“Nosso Sonho”, a princípio, começa ao som, claro, do funk. A cena inicial da cinebiografia de Claudinho e Buchecha é o lampejo de um futuro pretérito que já conhecemos, sob uma triste chuva. Então, encontramos Claudinho e Bucheca ainda crianças, iniciando a amizade que faria história na música brasileira e, agora, nos cinemas. O filme chegou a ser pré-selecioando para tentar a disputa do Oscar pelo Brasil, mas não deu. Realmente, o filme é bom, mas para disputar esse prêmio seria difícil. Inclusive, o filme homenageia “Central do Brasil”, que concorreu ao prêmio estadunidense em 1999.
Cresci nos anos 90, no Rio de Janeiro. Sendo assim, cresci ouvindo Claudinho e Buchecha e tantos outros nomes do funk melody que explodiu naquela época, entre eles, o récém-falecido Mc Marcinho, Cidinho e Doca, Suel e Amaro, e etc. Era um funk mais romântico e com boas mensagens, fugindo de apologias nocivas. A trama do filme narra a vida e carreira de Claudinho e Buchecha que viraram um fenômeno na época. “Nosso Sonho” tem como um de seus méritos a forma como mostra o ritmo e a poesia da periferia e a amizade fiel da dupla.
Lucas Penteado se destaca
O elenco é um das boas coisas do longa-metragem. Em especial, Lucas Penteado e Juan Paiva, que vivem, respectivamente, Claudinho e Buchecha. Lucas, principalmente, está extremamente carismático e engraçado e se destaca sempre que aparece, arrancando risadas do público com seu jeito irreverente, positivo, e cheio de fé. Ele não precisa de muito para nos divertir, com seu sorriso fácil, língua presa e jeito cativante. A química entre os dois atores é excelente e a maneira como um serve de escada para as piadas do outro, e vice-versa, são a melhor coisa da película.
Contudo, no elenco, destacam-se outros grandes artistas, como Tatiana Tiburcio e Nando Cunha, que interpretam Dona Etelma e Souza, os pais de Buchecha. Lellê e Clara Moneke dão vida a Rosana e Vanessa, as namoradas dos músicos. Ainda por cima, Vinicius Boca de 09 e Gustavo Coelho brilham ao retratar Claudinho e Buchecha na infância, respectivamente.
Outro mérito é como o longa consegue emocionar. Sabemos que uma tragédia irá acontecer em algum momento e vamos ali rindo, acompanhando, torcendo para que o inevitável não ocorra. E quando ocorre, atinge o espectador. Já criamos laços com os personagens, especialmente os que conhecem a dupla de muito tempo. O final, cheio de cenas reais, acessa ainda mais os canais lacrimais humanos.
“Nosso Sonho” também conta com participações especiais de Antonio Pitanga como Seu Américo, Isabela Garcia como Dona Judite, Negão da BL no papel de um DJ do baile, e FP do Trem Bala e Gabriel do Borel como a dupla Cidinha e Doca. Flávia Souza e Reinaldo Júnior também contribuem com o elenco.
Aliás, abaixo, veja uma das (boas) cenas da história de Claudinho e Bucheca, e siga lendo:
“Nosso Sonho” não é perfeito. Poderia aprofundar um pouco mais na questão paterna de Buchecha, ou porque Claudinho sempre insiste para que o amigo perdoe o pai, mas, no geral, entrega um bom entretenimento. Há cenas que se tornam repetitivas, com os mesmo ângulos que vimos logo antes (como as dos shows deles), sem buscar inovações, porém, não é nada que atrapalhe a emocionante experiência.
Afinal, “Nosso Sonho” é um bom filme nacional e chega às telonas em 21 de setembro, sob a direção de Eduardo Albergaria (conhecido por “Happy Hour – Verdades e Consequências”). É uma obra cinematográfica produzida pela Urca Filmes, com coprodução da Riofilme, Telecine e Warner Bros Distributing, com suporte do Fundo Setorial do Audiovisual e BBDTVM. A distribuição fica a cargo da Manequim Filmes.
Além disso, a Cinépolis informou que “Nosso Sonho” foi selecionado para integrar o cronograma de setembro do evento “Terça Nacional”, programado para o dia 26 de setembro. Dessa forma, os ingressos para as sessões da “Terça Nacional” estarão disponíveis por apenas R$ 12,00 (preço inteiro) e R$ 6,00 (meia-entrada). Adicionalmente, estará disponível um combo promocional que inclui 1 pipoca média salgada e 1 bebida de 500 ml, para complementar a sua experiência cinematográfica.