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Festival Volta ao Mundo: Espanha | A Língua das Mariposas

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A Língua das Mariposas

A Língua das Mariposas mostra o início de um processo de amadurecimento do menino Moncho, um pequerrucho ibérico vivendo às portas da Guerra Civil Espanhola. Em uma hora e meia se pode ver um desabrochar de um pequeno rapaz que conhece o mundo depois de um distanciamento social devido a crises de asma. Ao ir ao colégio pela primeira vez, o jovem Moncho conhece seu professor, Don Gregorio, um homem amável e partidário da visão republicana de seu pai.

Com exceção de alguns poucos momentos em que o clima político aparece claramente, esse plot condutor permanece largamente ignorado. Em geral a história gira em volta do relacionamento amigável entre pupilo e mestre, além do mundo em volta do Moncho.

Apesar dessa aparente falta de consistência, o clima do filme é de uma calma contagiante e eficiente. O ambiente relaxado de uma pequena cidade espanhola pós-Primeira Guerra é de uma paz idílica. Dessa forma, cria uma atmosfera perfeita para a criação do personagem principal. Essa ambientação é essencial para o andamento do roteiro e o impacto emocional da última cena, que é toda uma explosão de vitriol, traição e fascismo.

Contexto

Longe de ser neutro politicamente, A Língua das Mariposas tem um viés claro e uma visão global que apenas o tempo e o extremismo podem prover. Entre o momento histórico em que o filme se passa, final dos anos 1930, e o momento em que filmaram, ou seja, virada do século 20 para 21, existiu um grande espaço onde a nação espanhola pôde estudar, remoer e compreender o que aconteceu nos anos de Franco e como isso afetou a sua democracia.

Hoje, esse tipo de contextualização política é absolutamente necessária, visto que estamos novamente num momento em que o extremismo é vivo e violento. Aprendemos como um cidadão comum ou uma criança pode ser manipulada, seja pelo medo ou por falta de conhecimento, para seguir ideais negativos.

Em suma, A Língua das Mariposas, é um aviso, um lembrete, uma memória e um conto. A vida de muitos segue normal em tempos de ódio, enquanto uns poucos são usados como bode expiatório. Por mais que alguém seja bom, fatores externos podem corromper até a alma mais intocada pelo preconceito. Essa lição de como a mentalidade fascista se espalha é mais atual do que nunca. Enfim, nos resta acreditar na bondade humana e trabalhar para que isso se mantenha como uma qualidade a ser almejada.

Por fim, o filme está no ar no À La Carte, no Festival “Volta ao Mundo: Espanha”, de 3 a 16 de junho, com 12 filmes que vão desde grandes clássicos a cults modernos e inéditos nos cinemas brasileiros, além de premiadas coproduções com outros países, como Argentina, França e Itália.

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Cinema

Festival Curta Cinema anuncia vencedores

Além disso, qualifica dois filmes a concorrer uma vaga ao Oscar de melhor curta-metragem em 2025.

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A 33ª edição do Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas-Metragens do Rio de Janeiro encerrou sua programação no Rio de Janeiro. O festival apresentou 153 filmes brasileiros e internacionais de 31 países, em oito dias de evento presencial. Todas as sessões foram gratuitas no cinema Estação Net Botafogo, que também foi palco da cerimônia de premiação.

Este ano, os jurados da Competição Nacional foram Anaïs Colpin (coordenadora da distribuidora Manifest), Eva Randolph (cineasta) e Bruno F. Duarte (cineasta e pesquisador de filmes de não-ficção, com foco em raça, gênero e sexualidades). Para a Competição Internacional, Ángela López Ruiz (cineasta e curadora), Matheus Peçanha (produtor audiovisual e fundador do Estúdio Giz) e Luciano Pérez Fernández (diretor, fotógrafo e produtor) fizeram parte do júri.

Grandes vencedores

Os grandes vencedores foram os filmes “Engole o choro”, de Fabio Rodrigo (SP), e “Pigeons are dying, when the city is on fire”, de Stavros Markoulakis (Grécia), que estão automaticamente qualificados a concorrerem a uma indicação no Oscar® 2025 na categoria Melhor Curta-Metragem de Ficção.

Nesta edição, a organização comemorou o número recorde de inscrições (4.750 filmes) e o aumento de 40% do público em relação à última. Tal fato significa que 4 mil espectadores encheram as salas do tradicional cinema de Botafogo.

Competições Nacional e Internacional

Além disso, conheceu-se, também, os ganhadores das demais categorias do festival. Na competição nacional, “Quinze quase dezesseis”, de Thais Fujinaga, também arrematou o Prêmio de Melhor Direção. “Das águas”, de Adalberto Oliveira e Tiago Martins Rêgo, conquistou o Prêmio Especial do Júri. Já “Ramal”, de Higor Gomes e “MBORAIRAPE”, de Roney Freitas, foram os ganhadores da Menção Honrosa.

Na competição internacional, “Beutset (Senegal/Suíça), de Alicia Mendy, e “Cross my heart and hope to die”, de Sam Manaosa (Filipinas), foram os vencedores na categoria Melhor Direção. O Prêmio Especial do Júri foi para “El tercer mundo después del sol”, de Tiagx Vélez e Analú Laferal, uma produção da Colômbia. “Incident”, de Bill Morrison; “Marica”, de Anouk Chambaz; e “La historia se escribe de noche”, de Alejandro Alonso, conquistaram a Menção Honrosa.

Outras categorias

Os melhores filmes das mostras Panorama Carioca e Panorama Latino-Americano foram, respectivamente, “Macaleia”, de Rejane Zilles, e “As Marias”, de Dannon Lacerda. O curta “América, do Sul”, de Maria Clara Bastos, foi o vencedor do Prêmio Primeiros Quadros.

O vencedor do Prêmio Canal Brasil de Curtas é “Você”, da Elisa Bessa. Já do Canal Like, o grande ganhador da Competição Nacional, “Engole o choro”, de Fabio Rodrigo. Além disso, o Prêmio Melhor Projeto do 25º Laboratório de Projetos de Curta Metragem concedeu o primeiro lugar para “Kika não foi convidada”, de Juraci Júnior do Pará, de Rondônia. O segundo lugar foi para “O cadáver perfumado”, de Fabrício Basílio, do Rio de Janeiro – que também recebe os prêmios Edina Fuji, Conecta Acessibilidade e Link Digital.

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