Bridgerton é uma série que tem um tom daqueles filmes de época, ao mesmo tempo de novela. A boa narração é de uma mulher que divulga as coisas que estão acontecendo naquela sociedade de uma forma bem estilo “jornalista de fofoca”. É a Sônia Abraão do negócio. A princípio, tem personagens interessantes entre as famílias em busca de casarem suas filhas e as intrigas dos nobres.
Aliás, sem dúvidas, uma das melhores coisas é ter um elenco que preza pela representatividade e vai além de somente brancos, pois pessoas negras têm títulos de nobreza e fazem parte da alta-sociedade londrina do século 19. Por exemplo, o belo e carismático Duque de Hastings (Regé-Jean Page) com seus traumas, tristezas e sex-appeal.
Rainha Shonda
Shonda Rhimes sabe como pegar o público com suas histórias, afinal, faz isso há 17 temporadas com Grey’s Anatomy . Aqui ela é produtora executiva, e dá para sentir a mão dela. Mas o responsável pelo show é Chris Van Dusen. Eles carregam uma novela bonita com um casal protagonista cheio de química que certamente convence, ambos com personalidades fortes e objetivos aparentemente opostos. É deveras cativante perceber a evolução da relação deles entre insônias e artimanhas. Sobretudo, Daphne Bridgerton tem uma fofura, fruto da ótima atuação de Phoebe Dynevor com seu charme e sensualidade delicada.
No terceiro episódio tem uma cena tão singela e romântica, tão emblemática, laureada por uma pintura, que fica difícil não torcer por eles. É um episódio-chave que abre novas descobertas e liberta medos. A série é baseada nos livros de Julia Quinn.
Por fim, há coadjuvantes que chamam atenção como Penelope Featherington (Nicola Coughlan) e a estrategista Lady Danbury (a poderosa Adjoa Andoh). Além disso, temos a rainha Charlotte (Golda Rosheuvel). Alguma lentidão, às vezes, pode incomodar os mais acelerados, mas esses não são o público-alvo dessa obra que capricha na direção de arte.