar: o envenenamento. Pistolas com dardos tóxicos e a ideia de usar algo do tipo em Fidel Castro. As confusões na Rússia com graves acusações em cima de Vladimir Putin também surgem rapidamente. Ainda por cima, coisas tão loucas como um grão de polônio num sachê de açúcar: morte certa.
Posteriormente, o terceiro episódio se destaca ao trazer outra arma de espionagem clássica, que o cinema inclusive usa muito: o sexo. As famosas armadilhas sexuais são o tema. “Espiões obtém segredos por qualquer meio necessário”, diz o narrador. A técnica da utilização do sexo ficou famosa com Margaretha Zelle, personagem que a série cita, contudo, ela ficou conhecida no mundo inteiro como Mata Hari, espiã e mulher fatal, sensação em Paris nos anos 1900. Sua história é fascinante e esse episódio é um dos mais curiosos de “O Arsenal dos Espiões”.
A produção é bem feita e mantém o espectador atento na maior parte do tempo pela quantidade impressionante de relatos únicos e assombrosos. E isso é o que chega para nós, simples mortais. Imagina o quanto mais de coisas aconteceram e acontecem por aí diariamente?
Por fim, ver essa série não me deixou feliz. Não é como ver um filme do 007 para se divertir e entreter. Pelo contrário, pude perceber mais da quantidade de maldade que existe nesse mundo louco e os tantos meandros de uma humanidade doente. Por isso mesmo, uma série útil.