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Cinema

Akasha | Conheça a comédia com cara de documentário no Cine África

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Akasha

Assistir Akasha, uma comédia leve do cineasta sudanês e ativista das causas sociais, Hajooj Kuka é uma experiência única. Kuka, com paixão, tem o poder de colocar a câmera na mão do espectador para que juntos entrem no cenário, na trama vivida pelos personagens e, porque não afirmar, na tela. O filme conta a história de um dos personagens, Adnan, um soldado das forças rebeldes do Sudão. Ele vive um conflito interno: o seu amor por Nancy, sua AK 47, e Lina, uma de suas namoradas. Adnan encontra Absi e os dois vão tentar burlar a volta para o exercício rebelde e, nessa tentativa, os dois viverão algumas aventuras bem divertidas . O tempo da narrativa é o entre guerra, período que o combate dá uma trégua, durante as chuvas, pois a lama impede a circulação dos veículos. Ocasião em que os rebeldes voltam para casa.

Hora do cultivo, da família e do amor: a “pseudo paz”

Akasha flerta com o gênero documentário, na maneira em que apresenta a cultura, os rituais e os costumes locais, esses tópicos, como pano de fundo, passam essa impressão. Por outro lado, o enredo (a narrativa ficcional) mostra a rotina dos dias “normais” dentro de uma vila de moradores. No momento em que a guerra civil está suspensa e se pode viver o cotidiano, como: os conflitos amorosos, as paqueras, as cerimônias, os jogos de futebol, as amizades, a música.

Entre outras vivências rotineiras como mostra uma questão levantada pelo cineasta, a de gênero, que fica bem marcada em algumas cenas, mostrando como as mulheres ainda são tratadas de forma diferente, sendo aquelas que ficam em casa, esperando o casamento e que tem uma função só delas, a de levar a lata d’água na cabeça. Mesmo nesse período de calma aparente, há momentos de apreensão, quando os aviões do exército oficial sudanês podem promover um ataque aéreo.

Adnan

Ainda que sonhe com o fim da guerra, Adnan deixa marcada sua opinião e em uma conversa com Absi diz que: “nasceu durante a revolução, portanto ele é a própria revolução.” É como se ele não tivesse alternativa de vida. Não deixem de assistir a proposta desse jovem cineasta, Hajooj Kuka que, com uma equipe de apenas três profissionais, rodou esse filme nas Montanhas de Nuba. Um filme que nos desperta a curiosidade e nos deixa com disposição de refletir e discutir o que acontece no Sudão, além de ter diálogos simples e profundos, como o que acontece, mais uma vez, entre os personagens Adnan e Absi.

– Por que você traz um instrumento (musical) para guerra?
– Esse instrumento faz parte do nosso armamento.

Quem assiste a esse filme singelo, divertido e apaixonante, se sente, não com um instrumento musical e nem uma AK 47 nas mãos como arma… Mas sim com a câmera e com a arte que pode nos tirar da inércia em tempos de Covid 19. Um adendo: o Sudão viveu durante 17 anos uma guerra civil. Somente em agosto de 2020 que as autoridades sudanesas assinaram um acordo de paz com os principais grupos rebeldes do país. Portanto o povo sudanês vive um momento de transição e por consequência a arte.

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Crítica | Transformers: O Despertar das Feras

Sétimo da franquia é mais do mesmo, mas superior a outros

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transformers o despertar das feras

O início de Transformers O Despertar das Feras (Transformers: Rise of the Beasts) é frenético, com uma boa batalha. Em seguida, conhecemos os protagonistas humanos, que são mais cativantes do que de outros filmes. O rapaz latino Noah Diaz (Anthony Ramos) e seu irmão (Dean Scott Vazquez), o qual serve mais como uma metáfora para o espectador. E a divertida Dominique Fishback, como Elena Wallace.

Nessa primeira parte do filme há algumas boas críticas, como o fato de Elena ser uma estagiária e saber muito mais que sua chefe, porém, sem levar nenhum crédito por isso. Enquanto Noah tem dificuldades de arrumar um emprego. Há aqui uma relevante abordagem sobre periferia (Brooklyn) ao vermos alguns dos desafios da familia de Noah, o que o leva a tomar decisões errôneas. A princípio, é um bom destaque essa caracterização dos personagens, em especial, favorece o fato da história se passar em 1994.

Dessa vez, o diretor é Steven Caple Jr., o qual não tem a mesma capacidade de Michael Bay para explosões loucas e sequências de ação. Steven faz sua primeira participação nesse que é o sétimo filme dos robôs gigantes. Ele era fã de Transformers quando criança e procura mostrar os Maximals (Transformers no estilo animal) de uma maneira autêntica.

Aliás, veja um vídeo de bastidores e siga lendo:

O público alvo do longa é o infanto-juvenil, que pode se empolgar com algumas cenas. Contudo, no geral, o roteiro é um ponto fraco. O Transformer com mais destaque aqui é Mirage, que fornece os instantes mais engraçados da história e faz boa dupla com Noah.

Além disso, as cenas no Peru e a mescla de cultura Inca com os robôs alienígenas é válida, com alguma criatividade e algumas sequências tipo Indiana Jones. Há muitas cenas em Machu Picchu e na região peruana que são belíssimas e utilizam bem aquele cenário maravilhoso. Vemos, por exemplo, o famoso festival Inti Raymi em Cusco, antiga capital do Império Inca, o qual o longa usa com alguma inteligência. Pessoalmente, essas partes me trouxeram lembranças pelo fato de que já mochilei por lá (veja abaixo), então aqui o filme ganhou em em relevância pra mim.

O longa se baseia na temporada Beast Wars da animação e traz o vilão Unicron, um Terrorcon capaz de destruir planetas inteiros. Na cabine de imprensa, vimos a versão dublada, a qual ajuda a inserir no contexto dos anos 90 com gírias da época.

Por fim, dentre os filmes dessa franquia que pude ver, esse sétimo está entre os melhores, apesar de ser somente regular, e conta com momentos divertidos. Além disso, a cena pós-crédito (só há uma) promete um crossover com muita nostalgia, Transformers: O Despertar das Feras chega aos cinemas de todo o país na próxima quinta-feira, 8 de junho.

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