Primeiro ouvi a última: “Transe”. A terceira do EP de Iuna Falcão, que leva seu nome. A canção é bem produzida, com uma percussão eficiente e um canto que reconforta, na morada de uma doce voz. Parece um sambinha tranquilo, num ir e vir de ondas do mar. É a música mais longa, mas nem parece, na toada de paz, amorosa, com gosto de oceano.
“No amor se quebra a ilusão de seu ego querendo salvação”, canta ela. E quem ouve acredita, pensa, dança malemolente. Às vezes, em seus quase gritos, tem cara de lágrima, de pesar. Não conhecia Iuna até receber o release sobre seu lançamento. E foi uma ótima surpresa numa sexta-feira ensolarada, como são suas músicas. Dá vontade ir sem medo, deixando a fé levar, em transe envolvente, mas não entorpecente.
Aliás, ouça “Transe”, e siga lendo:
“Estrela” bebe na fonte direta da ancestralidade, é sankofa, olhando para o passado, para entender o presente, sentindo a magia das pretas no sangue pulsante, saudando orixás com gratidão. Faz muitas belas referências as yabás.
“Nosso Jardim” abre o EP com certa animação, papo de feitiço de amor. No geral, tem um jeito mais comercial, bem pop, radiofônica. É daquelas que pode colar no ouvido com seu refrão, mas é a que menos me tocou, apesar de bem feita, como todo o EP, cuja
A cantora e compositora nascida em São Luís do Maranhão passou por um processo de 2 anos para trazer esse EP que chega às plataformas de streaming neste dia 2 de dezembro.