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Crítica

Bastiaan Rishan | O espiritualismo xamânico de “Me Leva”

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Bastiaan Rishan Viagens dos Brasileiros

Escuto “Guerreiro da Paz” na voz e violão de Bastiaan Rishan e sinto vontade de orar. Mas então simplesmente canto. Cantar é uma forma de oração. O álbum é de 2014 e tem o título de “Me Leva”. De olhos fechados, é difícil não atender ao chamado e caminhar por essa floresta xamânica. A princípio, segue pela água com “Espiritu del agua”, composição de Aurelio Díaz Tekpankalli. Mas é um mergulho num mar celeste, no voo do condor, maior pássaro dos Andes.

Bate o coração dos irmãos em busca da pureza que vem em seguida com “Brincadeira dos Pequenos”. Pede coragem. Mas, se encarar, ouvirás “Flores de Luz” perfumando cachoeiras celestiais que limpam da cabeça aos pés. Aroma de gratidão soprado por “Duas Ventarolas” numa interpretação que faz querer dançar e girar dentro da melodia, é “O Misterio”.

Espinho que machuca, espeta como dói

22 passos. 22 canções. Entre espanhol, português e portunhol, é tudo para louvar entidades e espíritos diversos que permeiam o mundo de Bastian. “Oxum Menininha” que vem pela beira do rio colhe abrigos com tanto carinho na voz de Bastian que desperta alegria. Um dos pontos altos do álbum é uma canção muito conhecida dentro do xamanismo, que é “Guerreiro da Paz”, um chamado para as Forças da Natureza, um pedido por auxílio na batalha contra as sombras. É espiritualista, com um ar de bem e escudo de proteção, com Cristo, Orixás, Buda, Krishna. Um bonito hinário do xamã gaúcho Orestes Grokar.

O estilo voz e violão pode cansar em algum momento, depende do seu momento, da sua vibração. No geral, o álbum é bailado em espiritualidade do começo ao fim. Uma ode ao Xamanismo e seus ensinamentos. Enquanto ouvia lembrei do lançamento recente de Marco Gottinari, que também nada nessa fonte da floresta.

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Cinema

Critica | A Primeira Comunhão

Filme do diretor espanhol Victor Garcia tem distribuição da Paris Filmes e está nos cinemas

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critica a primeira comunhão

O terror que entrega mais atuação do que enredo

A Primeira Comunhão, filme do diretor espanhol Victor Garcia, conhecido pelo premiado filme De Volta a Casa Da Colina (2007), traz a história de Sara, uma adolescente simples e com dificuldades para fazer amizades na nova cidade. Após mudar com sua familia para o interior da Espanha, Sara conhece Rebeca, uma adolescente rebelde e mal falada na cidade que em determinada noite leva Sara para uma balada um pouco distante de sua casa.

Porém, na volta, as duas se arriscam ao pedir carona para o traficante da cidade. No trajeto Sara avista uma menina vestida de branco com uma boneca de primeira comunhão na mão. Após Chivo parar o carro assustado, Sara desce a procura da menina, Rebe a repreende e pede para que volte para o carro e em seguida a personagem principal encontra a fatídica boneca. Rebeca e Chivo, que já conheciam sobre uma antiga lenda da cidade acerca da garota e da boneca, a chamam de volta para o carro, mas Sara leva a boneca consigo. Dessa forma, a partir daquele momento, todo o grupo é amaldiçoado pela boneca e por Marisol (a dona da boneca).

Pontos positivos

Um dos maiores pontos positivos do filme é a capacidade do elenco de entregar ótimas atuações, dando ênfase a Aina Quiñones, que interpreta Rebeca. Em seu show particular, Aina entrega tudo que se espera de um filme como esse: medo e aflição. Uma das cenas que envolve o pai de Rebeca é digna de prêmios, um pai que só maltrata a filha e a trata do modo visto no filme, ao ver a filha em possessão se desespera ao ponto de arrombar uma porta e trazer emoção pura a cena.

Já o ponto alto se mostra já pelo final, em uma cena em um poço. A atuação de Carla Campra é simples, mas no momento dessa sequência se faz importante e mostra como a simplicidade pode agregar muito a uma obra. Vale ressaltar sobre a atuação de Carla no momento do acidente de Chivo, onde a mesma entrega emoção e desespero, um momento que com certeza é marcante ao mostrá-la como indefesa diante de toda situação.

Aliás, veja o trailer de A Primeira Comunhão, e siga lendo:

Afinal, A Primeira Comunhão traz um terror genérico, mas com boas atuações e cenas de suspense. Sente-se a falta da trilha que leva o publico a estar mais concentrado no filme e até mesmo a se sentir mais imerso naquela realidade. A obra aborda temas que a indústria espanhola vem utilizando cada dia mais como a amizade e o romance adolescente. Um ponto que pode incomodar aos românticos de plantão é o fato de Sara e Pedro não se aprofundarem em sua relação e nem mesmo terem tantas cenas românticas do único casal abordado no filme.

No geral o filme é bastante conveniente para aqueles que curtem um terror básico, mas que ainda sim entregue o suspense digno de filmes do segmento. Algumas cenas como o terror familiar de Rebeca podem vir a gerar gatilhos a quem passa ou já passou por situações parecidas. mas sem dúvidas é um tema importante a ser abordado.

A Primeira Comunhão (The Communion Girl), com distribuição da A Paris Filmes, está nos cinemas brasileiros.

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