9 A Salvação (9, 2009)é uma animação longe de ser engraçadinha. Pelo contrário, apresenta um mundo pós-apocalíptico. A princípio, parece que vai ter uma cara de Pinóquio com um ar de Frankenstein. Aliás, lembrei até de Edward Mãos de Tesoura. Contudo, o que sabemos é que o ser humano ficou nessa busca por mais e mais tecnologia… e parece que não deu muito certo. O mundo acabou, mas a vida continua de certa maneira.
É uma animação muito bem feita, muito mesmo, cheia de detalhes, criaturas assustadoras e impressiontantes, e repleta de aventura. Os protagonistas são bonecos que vivem sem saber porque. Diversos recados filosóficos são passados durante a exibição, como quando um deles pega a bala de uma arma e o outro, sábio, diz: “Algumas coisas devem ser deixadas de lado”. Além disso, enquanto uns se escondem dentro de uma igreja, outros vão para a luta. E temos embates entre aqueles que querem questionar e buscar respostas e outros que só querem procurar um lugar seguro e deixar tudo quieto.
Enfim, uma grande metáfora para a sociedade em quem vivemos num estilo pós-guerra. A aura sombria lembra Tim Burton que não à toa é um dos produtores do filme e apadrinhou o diretor Shane Acker após ver um curta-metragem dele. Também é um conto sobre heroísmo, espiritualidade e meio ambiente. Não faz o estilo bonitinho e não diria que é recomendado para crianças pequenas. A atmosfera criada no longa é sinistramente interessante passa longe de uma obra-prima como Wall-E, mas entretém com qualidade e entrega luz na escuridão.
Inclusive, está na Netflix e é possível achar 9 A Salvação inteiro no YouTube.