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Crítica | ‘Babilônia’ fala de cinema com epicidade irreverente

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em

crítica babilônia

Tendo como um de seus grandes destaques uma atuação cativante de Margot Robbie como Nellie LaRoy, Babilônia (Babylon) é um filme frenético e dinâmico que homenageia a transição do cinema mudo para o falado nos Estados Unidos. O início é estupendo e louco, numa grande suruba, regada a drogas e álcool, uma festa gigante. Essa sequência inicial é impressionante tecnicamente e gera altas expectativas para a exibição.

Nellie, a personagem principal do longa com bom roteiro e direção do vencedor do Oscar Damien Chazelle, é uma atriz recém chegada em Hollywood que sonha com a oportunidade de estrelar filmes. E consegue. Ela tem inspiração em atrizes de filmes mudos da década 1920 como Joan Crawford, Jeanne Eagels e Alma Rubens. Margot declarou que foi a história real da atriz Clara Bow que a ajudou a entender a personagem.

“Os pais de Clara nunca lhe deram uma certidão de nascimento porque já tinham perdido dois filhos e eles não acreditavam que ela viveria até a infância. Quando eu li isso, a personagem da Nellie realmente começou a fazer sentido para mim. Eu imagino que ela sentiu que todos os dias que vivia nesse mundo era um tempo emprestado, então vivia ao máximo todos os seus dias”, comenta a atriz.

Aliás, veja abaixo um vídeo de bastidores, e siga lendo:

Babilônia tem como virtude retratar de maneira engraçada e dramática ao mesmo tempo as ambições e os excessos das grandes figuras do cinema em uma Hollywood em ascenção. Além de Nellie La Roy, vemos também Diego Calva como Manny Torres, um imigrante mexicano que faz pequenos trabalhos em sets e sonha com uma carreira na indústria cinematográfica, e Brad Pitt como o astro do cinema mudo Jack Conrad. Ambos os atores compartilham com Margot Robbie indicações ao Globo de Ouro e ao Critics’ Choice Awards. Além disso, o longa foi indicado à categoria de Melhor Filme de Comédia ou Musical. Li Jun Li como Lady Fay também chama atenção sempre que aparece.

O filme fala sobre ambição e é extremamente ambicioso com muitas cenas grandiosas. A mescla de aventura, comédia e drama é eficiente e pontual. São muitos filmes em um. No meio disso tudo, ainda há espaço para questões filosóficas sobre cinema e arte, o cinema como arte, impermanência, sucesso e decadência.

Épico

No geral, uma epicidade irreverente domina o longa. Porém, em certo momento, a tragédia começa a envolver os protagonistas e acontece uma descida ao inferno guidada por James McKay (ótima participação de Tobey Maguire) através do personagem Manny, o qual funciona no filme como nossos olhos, é como o espectador ali, sonhando em participar e depois vendo as transformações da indústria cinematográfica.

O final se declara ainda mais como homenagem ao cinema, numa edição que atravessa a história da sétima arte e suas tantas mudanças. É lindo de se ver.

O elenco conta também com os atores Jovan Adepo, Jean Smart, Lukas Haas, P.J. Byrne, Olivia Hamilton, Max Minghella, Rory Scovel, Katherine Waterston, Flea, Jeff Garlin, Eric Roberts, Ethan Suplee, Samara Weaving, Olivia Wilde e Tobey Maguire, que assina também a produção executiva do longa.

Vencedora do Globo de Ouro, a trilha sonora de Justin Hurwitz mistura jazz instrumental das bandas dos anos 20 com uma pegada de rock e música dançante. Realmente complementa na condução do filme e cativa, auxiliando na dinamicidade.

Por fim, Babilônia não é perfeito, e tem algumas oscilações, mas chega aos cinemas nacionais em 19 de janeiro e é o tipo de filme que merece ser visto na tela grande.

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Jornalista Cultural. Um ser vivente nesse mundo cheio de mundos. Um realista esperançoso e divulgador da cultura como elemento de elevação na evolução.

