Cultura
Lee Soo Man | Entenda a estratégia do homem por trás do K-POP
Publicado
4 anos atrásem
Por
Sérgio Menezes
Lee Soo Man, o famoso e polêmico CEO da SM Entertaiment começou sua jornada em 1989 depois de voltar dos Estados Unidos.
Durante esse retorno, se perguntou como o mercado de música no ocidente fazia sucesso na Coreia do Sul, mas a Coreia não conseguia lançar seus artistas para o mundo. Logo após voltar abriu sua empresa, como SM Production Agency, a qual, em pouco tempo, se tornaria a SM Entertaiment que todos conhecem.
Seu primeiro artista surgiu logo em seguida, e se chamava Hyun Jin Young. Ele investiu bastante em Hyun, mas logo após o seu lançamento (na Coreia chamam debut), o artista se envolveu numa polêmica com drogas. Essa primeira falha mudaria o rumo do K-pop.
Inclusive, veja Hyun Jin Young:
Após esse episódio, Lee decidiu que reformularia todo seu sistema como produtor. Então, modificou e criou o que hoje chama de Tecnologia Cultural (TC), algo que ele quer passar por gerações como uma fórmula para o sucesso. Seria a bíblia da sua empresa, que todos os funcionários podem ler. Não podemos negar que na história da empresa temos grandes nomes como H.O.T, BOA , TVXQ , Super Junior, Girls Generation, EXO, NCT e outros. Ou seja, em 30 anos de história, a empresa foi uma verdadeira fábrica de ídolos.
Veja o clipe EXO – MAMA , primeiro do grupo:
Sua frase de efeito “cultura em primeiro, economia depois” já demonstra que Lee crê em um movimento em que a cultura pode gerar a economia da forma como estamos vendo atualmente em seu país. Sendo que ele já dizia isso em 1997…
A tecnologia cultural dele tem 4 pilares: seleção, treinamento, produção e gerenciamento
Seleção: normalmente são feitas audições em vários locais, inclusive recentemente foi feita uma audição no brasil, onde centenas de jovens vão para mostrar seus talentos. Normalmente são escolhidos pré adolescentes e jovens entre 10 e 15 anos, pois essa e apenas a primeira parte do processo.
Treinamento: após selecionado nos rigorosos testes da empresa, o jovem começa seu treinamento em canto e dança, que pode literalmente levar 1 década (Jonnhy, membro atual do grupo NCT 127 passou 9 anos treinando até finalmente debutar), sendo que a qualquer momento eles podem te dispensar. Infelizmente é a realidade de muitos coreanos com o sonho de ser idol.
Produção: toda a produção do grupo, selecionam quantos integrantes, a função de cada um deles, seja rapper, cantor, visual (sim, tem a pessoa para ser o bonito/a , e o dançarino. só que logicamente, todos eles treinam tudo, são apenas as funções principais.
fora isso tem a produção das músicas, clipes, programas semanais que os artistas competem, muitos deles trabalham também como modelos e atores ao mesmo tempo que estão no grupo, e claro tudo isso com a produtora gerenciando.
Gerenciamento: em todo o processo de idol, ainda temos a parte gerencial que é bem diferente do padrão que conhecemos aqui no ocidente. Após o escândalo citado acima, Lee Soo Man não queria correr o risco de ter um artista onde investiu muito jogar todo seu dinheiro literalmente fora. Logo, criou todo um sistema rigoroso de gerenciamento, com contratos as vezes de até 12 anos, com monitoramento de redes sociais por managers (como sem fosse os empresários pessoais do artista) e gerenciamento de carreira. Literalmente uma fábrica, com toda a engrenagem fechada pela própria empresa, que não só gerencia os seus artistas como os treina e concentra TUDO o que é possível dentro da companhia.
Dança é um componente importante na estratégia
Recentemente em palestra para a World Knowledge Forum, Lee afirmou que o futuro será da IA (inteligência artificial) e das celebridades. O público nas plataformas digitais já consome todo tipo de notícias sobre celebridades e ele acredita que isso pode se tornar muito mais diversificado no futuro. Acredita até que teremos um outro “eu” como um avatar nosso, para se especializar em determinados campos enquanto fazemos outras coisas.
