O primeiro álbum de Quel mergulha na ancestralidade para trazer à tona questões significativas para a vivência contemporânea. “Quem Dirá” apresenta colaborações com Laila Garin, Maíra Freitas, Jonathan Ferr e o Coral Canta Piá. O álbum combina a voz jovem da cantora com arranjos percussivos. São sete faixas autorais com a contribuição de quatro produtores musicais: Maíra Freitas, pianista e idealizadora do projeto “Jazz das Minas”; Guilherme Kastrup, percussionista e produtor do álbum “A mulher do fim do mundo”, de Elza Soares; Beto Lemos, multi-instrumentista e diretor musical da companhia Barca dos Corações Partidos; e Érica de Paula, que não apenas colaborou na produção musical de todas as faixas, mas também assumiu a direção musical do álbum, marcando-o com a diversidade estilística de seus arranjos.
Em 2020, Quel teve boa repercussão com o single abaixo:
A princípio, em “Quem Dirá” me chamou a atenção a música “Caminhos / Seu Zé” que mais parece um ponto para essa entidade conhecida pela malandragem. Na Rua Joaquim Silva, na Lapa, existe um santuário para ele. Contudo, no geral, a maior parte das canções tem esse estilo de “música de terreiro”. Até lembrei um pouco do ótimo duo Rosa Amarela.
“Cadê”, a quarta canção, foge um pouco do estilo ancestral. Com bons vocais de Quel e Laila Garin é um delicioso forró e merece a menção. Tem bons arranjos e uma mescla de instrumentos que aumenta a qualidade musical.
“Água” conta com o Coral Canta Piá para passar uma mensagem líquida enquanto “Asas do Agora” fecha o álbum retomando os batuques africanos.
“Eu acredito que a arte tem o poder de fazer com que as pessoas sintam e consigam transformar a si e ao seu redor a partir desse sentimento. Então, para mim, compor e cantar só fazem sentido se eu tiver algo a dizer e se esse algo tocar alguém. Se uma pessoa se sentir contemplada pela minha arte, consegui cumprir meu propósito. Porque, de pessoa em pessoa, se transforma o mundo”, diz Quel.
Enfim, para conferir “Quem Dirá”, acesse https://bfan.link/quem-dira