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Cinema

Crítica | ‘Duetto’ tem no elenco seu maior destaque

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Duetto

Um drama familiar é envolvente quando vamos descobrindo suas causas e nuances ao longo da história. Isso nos dá tempo de criar laços com os personagens e tomar lados. Duetto, de Vicente Amorim, se torna previsível muito rapidamente e tal processo não flui como poderia. E mesmo que entregue um plot com uma tragédia, isso pouco importa para o todo, já que está completamente alheio à trama principal.

Duetto se passa na Itália, em 1965, e conta a história de encontro entre Cora, uma adolescente brasileira, e o famoso e controverso cantor italiano Marcello Bianchini. Mas a história começa em São Paulo. Depois da trágica morte de seu pai em um acidente de carro, Cora viaja com a avó, Lúcia, para a sua cidade natal, na Apúlia. Entre o passado familiar, os dramas e histórias da cidadezinha italiana, Cora trilhará seu caminho para a maturidade e a vida adulta.

Conflito entre irmãs

Apesar de a sinopse se concentrar em Cora (Luisa Arraes), o conflito principal e mais interessante é entre sua avó Lúcia (Marieta Severo) e a irmã Sofia (Elisabetta de Palo). As irmãs se distanciaram após uma briga 40 anos atrás, quando Lúcia retorna percebemos seu incômodo diante de Gino (Giancarlo Giannini), marido de Sofia. É nesse triângulo que se concentram os melhores diálogos e atuações, mas a virada óbvia quebra a expectativa de acompanhar o desenvolvimento desses personagens.

Sobre o filme, Marieta Severo diz: “Eu acho que tem duas vertentes dentro dessa história. Lúcia tenta reconstruir o passado enquanto Cora tenta construir o seu futuro”. Por outro lado, para Maeve Jinkings, que faz o papel de Isabel, mãe de Cora e esposa de Marcelo, o filme traz “uma narrativa que é um rito de passagem, são mulheres se descobrindo. No caso da Isabel, é uma mulher se descobrindo para além da maternidade. Porque sua filha está indo pro mundo”.

A trama de Cora foca nas reações impulsivas e por vezes divergentes de uma adolescente que perdeu o pai que tanto amava. Contudo, o roteiro desliza ao retratar esses sentimentos e cria algumas cenas desconcertantes. Dessa forma, seu fascínio pelo cantor Marcello Bianchini (Michelle Morrone) a leva para uma investigação que não se encaixa no filme e sequer tem conclusão.

Falta de profundidade

O filme se passa na Itália, é falado em dois idiomas (o que exigiu mais de alguns atores), aborda um festival musical e fotografia e não se utiliza desses elementos para algo maior. Nada além da trama da avó se encaixa muito bem e o filme parece não sair muito do lugar. As relações se acertam mais porque o tempo cura e não há grandes consequências para as ações de ninguém.

Aliás, é até incômodo não gostar de um drama envolvendo Marieta Severo e os demais por serem excelentes atores. Mas não tem boa atuação que segure uma história fraca e que não nos convence. O que sobra de Duetto é uma excelente fotografia e nada muito além.

Afinal, o filme estreia dia 29 de setembro nos cinemas. Assista ao trailer:

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Estudante de Comunicação Social com foco em Cinema. Além dos filmes, amo quadrinhos e vídeo games, sempre atrás de boas histórias.

Cinema

Museu do Amanhã exibirá filmes da Mostra Ecofalante de Cinema durante a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente 2023

Serão 10 filmes do mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais

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Aguas Do Pastaza ecofalante 2023 SEMEIA

Como parte da programação da SEMEIA, a Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, o equipamento cultural exibirá 10 filmes da Mostra Ecofalante de Cinema, um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais.

A princípio, as sessões acontecerão entre os dias 6 e 9 de junho e contarão com acessibilidade para pessoas surdas. No dia 7, uma das produções contará também com Closed Caption e, no dia 8 de junho, no feriado de Corpus Christi, a exibição terá, ainda, com Closed Caption, audiodescrição e Libras.

Destaques

A programação da mostra abre no dia 6 de junho com o filme “Águas do Pastaza”, sobre a comunidade Suwa, localizada na fronteira entre o Equador e o Peru.

No dia 7, os curtas “Dia de Pesca e de Pescador” e “Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada” falam sobre como o brincar está inserido no dia a dia das crianças indígenas e como o cotidiano dessas comunidades se reproduzem de forma lúdica.

“Crescer onde nasce o sol” se passa numa comunidade onde o brincar parece não ter lugar e este ato se torna quase uma ação de resistência pelas crianças que, brincando, sonham com um futuro melhor. Por fim, “Aurora, a Rua que Queria Ser Rio” traz a história de um rio reprimido e canalizado para dar lugar ao “progresso”.

No dia 8 de junho, o documentário “Mata” abordará a resistência de um agricultor e uma comunidade indígena diante do avanço das plantações de eucalipto. A sessão será a única com Closed Caption, audiodescrição e Libras. Para encerrar, o último dia abre com “Borboletas de Arabuko”, que retrata o ofício de cultivadores de borboletas no Quênia e como essa prática incomum acabou ajudando a preservar a maior e última floresta remanescente da África Oriental. Em seguida, “Movimento das Mulheres Yarang” documentou a história de um grupo de mulheres do povo Ikpeng, que formou um movimento para coletar sementes florestais e restaurar as nascentes do Rio Xingu, que passa por suas aldeias. Por fim, “Meu Arado, Feminino”, destaca a pluralidade feminina do campo e seu elo com a natureza.

SEMEIA

De 5 a 11 de junho, a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, que faz parte da rede de equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, trará uma programação com rodas de conversa, oficinas, filmes, ativações artísticas e shows. Afinal, o objetivo é promover trocas e aprofundamentos sobre temas como preservação da água, saberes tradicionais, soberania alimentar, crise climática, direito à informação e cooperação para a sustentabilidade. Todas as atividades são gratuitas e algumas precisam de inscrição antecipada porque estão sujeitas a lotação.

Em seguida, confira a programação da Mostra Ecofalante durante a SEMEIA:

6 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Filme Águas de Pastaza (Inês T. Alves, Portugal, 60′, 2022) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

7 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Dia de Pesca e de Pescador (Mari Corrêa, Brasil, 2015, 3′) *com Libras

Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada (Haja Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro, Veronica Monachini, Brasil, 2016, 19′) *com Libras

Crescer onde nasce o sol (Xulia Doxágui, 2021, Brasil, 13′)*com Libras e Closed Caption

Aurora, a Rua que Queria Ser um Rio (Redhi Meron, 2021, Brasil, 10′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

8 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Mata (Fábio Nascimento, Ingrid Fadnes, 2020, Brasil / Noruega, 79′) *com Libras, Closed Caption e audiodescrição

Onde: Observatório

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

9 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Onde: Observatório

As Borboletas de Arabuko (John Davies, 2020, Reino Unido, 10′) *com Libras

Yarang Mamin – Movimento das Mulheres Yarang (Kamatxi Ikpeng, 2019, Brasil, 21′) *com Libras

Meu Arado, Feminino (Marina Polidoro, 2021, Brasil, 21′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

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