Treinamento em canto:
Isso muito provavelmente pode ajudar colaborações entre artistas e empresas e com a tecnologia evoluindo desta forma podemos acreditar que a SM está completamente preparada como nenhuma outra empresa se mostrou até então. Nos planos da empresa como citei no artigo passado, já tivemos uma live com AR – Realidade Aumentada. Contudo, temos outras coisas, como shows de hologramas, algo que hoje é um pouco mais comum. A questão é que a empresa faz isso há pelo menos 5 anos, seus clipes são altamente produzidos, e seus shows, apenas pela estrutura, já impressionam.
Ademais, confira esse holograma deles:
Bom, se Lee Soo Man está certo ou não, só o tempo nos dirá, mas parte do que esse homem fez pelo seu país com o K-pop é impressionante. Pensar que podemos ver nos próximos anos um aumento em cultura juntamente com a tecnologia pode ser assustador ou promissor, acho que cabe a cada um de nós como vamos levar isso daqui pra frente.
Olha um live show:
Além disso, veja mais:
Entenda como o K-POP surgiu e virou fenômeno
Lives do futuro já acontecem | Saiba mais
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Coreógrafo de Danças Urbanas e produtor cultural. Amante de K-pop e viciado em séries. Eterno estudante de marketing, linguagem corporal e inteligência social.

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4 Comments
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“O Cachorro que se Recusou a Morrer” tem criação, texto e atuação de Samir Murad, e bebe em suas experiências de vida. A cenografia de José Dias constrói um ambiente que é mais do que um mero cenário; é um componente narrativo, imergindo o público nos diversos tempos e espaços que compõem a história. Isso em conjunto com o eficiente videocenário concebido por Mayara Ferreira.
A princípio, num drama autoficcional, Samir Murad, descendente de imigrantes libaneses, entrelaça sua memória afetiva em uma narrativa. Êxodo, matrimônio por encomenda, confrontos culturais e saúde mental compõem os temas que o ator carrega em sua bagagem.
Uma das maiores virtudes do espetáculo é a riqueza da cultura árabe familiar que permeia a obra. Aparece, por exemplo, em projeções fotográficas, e na boa trilha sonora, fruto da colaboração entre André Poyart e o próprio Samir Murad, que enriquece a experiência sensorial do espectador.
Segunda metade de “O Cachorro que se Recusou a Morrer” desperta
Entretanto, a peça demora a engrenar. A primeira metade é lenta, não cativa, falta uma maior dinamicidade, e, talvez, ficar mais enxuta. Isso não acontece na segunda parte, que é muito mais fluida e desperta os espectadores.
Por outro lado, Samir é um showman. É como um Chaplin de descendência árabe buscando suas raízes. A entrega dele no palco tem uma força emocional deveras potente. Dessa forma, para aqueles que gostam e desejam saber mais sobre a cultura árabe, pode valer testemunhar essa obra no Centro Cultural Justiça Federal, até o dia 17 de dezembro, sempre aos domingos às 16h.
Serviço
Local: Centro Cultural Justiça Federal
Endereço: Av. Rio Branco, 241, Centro, Rio de Janeiro.
Próximo a Estação Cinelândia do Metrô Rio.
Informações: 21 3261-2550
Temporada: 19 de novembro a 17 de dezembro, aos domingos, às 16h.
Valor do ingresso: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)
Vendas na bilheteria do Teatro ou antecipadas pelo site Sympla: https://www.sympla.com.br/produtor/ocachorro
Capacidade de público: 141 pessoas
Classificação: 10 anos
Duração: 75 minutos
Drama bem humorado
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Isa
12 de outubro de 2021 at 17:10
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Sérgio Menezes
13 de outubro de 2021 at 22:36
Isso mesmo, obrigado por ter apontado o erro e espero que tenha gostado do texto. =)