“Ruby Marinho – Monstro Adolescente” (Ruby Gillman, Teenage Kraken) é um filme que, a princípio, promete. O longa-metragem busca explorar uma história repleta de mistérios e reviravoltas, mas acaba perdendo-se em uma narrativa confusa e mal estruturada.
O filme gira em torno de uma inteligente adolescente chamada Ruby, que não pode entrar no mar, pois faz parte de uma família Kraken, ou seja, de monstros marítimos. Ruby Marinho (Agatha Paulita) tem como maior objetivo se enturmar no Colégio Oceanside High, mas descobre estar destinada a herdar o trono e a liderança de sua avó, Rainha Guerreira dos Sete Mares (Patrícia Scalvi). Nessa aventura, ela se depara com um novo mundo, em que deve enfrentar sereias sedentas por poder, ao mesmo tempo em que tenta ser uma garota normal. A partir disso, a obra tenta abordar questões típicas da juventude.
A premissa inicial é interessante e desperta a curiosidade do espectador, e o longa começa bem, criando expectativas de algo divertido. No entanto, o roteiro não consegue desenvolver de maneira cativante. A falta de clareza na progressão da história e nas motivações dos personagens torna difícil acompanhar e se envolver com o enredo. Até existe alguma dinamicidade, mas não prende o espectador e nem tira risos.
Além disso, a direção do filme deixa a desejar. As escolhas estilísticas são inconsistentes e não contribuem para a compreensão da trama. O ritmo também é um problema, oscilando entre cenas arrastadas e momentos de ação abruptos, o que compromete o fluxo narrativo e a imersão do espectador.
Personagens
Outro ponto fraco de “Ruby Marinho” é o desenvolvimento dos personagens. As relações entre eles são superficiais e pouco convincentes, tornando difícil se importar com o que acontece com eles ao longo do filme. O Tio Bagre de Ruby que deveria ser o maior alívio cômico não consegue nada, dessa forma, a obra subestima o público infanto-juvenil para o qual se direciona, mas pode ser opção para ver com a família e os pequenos.
Ademais, a parte técnica do filme também falha, após vermos tantos filmes com cenários no fundo o mar ultimamente, como “A Pequena Sereia” (que o filme tenta zoar sem conseguir) e “Avatar O Caminho da Água“. “Ruby Marinho – Monstro Adolescente” é comum e não apresenta nada de novo. A trilha sonora, embora acerte em certos momentos, não consegue criar a atmosfera para segurar a tensão e o suspense que o enredo pretende transmitir.
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No geral, “Ruby Marinho” é um filme que desperdiça seu potencial, afinal, a falta de coesão na narrativa, a direção inconsistente e o desenvolvimento superficial dos personagens fazem com que o filme se perca no mar de suas próprias ambições.
Por fim, o melhor do filme é abordar de uma forma diferente a lenda Marítima sobre o Kraken, uma criatura lendária e fictícia que faz parte do folclore marítimo. Geralmente, aparece como um monstro marinho gigantesco e poderoso, com tentáculos enormes e capaz de destruir navios. Exatamente como no filme. O kraken tem suas origens nas antigas lendas e mitos nórdicos e escandinavos, onde era retratado como um monstro marinho colossal que habitava as profundezas oceânicas. Na mitologia nórdica, o kraken era considerado uma criatura temível e uma das maiores ameaças enfrentadas pelos marinheiros.
“Ruby Marinho – Monstro Adolescente” estreia em 29 de junho nos cinemas brasileiros, com versões acessíveis.