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Sérgio e o Buda | Crônica

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Sérgio da Netflix é um bom filme? viajanet

Sérgio‘ foi um filme que me fez pensar nesse momento de pandemia – e sobre o amanhã. Ou, melhor, não pensar muito no amanhã. O longa-metragem tem entre suas características uma não-linearidade, ou seja, viaja entre passado e futuro, e deixa a reflexão: adianta fazer planos? Sim, é ótimo ter metas, o ser humano precisa de objetivos e sonhos. Ok, concordo. Mas, esse tal amanhã, ele não existe. Calma, não é para se desesperar, contudo, Sidarta Gautama, o Buda, tinha uma mensagem muito clara, de que o tempo mais importante é o agora, nem o passado, nem o futuro. Agora!

Hoje você pode estar feliz nadando no mar e amanhã pode ficar impedido de fazer isso por causa de um motivo qualquer.

Outra coisa que Buda dizia era:

‘Em nossas vidas, a mudança é inevitável. A perda é inevitável. A felicidade reside na nossa adaptabilidade em sobreviver a tudo de ruim’.

Fala a verdade, não tem tudo a ver com essa pandemia? Ninguém esperava, apesar de muitos terem comentado nos últimos anos sobre essa possibilidade de uma doença se alastrar pelo mundo, facilitada pela globalização e a popularização das viagens. Sérgio Vieira de Mello não esperava passar pelo que passou. No filme, entre sonhos e lembranças – e desejos – via seu amado Rio de Janeiro, um retorno ao lar. Queria ver o mar, e, quem sabe, aproveitar um pôr-do-sol ao lado de sua amada. Estava lutando pela paz e pela diplomacia, dignamente.

De repente, bum! O mundo cai. Essa pandemia traz medos e receios. A sensação de não poder se despedir caso aconteça algo. Pior, nem saber se ainda veremos os amigos, a família, os amores. Mas você tinha essa certeza todo dia que saía de casa? O senso de urgência pode ter mudado porque o perigo é claro. Todavia, o perigo sempre esteve e estará presente. E não é para ficar sentindo ansiedade. Isso é preocupação com o amanhã. Volte e lembre do Buda. O filme ‘Sérgio‘ não impressiona e não faz jus a esse ilustre brasileiro, mas a reflexão foi boa e está sendo. Quem realmente você quer do seu lado?  O que você precisa para ser feliz? Será que é muito? Talvez baste só um pouco ao lado da pessoa que você mais ama. E que essa seja você.

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

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Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho | Crítica (viventeandante.com)

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