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O Grande Golpe do Leste
CinemaCrítica

Crítica: O Grande Golpe do Leste é uma comédia… sombria!

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 8 de junho de 2025
7 Min Leitura
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Dirigido por Natja Brunckhorst, O Grande Golpe do Leste almeja ser muita coisa, porém, se torna vazio ao tentar retratar muita coisa em somente um filme

A comédia é um dos gêneros mais difíceis de se acertar no cinema pois depende de uma coisa essencial: tom. Quando se acerta, ele pode trazer grandes sucessos, porém, para atingir este tom, o diretor e toda a equipe necessitam de um foco sobre o que almejam alcançar. Desejam fazer rir? Desejam fazer uma sátira? Qual tipo de comédia a produção se encaixa? Entre outras questões. Acredito que a mais difícil de se fazer, entre todos os sub-gêneros, é a comédia política, algo que O Grande Golpe do Leste sente na pele.

Confira abaixo o trailer de O Grande Golpe do Leste e continue lendo a crítica

A história se passa em 1990, na pequena cidade de Halberstadt, após a queda do muro de Berlim. Com a economia em colapso, muitos fogem para a Alemanha Ocidental, deixando o local abandonado e a sua indústria precarizada. Neste contexto, quatro alemães descobrem um depósito com milhões de marcos da RDA, dinheiro que saiu de circulação após a unificação das Alemanhas. Com o apoio dos vizinhos, decidem orquestrar um plano mirabolante para colocar o dinheiro de volta em circuito, trazendo novas oportunidades para os moradores como um todo, e colocando em cheque a estrutura da própria comunidade.

Combinando elementos de comédia social, filme de assalto, romance e sátira política, O Grande Golpe do Leste é um retrato da força e perseverança Alemã, em um retrato pouco explorado da história, e somente por isso merece crédito por sua produção, porém, apesar de interessante em questão temática, sua narrativa não alcança o potencial, mirando alto e caindo por terra.

O Grande Golpe do Leste

Sandra Hüller em cena de O Grande Golpe do Leste- Copyright X Verleih AG/Peter Hartwig

Apesar de apresentar todas as boas intenções, e o contexto da produção sempre beirar um absurdo, O Grande Golpe do Leste não consegue decidir o que realmente é, pulando corda com o tom e no fim sendo raso em seus objetivos. Apesar de ser vendido como comédia, em poucos momentos é realmente engraçado, apresentando constantemente um clima pesado e nostálgico, auxiliado pela paleta de tons bege, a crua direção de arte e pela fotografia sóbria.

Para efeito de comparação, da mesma forma que O Grande Golpe do Leste, Ou Tudo ou Nada (1998, Peter Cattaneo), também é uma produção que retrata um país durante uma grande crise econômica e política, e discute um grupo de underdogs em crise que se unem em pró de um objetivo em comum, porém, o filme de Cattaneo apresenta um rumo claro e nítido, deixando a crítica social nas entrelinhas e focando mais em seus personagens e suas respectivas jornadas, sendo muito mais claro e otimista com seus objetivos, enquanto O Grande Golpe do Leste foca tanto na comunidade, e no contexto político, que esquece do individual.

Obviamente a Alemanha de 1990 é muito diferente do governo de Margaret Thatcher, principalmente pelo fato de na Alemanha ter tido uma pequeno tentativa de governo chamada: comunismo. Algo que o filme não nos deixa esquecer ao referenciar diversas vezes, direta ou indiretamente, os mandamentos de Karl Marx e Friedrich Engels. A produção gira em torno de uma noção de sociedade e união, e uma comunidade que ao tentar tomar as rédeas do capital, ocasiona uma crise econômica. Isso tudo é muito interessante e divertido, ainda mais ao refletirmos que a história foi baseada em fatos reais, porém, ao seu final, O Grande Golpe do Leste é um filme sombrio.

O Grande Golpe do Leste

Ursula Werner em cena de O Grande Golpe do Leste- Copyright X Verleih AG/Peter Hartwig

Apesar de a foto acima indicar o contrário, e momentos leves ao longo do filme trazerem um certo alívio, como o triângulo amoroso, a criança e seu enorme urso de pelúcia, as interações cômicas da comunidade, O Grande Golpe do Leste é sombrio por conta de sua melancolia. Ao não evoluir os personagens e seus objetivos individuais, optando retratar tantas coisas em uma produção só: o amor livre, os impactos do comunismo, os impactos do capitalismo, a hipocrisia humana, o senso de sociedade que apresenta tantas falhas, a comunidade unificada e não trazer uma resolução definitiva para nenhuma delas, torna o filma mais pesado do que realmente deveria ser.

Não adianta construir um filme que foca na comunidade, sem construir a jornada pessoal das pessoas que fazem parte dela. Mesmo em seu final, O Grande Golpe do Leste opta por um absurdo desnecessário. Ao invés de finalizar aquilo que já estava, aos trancos e barrancos, sendo construído, a produção opta por manter o seu senso de sociedade até o final, tornando seus personagens principais, cascas de algo que poderia ser bem maior, o que é uma pena, porque estes “esteriótipos” apresentados, o vizinho rabugento, o amante que não quer arcar com a responsabilidade, o tio que está cansado do trabalho, são muito interessantes para não terem sido aproveitados como deveriam.

O Grande Golpe do Leste é um lançamento da Synapse Distribution e estreia nos cinemas brasileiros no dia 12 de junho.

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Tags:CinemaComédia PolíticacomunismocríticaCrítica O Grande Golpe do LesteDestaque no ViventedramédiaMuro de BerlimNatja BrunckhorstO Grande Golpe do LesteQueda do Muro de BerlimSandra Hüller
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