Na exata metade do filme um encontro que aguardamos desde o começo, acontece. Vi A Livraria, de 2017, na Netflix. Como aprendiz de escritor, o nome do filme já me chamava a atenção. A história singela sobre uma mulher corajosa, Florence Green, que resolve abrir uma livraria em uma pequena cidade inglesa fictícia chamada Hardbourough. Emily Mortimer faz a protagonista em uma atuação daquelas que cativam.
A atitude dessa mulher assusta os conservadores moradores da cidade. Um sábio personagem é o pescador Sr. Raven, o qual ajuda dando direcionamentos pontuais como ao indicar a menina Christine Gipping (a fofa Honor Kneafsey) para auxiliar Emily na loja. Algo que muda o rumo de ambas. Aliás, essa relação entre elas é gostosa de acompanhar e dá gosto ver a cena final.
O filme me fez pensar em como há mais livrarias fechando do que abrindo no meu país. Claro, com a crise, quase todo tipo de loja está passando por dificuldades. Lembrei de quando conheci em São Paulo a livraria cultura. Gigante, colossal, um parque de diversões para os amantes dos livros e suas vertentes. Foi uma alegria imensa, do tamanho do local. Sonho em ver várias como aquela espalhadas por aí afora, disseminando o poder maravilhoso dos livros.
ponte
O longa conta ainda com Bill Nighy vivendo Edmund Brundish, um senhor cuja única companhia são os livros. A livraria de Emily se torna uma ponte para novas alegrias tanto para Edmund quanto para uns poucos outros, aqueles de bom coração.
A narradora da história é a lendária Julie Christie, que estrelou o filme Fahrenheit 451 (1966), adaptado do romance de Ray Bradbury, o qual aparece no filme.
Baseado no romance de Penelope Fitzgerald e com direção sensível de Isabel Coixet, A Livraria é um filme elegante e metafórico sobre uma batalha pelo progresso e a bondade. Também entrega a mensagem de que ninguém se sente solitário em uma livraria e que nossos atos corajosos de bondade podem fazer diferenças inimagináveis na vida de algumas pessoas. Assim como os livros.