A Proteção Animal Mundial lançou o mini documentário “BR-163 – Progresso para quem?”, dirigido pelo Estúdio Bijari, que retrata o impacto devastador da expansão do agronegócio ao longo da rodovia BR-163, que liga Mato Grosso a Santarém, no Pará. As filmagens aconteceram entre outubro e novembro de 2023.
O documentário percorre 1.200 quilômetros para mostrar como o progresso anunciado com a pavimentação da estrada tem prejudicado animais silvestres, comunidades quilombolas e territórios indígenas. A BR-163, concluída em 2019, se tornou uma importante via de escoamento da soja, ampliando a destruição ambiental na região.
A equipe documentou uma realidade alarmante: brigadistas enfrentando incêndios florestais incessantes, líderes indígenas relatando a destruição de suas terras por fazendeiros e garimpeiros, e quilombolas lamentando o desaparecimento do lago do Maicá, no Pará, devido ao desmatamento. Espécies como o sagui de Schneider, ameaçado de extinção, estão perdendo seu habitat para a monocultura de soja e a criação de pastagens. O documentário revela que, um ano após as filmagens, a situação permanece inalterada, com as florestas sendo
Afinal, veja “BR-163 – Progresso para quem?” completo:
substituídas por áreas agrícolas.
Júlia Trevisan, coordenadora de Vida Silvestre da Proteção Animal Mundial, destaca que a estrada cortou a Amazônia sem considerar as comunidades tradicionais e a biodiversidade local. O desmatamento e os incêndios florestais resultantes estão fragmentando o habitat e ameaçando gravemente a vida selvagem. O documentário também mostra o resgate de animais silvestres, como bichos-preguiça e antas. Eles sofrem queimaduras e atropelamentos ao tentar fugir das chamas, enquanto aves protegem seus filhotes até o último momento possível.
Além disso, a ONG lançou a música “Defaunação”, composta por Carlos Rennó e Péricles Cavalcanti. Quem canta é Ney Matogrosso, Zahy Tentehar, Frejat, Letrux e Mahmundi, a qual também narra o filme.
Afinal, a música e o mini documentário denunciam os impactos do agronegócio tanto na vida dos animais silvestres quanto nas comunidades tradicionais, alertando para o sofrimento causado pela pecuária industrial e pela monocultura.
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