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Bunker ou Contos que ouvi depois do mundo acabar | CRÍTICA | Fantasporto 2020

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Bunker ganhou como Melhor Filme Português no Fantasporto 2020.

Bunker ou Contos que ouvi depois do mundo acabar é um média-metragem que tem tudo a ver com o momento em que vivemos agora relacionado ao CoronaVírus, COVID-19, uma pandemia mundial. No filme, uma tragédia atingiu o planeta e os sobreviventes tentam encontrar formas de sobreviver. Alguns dos poucos recursos restantes permitem que um grupo de cientistas crie o que parece ser a única maneira de prevenir o envenenamento por radiação,  um medicamento chamado KB-LB.

Escrito e dirigido por João Estrada, Bunker ou Contos que ouvi depois do mundo acabar acabou conquistando o prêmio de Melhor Filme Português no Festival Internacional de Cinema do Porto (Fantasporto) . Aliás, João Estrada entrou com 19 anos para a Escola Superior de Teatro e Cinema. Posteriormente, aos 20 anos, iniciou a ideia desse filme. Em 2014, apresentou o projeto à Escola e não foi aprovado. Contudo, João Estrada e sua equipe não desistiram e foram fazendo o filme como produção independente aos fins de semana e outros momentos e somente conseguiram finalizar em 2019 com o auxílio da empresa Walla Post-Production Collective, especializada em pós-produção. Tudo isso aumenta mais o valor desse bom filme, que foca em alguns poucos personagens em um bunker e suas interações que viajam pela compaixão, egoísmo, desespero. Ou seja, coisas que ocorrem após uma doença tomar conta da humanidade.

Bunker. Veja os premiados no Fantasporto 2020.
João Estrada recebendo o troféu de Melhor Filme Português no Teatro Municipal do Porto – Rivoli durante o Fantasporto 2020 (Foto por Alvaro Tallarico)

Elenco afiado

O média-metragem conta com um bom elenco que atua com eficiência. Entre eles, os atores António Capelo e Irene Cruz se destacam. António precisa expressar diferentes faces de um homem no seu limite, um herói – ou vilão? Além disso, Maria João Abreu, a jovem Maria Estrada, Diogo Lagoa, José Neto e Miguel Vieira mantém o nível bom. O início do filme possui um tipo de comercial do medicamento KB-LB e apresenta diversos figurantes e outros atores. Todavia, é mais uma espécie de teaser introdutório, que, inclusive, já desperta curiosidade no público e traz um estilo envelhecido como se fosse uma fita usada de VHS.

A fotografia do filme é bela, prezando por uma frieza dentro do bunker que contrasta com o forte e vivo verde nas cenas externas. A direção é segura e, no geral, parece até o episódio-piloto de uma série, pois fica a vontade de ver mais sobre aquele mundo apocalíptico e acompanhar o que acontece após o final.

*Filme visto pelo jornalista Alvaro Tallarico durante cobertura do Festival Internacional de Cinema do Porto, Fantasporto

Afinal, veja o trailer:

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Cinema

‘A Filha do Rei do Pântano’ tem fotografia eficiente em um suspense que começa bem

Daisy Ridley estrela

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crítica A Filha do Rei do Pântano da Diamond Films

“A Filha do Rei do Pântano” (The Marsh King’s Daughter), dirigido por Neil Burger e estrelado por Daisy Ridley (da última trilogia Star Wars) e Ben Mendelsohn, chega aos cinemas com grandes expectativas, especialmente devido ao seu elenco e à adaptação do best-seller homônimo de Karen Dionne. O filme começa prometendo oferecer uma experiência envolvente e sombria, mas, infelizmente, não consegue cumprir todas as suas promessas.

A princípio, o início, com a infância de Helena e sua relação com o pai é uma das primeiras coisas que se destacam em “A Filha do Rei do Pântano”. Cheguei a lembrar um pouco do bom “Um Lugar Bem Longe Daqui“, por ter essa questão familiar e uma jovem menina na natureza. Ambos são baseados em livros de sucesso. Contudo, enquanto “Um Lugar Bem Longe Daqui” oferece um roteiro bem amarrado que prende até o fim, com boas viradas, “A Filha do Rei do Pântano” vai se perdendo aos poucos, com alguns furos sem explicação como o que aconteceu com o trabalho da protagonista e os cúmplices do Rei do Pântano.

Aliás, veja o trailer de “A Filha do Rei do Pântano” em seguida, e continue lendo:

Entretanto, a fotografia de Alwin H. Küchler é uma virtude. As cenas noturnas são especialmente cativantes, capturando a atmosfera sombria e opressiva do pântano de forma impressionante. A paleta de cores utilizada ressalta a sensação de isolamento e perigo que permeia a trama, proporcionando um cenário visualmente impactante que contribui muito para o clima do filme. A cena onde Helena flutura num lago, e só vemos seu rosto, é linda. Assim como aquela que abre a película.

No entanto, apesar da beleza da cinematografia, as falhas e furos do roteiro prejudicam a narrativa. A premissa de uma mulher que precisa enfrentar seu passado sombrio para proteger sua filha é clássica, mas a execução deixa a desejar em vários momentos. A falta de desenvolvimento de certos personagens e subtramas deixa o espectador com perguntas não respondidas e cria um vazio na história que poderia ter sido melhor explorado.

Outro ponto que deixa a desejar é o final previsível. Desde o início, o destino de Helena (Daisy Ridley) parece traçado de forma óbvia, o que tira um pouco do impacto emocional que o filme poderia ter alcançado. A ausência de reviravoltas surpreendentes ou momentos verdadeiramente chocantes contribui para que a trama se torne previsível e, em última análise, menos satisfatória.

Daisy Ridley entrega uma atuação convincente como Helena, mas nada genial. Ben Mendelsohn está bem como o sinistro Rei do Pântano, principalmente no começo do filme. Além disso, a fofa Joey Carson como Marigold Pelletier cativa.

Em resumo, “A Filha do Rei do Pântano” é um filme que brilha em sua cinematografia, mas que peca em seu roteiro e na falta de surpresas em sua narrativa. Para os fãs do gênero suspense, pode valer a pena conferir pela atmosfera e a boa primeira metade, mas é importante se preparar para algumas decepções ao longo do caminho. O começo é bom, mas o final deixa um gosto amargo.

Por fim, o suspense de Neil Burger estrelado por Daisy Ridley e Ben Mendelsohn estreia nos cinemas em 28 de setembro.

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