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Confinado
CinemaCrítica

Crítica: ‘Confinado’ é um filme cafona ou profundo?

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 21 de maio de 2025
7 Min Leitura
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Dirigido por David Yarovesky, Confinado tenta discutir a sociedade, porém, falha ao ser brando demais em sua crítica

Baseado em um assalto real ocorrido no Brasil, 4X4 (2019, Mariano Cohn) conta a história de um ladrão que tenta roubar um carro de luxo e acaba preso dentro dele, sendo torturado pelo dono do carro enquanto ambos fazem digressões sobre a sociedade, ética e como a civilização em si está quebrada.

A produção teve um sucesso considerável e rendeu 3 remakes em menos de 6 anos, o brasileiro A Jaula (2022, João Wainer), o indiano Dongalunnaru Jaagratha (2022, Sathish Tripura) e por fim o norte americano Confinado, estrelando Bill Skarsgård, como o marginal Eddie, e Anthony Hopkins, como o “cidadão do bem” William.

Existe uma tendência do cinema norte americano de adaptar produções renomadas no exterior, porém, costumam ficar inferiores ao filme original, cito como exemplo o excelente Um Homem Chamado Ove (2015, Hannes Holm) que foi adaptado como o mediano O Pior Vizinho do Mundo (2023, Marc Foster). Da mesma forma que existem exceções como O Chamado (2003, Gore Verbinski), em sua grande maioria, a adaptação norte-americano costuma passar uma camada de tinta em cima da produção original, tornando-a plástica em certos pontos e perdendo a potência de um filme por si só, como é o caso de Confinado.

Confira abaixo o trailer de Confinado e continue lendo a crítica

A discussão social por trás de Confinado, envolvendo luta de classes, ética, normas sociais, entre tantas outras questões, é explorada em todos as versões do filme, afinal, a dualidade entre seus dois protagonistas está presente em todo lugar: o médico cidadão do bem, dono do carro, que trabalhou a vida inteira e não entende como a sociedade falhou tanto porque “na época dele era melhor”, e o malandro, pai de família desesperado, que ama a filha com todas as forças, e a aceita ao final como um sinal que ele pode ser uma pessoa melhor.

A discussão artística sobre moral e ética na sociedade está presente a mais tempo do que podemos contar, pode ser forte como em Crime e Castigo (1866, Fiódor Dostoiévski), e gerar ondas eternas como em O Senhor das Moscas (1954, William Golding), porém, pode ser fraca e rasa se tratada com leviandade.

Confinado não é literatura, também não é um filme profundo e de arte, apesar de tentar ao máximo por meio de enquadramentos interessantes e reflexões inteligentes que nem mesmo Sir. Anthony Hopkins transmite em toda a sua potência, assim, a produção fica rasa e “family friendly” demais, ignorando o real potencial destrutivo a que o filme poderia ser levado.

Confinado

Bill Skarsgård em Confinado- Divulgação Oficial Diamond

Ao final de 4×4, e de A Jaula, filmes que nem são tão grandiosos para início de conversa, o médico e o meliante se encontram e o conflito é transmitido para o grande público, sofrendo interferência de agentes da lei e da própria mídia, porém, em Confinado isso não ocorre, optando focar em sua dupla primordial e deixando que eles resolvessem suas próprias questões, na medida que William prende Eddie no carro e sai dirigindo enquanto conversa calmamente com o homem que torturou por uma hora e 30, que no tempo narrativo representam quase uma semana.

A questão é que o final da opinião pública julgando ambos os personagens, levaria o filme a um novo patamar, podendo finalmente aumentar a escala do problema, ao invés de manter somente em um cidadão do bem, que provavelmente votou em Donald Trump, e um pai que tenta ao máximo ser um bom modelo para sua filha querida, algo que o filme não nos deixa esquecer, nos obrigando a tomar o lado dele somente pelo fato de sua menininha o amar “apesar dele ser cabeçudo”.

A tática de usar uma filha para simpatizar com um personagem de moralidade duvidosa não é usada somente em Eddie, também é usada no William de Anthony Hopkins, na forma de uma filha morta por bandidos, que o fez se tornar um justiceiro pois a lei não faz nada. Apesar de triste, a história já foi vista diversas vezes em outros lugares, e tratada de melhores formas inclusive, pelo simples motivo que eles não tiveram medo de ousar e ultrapassar a linha do aceitável, John Doe em Se7en (1995, David Fincher) não me deixa mentir.

Ao tentar emular e trazer algo novo ao gênero de horror no confinamento, a produção falha em divertir da mesma forma que Herege (2024, Scott Beck, Bryan Woods), e apresenta uma crítica mais rasa do que aparenta em sua superfície, afinal, produções que discutem um sistema quebrado existem centenas, entre elas 3 filmes quase idênticos, em que Confinado se destaca além de apresentar Bill Skarsgård sem camisa, tortura com uma música de Polka, e um Anthony Hopkins fazendo o psicopata que amamos odiar?

Confinado

Anthony Hopkins em Confinado- Copyright Metropolitan FilmExport

Dando o crédito aonde cabe o crédito, Confinado apresenta uma tensão durante toda a sua duração, mais por conta da agonia e desconforto de seu protagonista, e o começo de sua trilha sonora com instrumentos de percussão, apresenta toda uma atmosfera que é muito bem recebida, porém, até mesmo sua fotografia claustrofóbica original em seu começo, fica cansativa com o tempo, tornando a produção um vácuo entre uma discussão filosófica/política e uma cafonice divertida.

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Tags:Confinadocrítica confinadoDestaque no Viventefilme 4x4filme confinadoresenha confinado
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