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Cinema e StreamingCrítica

Drive My Car | Um possível Oscar, espero

Por
Felipe Novoa
Última Atualização 29 de março de 2023
6 Min Leitura
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“Drive My Car” desafia a compreensão da audiência sobre o que pode se retirar de um filme. Ao contar a história do diretor de teatro Y?suke Kafuku (Hidetoshi Nishijima), o diretor Ryusuke Hamaguchi brinca com a metalinguagem, com os paralelos entre vida e ficção e com a repetição de temas dentro do filme.

Baseado num conto do aclamado escritor japonês Haruki Murakami, “Drive My Car” apresenta uma parte da vida do senhor Kafuku enquanto ele lida com a perda da sua esposa e trabalha num festival de teatro. Proibido de dirigir, ele entrega o seu querido carro a uma motorista jovem (T?ko Miura) que sem saber, também toma controle da sua mente.

Atuação

Temos basicamente 3 atores principais, o já mencionado diretor de teatro Kafuku (Nishijima), a sua esposa Oto (Reika Kirishima) e a sua motorista Misaki Watari (Miura). Junto com alguns dos coadjuvantes, esses três personagens dominam a narrativa e estão num nível de coesão emocional que impressiona muitíssimo.

O elenco no geral é diverso, mas ainda assim predominantemente japonês. Por conta da estrutura do enredo, vemos atores de várias origens étnicas asiáticas diferentes. Esse elenco trabalha junto numa montagem da peça Tio Vanya do dramaturgo russo Anton Tchekhov dentro do filme. Além disso, eles servem para situar algumas considerações externas sobre os personagens principais.  Um desses atore, Koji Takasuki (Masaki Okada), também traz uma energia caótica dentro da peça e da vida do Kafuku.

Temas

Esse uso dos atores estrangeiros como atores estrangeiros, ajuda a fortalecer a ideia das duas camadas em que o filme opera. Atores sendo atores, o enredo da peça pontuando o enredo do filme, etc (nada de spoilers aqui). Dessa forma, essa ideia de duplas culmina no relacionamento entre passageiro e motorista.

Continuando nesse pensamento, vemos que os duplos meio que funcionam também fora de dois acontecimentos literais; Kafuku perde o controle do carro e perde parte da visão, depois perde o direito de dirigir, mas ao invés de levar outra perda, ganha uma perspectiva que ele não teria de outra forma. A presença e conversa com Watari o ajuda a resgatar algo que ele perdeu antes. Sua vida volta a andar mesmo que ele não esteja no volante.

Curiosamente, o diretor usa de uma formalidade solene que cria um clima muito interessante entre os atores e dentro da história. Algumas das cenas são mais intensas e carnais; quase sempre com a presença do Koji, seja fisicamente, seja tematicamente, e isso contrasta com muita força com o tom geral do filme. Talvez batendo contra o estereótipo do japonês estóico, esse tipo de conteúdo choca um pouco, mas ajuda a lembrar que “Drive My Car” é mais do que só um filme japonês arrumadinho.

Impressões

Talvez, o mais desconcertante e atraente em “Drive My Car” seja justamente a aura do filme. A direção cuidadosa de Hamaguchi cria uma atmosfera estática em que o protocolo, moral e cerimonial são absolutos. O filme começa num preâmbulo que introduz os personagens, temas e cenários, como um primeiro ato de uma peça, o que dessa forma começa a criar o sentimento correto na mente da audiência. De forma calma e deliberada aprendemos sobre as personagens, o que nos situa nesse mundo de forma clara e envolvente.

Indo contra esse senso de organização absoluta, quase todas as personagens têm alguma falha, seja moral, de caráter, ou de julgamento, o que humaniza, mas não imbeciliza o roteiro. Com toda a polidez e amabilidades entre as personagens, esse tipo de características mais mundanas se tornam quase bombásticas no contraste que ela oferece ao resto da película.

Assim, “Drive My Car” acaba sendo um filme que mesmo com contrastes fortes, se mostra como uma experiência singular, bem amarrada e sublime.

Conclusão

Finalmente, “Drive My Car” carrega todos os tropes de um filme de estrada. A ênfase em uma narrativa que leva a meditação, uma fotografia controlada e zen, e um foco nas mudanças sutis mas essencialmente dramáticas no percurso e nos que nele viajam. Um longa impactante que mesmo com três horas de extensão não consegue cansar, nem parece ter sido alongado desnecessariamente.

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Tags:cannesdrive my carmubioscaroscar 2022
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Crítico/fotógrafo. Atualmente focando na graduação em jornalismo e escrevendo muito.
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