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Cinema

Museu do Amanhã exibirá filmes da Mostra Ecofalante de Cinema durante a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente 2023

Serão 10 filmes do mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais

Publicado

em

Aguas Do Pastaza ecofalante 2023 SEMEIA

Como parte da programação da SEMEIA, a Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, o equipamento cultural exibirá 10 filmes da Mostra Ecofalante de Cinema, um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais.

A princípio, as sessões acontecerão entre os dias 6 e 9 de junho e contarão com acessibilidade para pessoas surdas. No dia 7, uma das produções contará também com Closed Caption e, no dia 8 de junho, no feriado de Corpus Christi, a exibição terá, ainda, com Closed Caption, audiodescrição e Libras.

Destaques

A programação da mostra abre no dia 6 de junho com o filme “Águas do Pastaza”, sobre a comunidade Suwa, localizada na fronteira entre o Equador e o Peru.

No dia 7, os curtas “Dia de Pesca e de Pescador” e “Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada” falam sobre como o brincar está inserido no dia a dia das crianças indígenas e como o cotidiano dessas comunidades se reproduzem de forma lúdica.

“Crescer onde nasce o sol” se passa numa comunidade onde o brincar parece não ter lugar e este ato se torna quase uma ação de resistência pelas crianças que, brincando, sonham com um futuro melhor. Por fim, “Aurora, a Rua que Queria Ser Rio” traz a história de um rio reprimido e canalizado para dar lugar ao “progresso”.

No dia 8 de junho, o documentário “Mata” abordará a resistência de um agricultor e uma comunidade indígena diante do avanço das plantações de eucalipto. A sessão será a única com Closed Caption, audiodescrição e Libras. Para encerrar, o último dia abre com “Borboletas de Arabuko”, que retrata o ofício de cultivadores de borboletas no Quênia e como essa prática incomum acabou ajudando a preservar a maior e última floresta remanescente da África Oriental. Em seguida, “Movimento das Mulheres Yarang” documentou a história de um grupo de mulheres do povo Ikpeng, que formou um movimento para coletar sementes florestais e restaurar as nascentes do Rio Xingu, que passa por suas aldeias. Por fim, “Meu Arado, Feminino”, destaca a pluralidade feminina do campo e seu elo com a natureza.

SEMEIA

De 5 a 11 de junho, a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, que faz parte da rede de equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, trará uma programação com rodas de conversa, oficinas, filmes, ativações artísticas e shows. Afinal, o objetivo é promover trocas e aprofundamentos sobre temas como preservação da água, saberes tradicionais, soberania alimentar, crise climática, direito à informação e cooperação para a sustentabilidade. Todas as atividades são gratuitas e algumas precisam de inscrição antecipada porque estão sujeitas a lotação.

Em seguida, confira a programação da Mostra Ecofalante durante a SEMEIA:

6 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Filme Águas de Pastaza (Inês T. Alves, Portugal, 60′, 2022) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

7 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Dia de Pesca e de Pescador (Mari Corrêa, Brasil, 2015, 3′) *com Libras

Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada (Haja Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro, Veronica Monachini, Brasil, 2016, 19′) *com Libras

Crescer onde nasce o sol (Xulia Doxágui, 2021, Brasil, 13′)*com Libras e Closed Caption

Aurora, a Rua que Queria Ser um Rio (Redhi Meron, 2021, Brasil, 10′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

8 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Mata (Fábio Nascimento, Ingrid Fadnes, 2020, Brasil / Noruega, 79′) *com Libras, Closed Caption e audiodescrição

Onde: Observatório

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

9 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Onde: Observatório

As Borboletas de Arabuko (John Davies, 2020, Reino Unido, 10′) *com Libras

Yarang Mamin – Movimento das Mulheres Yarang (Kamatxi Ikpeng, 2019, Brasil, 21′) *com Libras

Meu Arado, Feminino (Marina Polidoro, 2021, Brasil, 21′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

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