5 anos depois da última empreitada de James Wan, eis que a franquia Invocação do Mal retorna aos cinemas. Agora em seu terceiro capítulo trazendo o casal Warren em uma nova trama sobrenatural. Após 3 filmes e diversos derivados da história original, era perceptível que alguma mudança seria necessária para prender a atenção do público e convencê-los a sair de casa para ir ao cinema. Esses que aos poucos vão testando sua relevância em relação ao crescimento dos serviços de streaming que mudaram a forma do público consumir esse tipo de mídia.
A difícil tarefa de contar essa nova história fica a cargo do diretor Michael Chaves (A Maldição da Chorona), e é impossível não comparar o seu trabalho com o pai dos monstros contemporâneos: James Wan, que não só criou a franquia como também tem um jeito particular de imprimir a sua visão através da direção com seus planos sequência que costumam pegar o espectador pelas mãos e o levar a um passeio por todo o cenário onde a trama irá acontecer.
Michael não decepciona e faz de tudo para se distanciar da estética do criador da franquia, mas mantendo a identidade da saga. Aliás, é nítido também ver que o diretor apostou no que funciona para o grande público, seja homenageando filmes clássicos como O Exorcista de 1977, ou até o nem tão recente O Exorcismo de Emily Rose de 2005, ou seja, ele fez o dever de casa. Tem contorcionismo, ossos quebrando e endemoniado voando? Tem. É um clichê que funciona, seguro, e juntando tudo isso com o casal mais amado dos filmes de terror Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga), é sussa, terror de qualidade.
O filme
Mas vamos à história: Arne Cheynne Johnson, foi primeiro réu dos Estados Unidos a se defender da acusação de homicídio sob a alegação de possessão demoníaca, e cabe ao casal ajudar o jovem a provar isso à justiça. Esse inclusive é um dos casos mais famosos dos Warren, já que teve uma imensa cobertura da imprensa na época.
Já na premissa podemos notar a diferença em relação aos dois últimos filmes da franquia, afinal, o monstro aqui não é uma boneca amaldiçoada ou uma freira infernal, e sim um ser humano que manipula as forças das trevas. A trama também foca no lado investigativo do casal, que sempre apareceu de maneira superficial nos filmes anteriores. Ed e Lorraine chegam até a colaborar com a polícia local para ajudar a desvendar um crime que já estava há 3 meses sem solução, tudo isso sem se perder da trama principal.
Mas todo esse envolvimento tem um preço: a saúde de um dos protagonistas, que após o ataque direto do demônio vai ficando cada vez mais debilitada. E nesses momentos podemos conhecer um pouquinho mais da história do casal, de quando e como se conheceram, do amor entre os dois. Para quem ama um momento romântico, esse filme tem vários, o que é bom pra aliviar a tensão entre um susto e outro.
Mão do Criador
Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio, como um filho, consegue soltar da mão do seu criador e seguir seu próprio caminho através das mãos de um novo diretor. Inova na fórmula e sai da mesmice, aposta em ambientes externos ao invés das tradicionais casas mal assombradas. Por fim, apresenta novas habilidades dos protagonistas e renova um gênero tão saturado quanto o gênero de terror.
Invocação do Mal 3 – A Ordem do Demônio, estreia nesta quarta feira, dia 03 de junho.
*Crítica por Douglas Clive