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Crítica

Iuna Falcão chega com EP de transe envolvente

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Iuna Falcão

Primeiro ouvi a última: “Transe”. A terceira do EP de Iuna Falcão, que leva seu nome. A canção é bem produzida, com uma percussão eficiente e um canto que reconforta, na morada de uma doce voz. Parece um sambinha tranquilo, num ir e vir de ondas do mar. É a música mais longa, mas nem parece, na toada de paz, amorosa, com gosto de oceano.

“No amor se quebra a ilusão de seu ego querendo salvação”, canta ela. E quem ouve acredita, pensa, dança malemolente. Às vezes, em seus quase gritos, tem cara de lágrima, de pesar. Não conhecia Iuna até receber o release sobre seu lançamento. E foi uma ótima surpresa numa sexta-feira ensolarada, como são suas músicas. Dá vontade ir sem medo, deixando a fé levar, em transe envolvente, mas não entorpecente.

Aliás, ouça “Transe”, e siga lendo:

“Estrela” bebe na fonte direta da ancestralidade, é sankofa, olhando para o passado, para entender o presente, sentindo a magia das pretas no sangue pulsante, saudando orixás com gratidão. Faz muitas belas referências as yabás.

“Nosso Jardim” abre o EP com certa animação, papo de feitiço de amor. No geral, tem um jeito mais comercial, bem pop, radiofônica. É daquelas que pode colar no ouvido com seu refrão, mas é a que menos me tocou, apesar de bem feita, como todo o EP, cuja

A cantora e compositora nascida em São Luís do Maranhão passou por um processo de 2 anos para trazer esse EP que chega às plataformas de streaming neste dia 2 de dezembro.

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Jornalista Cultural. Um ser vivente nesse mundo cheio de mundos. Um realista esperançoso e divulgador da cultura como elemento de elevação na evolução.

Cinema

EO – O mundo visto pelos olhos de um burro

Foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 2023

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Estreia neste dia 01/06, “EO” do diretor polonês Jerzy Skolimowski. O filme acompanha a incrível jornada de um burro, após ele ser tomado de um circo por autoridades locais em uma campanha contra maus tratos a animais.

Foi indicado ao Oscar de melhor filme internacional de 2023. “EO” é uma homenagem ao filme “A Grande Testemunha” (1966), de Robert Bresson. Segundo Jerzy, esse filme também centrado em um burro, foi o único que o fez chorar.

Acompanhamos a jornada de EO por meio de encontros e desencontros, enquanto ele observa um mundo totalmente novo. Sua visão inocente e passiva do mundo atua como a visão do próprio espectador. Um olhar sobre um mundo contemporâneo.

EO. (Imagem de divulgação).

A jornada de EO

O burro é um animal que costuma aparecer em algumas fábulas. E nesta fábula moderna, onde nem tudo é o que parece, embarcamos com EO em uma jornada perigosa com muitas descobertas e uma alternância entre momentos de angústia e outros sublimes.

O filme busca representar a percepção e a sensibilidade de EO em relação ao que ele vê e o que interage. A fotografia, a edição e a trilha musical funcionam nesse sentido de uma forma tão harmoniosa que dificilmente um espectador não se sentirá conectado ao simpático burrinho.

Kasandra (Sandra Drzymalska) e EO. (Imagem de divulgação).

A interpretação de EO

xistem alguns filmes estrelados por animais. Porém animais realmente interpretam ou simplesmente reagem a estímulos? No início do filme, EO é um artista, pois participa de um espetáculo circense-teatral com Magda. Ironicamente, após a ser libertado ele passa a ser um simples burro de carga.

Muitas vezes, EO não reage ao que acontece à sua volta no filme. Porém quando isso ocorre, é de forma surpreendente. Segundo o diretor, algumas cenas que pareciam ser complicadas sucediam de forma tranquila. Enquanto, outras que pareciam mais simples foram mais trabalhosas. 

EO. (Imagem de divulgação).

Algumas cenas também foram adaptadas de acordo com as reações e comportamento do burro. Aliás, dos burros, pois EO foi interpretado por seis burros: Tako, Ola, Marietta, Ettore, Rocco e Mela.

O poder e o mistério da natureza

Eventualmente, durante a jornada de EO vemos muitos cenários belos e solitários. Ou seja, o filme mobiliza o espectador por meio da articulação entre as locações, os sons e as cores. A natureza é exuberante. Essa exuberância é mostrada como um mundo, o qual nós humanos não paramos para prestar atenção. Um mundo que estamos despreparados para lidar ou que encaramos com descaso.

EO. (Imagem de divulgação).

Enfim, outro aspecto abordado é a comunicação. Afinal, nós, humanos, temos diversas barreiras de idiomas, presentes nos personagens dos filmes. Desse modo, essa barreira que também nos impede de entender os animais, parece inexistente para EO, inclusive quando ele se depara com outras espécies. Nesse sentido, o filme também funciona como uma defesa da causa animal.

Onde assistir EO

Em suma, o filme possui um ritmo agradável com uma trama cativante. Portanto, vale a pena conferir na tela grande!

Por último, consulte a rede de cinemas de sua cidade para encontrar sessões disponíveis.

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