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Gloria!
CinemaCrítica

Crítica: Gloria! resgata talentos apagados pela história

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 29 de junho de 2025
6 Min Leitura
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Dirigido por Margherita Vicario, Gloria! é uma otimista narrativa sobre sororidade, esquecimento histórico e liberdade

Em Maria Antonieta (2006, Sofia Coppola), Sofia Coppola se utiliza de alguns anacronismos históricos, entre eles a presença de um all-star, e música pop contemporânea, com o intuito de demonstrar como sua protagonista estava a frente do seu tempo histórico. Quase todas as protagonistas de Sofia Coppola apresentam um grau de ludismo e introspecção, desde Maria Antonieta, até Priscilla Presley, Priscilla (2023, Sofia Coppola), e mesmo sem apresentar catarses nítidas em seus filmes, as produções produziram imagens belíssimas e que ficaram marcadas para a história. Tudo que foi dito sobre Sofia Coppola, pode ser encontrado em Gloria!.

Confira abaixo o trailer de Gloria! e continue lendo a crítica

Logo em sua primeira cena, percebemos o potencial de grandiosidade de Glória!, porém, não por conta de uma narrativa espetacular, uma fotografia estonteante, ou um elenco perfeito, mas, por conta de um design de som que transporta o espectador diretamente para seu universo, um orfanato e conservatório para mulheres do começo do século XIX, porém, muito além disso, é um local que existe em seu próprio espaço e tempo, podendo tomar algumas liberdades criativas e narrativas que podem ser anacrônicas para um historiador, porém, para o espectador tradicional que estiver aberto a encarar a jornada, traz um consolo e senso de vitalidade, que se assemelha ao realizado em Mamma Mia! (2008, Phyllida Lloyd).

Gloria!

Cena de Gloria!- Divulgação Oficial

Gloria! acompanha Teresa, uma jovem muda e solitária que mora em um orfanato e conservatório em decadência. Com a iminente visita do Papa Pio VII, o mestre da capela se esforça para compor uma nova peça musical, porém, é Teresa que inicia uma revolução musical após descobrir um piano forte, trazendo mudanças à vida de todas as mulheres da instituição, as enchendo de vida e permitindo que suas vozes alcancem alturas que não eram anteriormente permitidas.

O fato de Teresa ser muda, pode ser relacionado ao simbolismo do mito de Cassandra, a princesa troiana amaldiçoada por Apolo, e ao retrato do feminino, já explorado com profundidade em livros como Mulheres que Corre com Lobos (1989, Clarissa Pinkola Estés), que discute o papel dado à mulher dentro de uma sociedade patriarcal: a passiva, e nunca a ativa.

Por meio da música, Teresa muda isso, e da mesma forma que Sofia Coppola, Margherita Vicario se utiliza de anacronismos musicais para demonstrar o poder revolucionário da música e destas mulheres, trazendo uma atmosfera otimista para uma produção que apresenta momentos mais densos, como uma tentativa de suicídio, e a questão do filho de Teresa, porém, opta por focar nos momentos mais alegres, com o intuito de construir um ode à mulheres que foram apagadas da história, e mulheres que lutam para ouvirem sua voz.

Com tonalidades pastel, Glória! apresenta uma estética cromofóbica, apresentando receio de usar cores vibrantes e exageradas, focando em uma tonalidade sépia que permeia a produção, quando em certos momentos seria gratificante termos um pouco mais de cor, podendo auxiliar algumas cenas que ficaram escuras, ou trazendo mais vida para alguns dos lindos figurinos.

Glória!

Carlotta Gamba como Lucia em Glória!- Divulgação Oficial

Glória! se utiliza da narrativa clássica de libertação, incluindo o símbolo, nem um pouco sutil, de sua protagonista começar o filme muda e terminar com voz, porém, muito mais do que isso, Glória! traz um senso de esperança. Mesmo após o lettering que demonstra os impactos de Napoleão Bonaparte no estudo da música em instituições femininas, temos um epílogo que demonstra como elas se uniram em pró da arte e da música, talvez seja um pouco difícil de acreditar dento de um mundo cada vez mais sombrio, mas, esta é uma das maiores forças da produção de Margherita Vicario, ela apresenta um otimismo contagiante, mesmo com o mais sombrio dos contextos.

Analisando friamente, podemos enxergar Glória! como um filme imaturo e vazio, afinal, sua jornada é básica e não apresenta catarses ou grandes clímaxes, porém, a produção é tudo menos isso. Em sua primeira direção de longa metragem, Vicario transborda vida por conta de um design de som maestral, e compõe um ode à vozes e amizades femininas, provando que mesmo com desavenças e conflitos, a sororidade ainda existe, e pelo menos dentro destes núcleos, elas serão sempre lembradas.

Gloria! faz parte da 12ª edição do 8½ Festa do Cinema Italiano, um festival de cinema italiano que ocorrerá entre os dias 26/06 e 02/07, com diversos filmes do cinema contemporâneo italiano, além de uma homenagem aos 100 anos de Marcello Mastroianni além de outros eventos.

A programação completa da 12ª edição do 8½ Festa do Cinema Italiano pode ser encontrada em seu site oficial.

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Tags:cinema italianocríticaCritica Glória!Destaque no ViventeFesta Cinema ItalianoGlória!Margherita Vicariosofia coppola
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