“O Esquadrão Suicida” é o novo filme do universo estendido da DC Comics. Uma força tarefa, formada por presidiários, mercenários e assassinos, é montado para uma missão que, em teoria, tem tudo para dar errado.
Corto Maltese, um fictício país da América Latina, governado há décadas por uma oligarquia sofre um golpe de estado militar. É descoberto, então, que os rumores sobre um monstro preso na fortaleza Jotunheim são reais.
A princípio, no local, sob contenção, está Starfish, uma criatura trazida da lua para terra através da missão Apollo. Durante anos, os governos de Corto Maltese e dos EUA trabalharam juntos, utilizando o local e a criatura para experimentos. Suas cobaias eram pessoas que se opunham à política local.
Sobre o filme
O roteiro é uma sátira política sobre os padrões comportamentais de militares americanos, a necessidade de rebelar-se contra o sistema e fazer o que é o certo independente das ordens a serem seguidas. Ou seja, a raiva contra tudo que está aí é uma simplificação dos problemas do imperialismo militar norte-americano.
Logo, os personagens Bloodsport (Idris Elba) e Amanda Waller (Viola Davis) personificam a dicotomia entre o certo e o errado. Se Amanda Waller (Viola Davis) é uma comandante que segue ordens sem questiona-las, Bloodsport (Idris Elba) é um mercenário que entende a importância de proteger a população civil, indiferente das ordens oficiais. A tensão entre obedecer a hierarquia e fazer o que é correto gera uma das melhores cenas do filme com atuações ótimas de ambos atores.
Afinal, vilões colocados como protagonistas da narrativa não são novidade para universo da DC. Harley Quinn (Margot Robbie) protagonizou o filme “Aves de Rapina: Arlequina e sua emancipação fantabulosa”, que aprofundou a narrativa sobre a liberdade e a realidade de Harley.
Em “O Esquadrão Suicida”, Harley Quinn (Margot Robbie) se mantém uma das personagens mais interessantes da atualidade. Sua caminhada na corda bamba entre a lucidez e a loucura, onde tanto a violência quanto o amor são bem-vindos é percebida em nuances na atuação e na direção.
Já direção de James Gunn, muitas vezes parece uma cópia de seu trabalho em “Guardiões da Galáxia”. Inclusive os personagens em CGI são, novamente, parte fundamental da narrativa cômica. Dessa forma, sem cometer erros, não traz qualquer novidade ao espectador.
Um pouquinho de Brasil
Aliás, destaque para brasileira Alice Braga no papel de Sol Soria, líder da guerrilha de Corto Maltese, principal oponente do governo e luta contra a ditadura militar instaurada e a favor da democracia no país. Karol Conká e o rap nacional fazem parte de trilha sonora. Isso enriquece o filme trazendo a brasilidade como parte fundamental da vida latino-americana.
Enfim, “O Esquadrão Suicida” é um filme que não agrada a todos. Sua sátira e humor negro unidas a uma velada crítica ao complexo militar e imperialismo estadunidense fala muito e não diz nada. Muitas cenas de morte e sangue numa estética suja que exalta a violência sem motivos aparentes. Mas que pode agradar quem busca um filme de ação, no qual o comando do poder está nas mãos do anti-herói.
Afinal, veja o trailer:
Ademais, veja mais:
Enfim, ‘Viúva Negra’ e uma conversa sobre ética | Crítica
Cachaça | Curta na 16ª CineOP instiga pensamento desbravador