A história pessoal de David Copperfield (The Personal History of David Copperfield). O filme é uma viagem por momentos de um homem que se transformam em algo mais. Talvez todo escritor tenha uma jornada. Os que não tem inventam uma. Um bom garoto jogado no mundo, imaginativo e pueril, sonhador e feliz, encontra com a realidade – e a surrealidade – da vida. Quando vi o título do filme pensei que era uma biografia do ilusionista David Copperfield. Não tem absolutamente nada a ver com isso. Apesar do protagonista também ser um tipo de mágico, um artista se descobrindo, capaz de tirar a salvação da cartola da criatividade.
Em verdade, o filme é baseado num famoso romance de Charles Dickens. Aqui, o diretor Armando Ianucci procura conduzir tudo de forma dinâmica e até consegue. Algumas risadas surgem, todavia, parece que fica a sensação de que algo está faltando. Entre cores e personagens divertidos, com um elenco de respeito que conta com o Doutor House, Hugh Laurie, e a sempre eficiente Tilda Swinton, a história desse David Copperfield ganha ares fantásticos. Honestamente, o filme não me prendeu como deveria. O melhor é a ludicidade cinematográfica colorida engrandecida pelas boas atuações que dão vida a personagens tão divertidos como Mr. Micawber (Perter Capaldi).
Em minha mente surgiu o filme ‘Peixe Grandes e suas histórias maravilhosas’, contudo, esse entrega melhor o que tem para oferecer. Em A história pessoal de David Copperfield há confusões e algumas linhas tortas, mas, afinal, são duas horas que proporcionam alguns bons momentos e dão uma imensa vontade de soltar pipa.
Leitura da minha infância!! Com certeza verei o filme !! Valeu a dica!!
Olá, onde consigo ver este filme? Alguma plataforma de streeming?
Olá! No momento, o filme ainda não está em nenhuma plataforma de streaming. A princípio, o filme passou no Festival de Toronto e venceu cinco prêmios BIFA (troféu do cinema independente britânico), incluindo Melhor Roteiro (Iannucci e Simon Blackwell) e Ator Coadjuvante (Laurie). A estreia estava marcada para 8 de maio nos EUA, porém veio a pandemia e não deram nova data ainda. Não há previsão de lançamento no Brasil.
A crítica é por demais benevolente com esse filme chato até não mais poder. Acho que funcionaria bem num palco mas como filme deveras fragmentado e desconexo. Não é nem um pouco engraçado nem muito menos biográfico. Salvo o figurino que até então não segura o filme nem muito menos o esforço incomensurável de Dav Patel com a interpretação e não convence. Em nenhum momento se encontra o espírito do livro exceto alguns murmúrios desalentadores. A diversidade étnica também funcionaria no teatro novamente. Insisto nisso porque o modus operandi do teatro raramente funciona para cinema. Cortes impresicisos e tomadas que poderiam ser brilhantes se perdem na desatenção da direção de arte e fotografia. Tilda maravilhosa atriz parece que vai ficar marcada por caricaturas exóticas. Destaque positivo para o figurino e paleta de cores. E só.
Marcos, devo admitir que tive sim certa benevolência com o filme. A grande verdade é que ele tinha potencial para ser muito melhor. Seu comentário foi extremamente contundente e bem-vindo!