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Crítica

Quem Matou María Marta? | Minissérie tem enredo investigativo e detalhes instigantes

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Crítica Quem Matou Maria Marta

Quem matou María Marta? é uma minissérie com direção de Alexandro Hartmann para a Netflix. Aqui, analiso os dois primeiros episódios com cerca de 1h de duração cada. A princípio, o caso que origina este enredo aconteceu em 2002, ano não muito distante dos dias atuais. Isso implica que a leitura da realidade e acesso a recursos tecnológicos, como filmagens de alta qualidade, tem bastante uso.

A organização de ideias do filme foi muito bem feita e de fácil absorção. Aliás, tem como intenção secundária, para ambientação e imersão, o contraste fortíssimo entre o estilo de vida da família atingida e o horror da tragédia que aconteceu.

As relações familiares e os sentimentos que os invadem são revividos na linha cronológica dos eventos juntamente com imagens belas de uma Argentina natural e acolhedora. Ou seja, totalmente distinta da realidade política e econômica presente e constante num país manipulado pelos capitais.

Socióloga

Certamente, o fato de María Marta ser uma socióloga notável e entendedora do sistema que a cerca, não a fez abandonar privilégios de classe, sendo mais ligada à causa da fome e crimes por desaparecimento de crianças na Argentina que, segundo mostra a minissérie, recebiam pouco apoio do estado para ser combatido ou investigado. Ademais, seu trabalho no Missing Children Argentina é considerado sua maior contribuição em vida.

Quem matou María Marta? tem um enredo investigativo clássico, teorias diversas e detalhes instigantes surgindo a todo tempo. Além disso, uma vez que a família Belsunce teria acesso privilegiado à meios de comunicação, agentes de justiça e de polícia, tem tudo para manter o observador atento ao suspense de uma história que só faz escalonar no quesito reviravoltas, influências, erros de ação dos envolvidos e parcialidade de alguns membros públicos responsáveis pela investigação.

Contraste Sociais

Uma característica notável neste caso de assassinato em específico é a importância social e proporção que tomou. A investigação, em certo ponto, tentava seguir seu curso numa realidade que não parecia buscar mais a verdade, porém sim o escândalo e espetáculo jornalistico. O Country Club Camel é o quadro perfeito para abordarem contrastes sociais e de classe que fogem à realidade média argentina.  A utilização desmedida de recursos e empenho desproporcional por parte do poder público, mostram que sua justiça tem lado, interesse e motivação próprios.

Por fim, percebe-se, ao longo dos dois episódios, o uso exaustivo do caso pelos jornais, como o Clarín, numa tentativa de extrair dessa tragédia, desse crime, material quase infindável de consumo e entretenimento.

Espero que aos curiosos e investigadores amadores de plantão, tenha sido uma boa leitura e que os anime a acompanhar o desenrolar desta intensa narrativa.

Boa maratona à todos!

Afinal, confira o trailer:

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Cinema

Critica | A Primeira Comunhão

Filme do diretor espanhol Victor Garcia tem distribuição da Paris Filmes e está nos cinemas

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critica a primeira comunhão

O terror que entrega mais atuação do que enredo

A Primeira Comunhão, filme do diretor espanhol Victor Garcia, conhecido pelo premiado filme De Volta a Casa Da Colina (2007), traz a história de Sara, uma adolescente simples e com dificuldades para fazer amizades na nova cidade. Após mudar com sua familia para o interior da Espanha, Sara conhece Rebeca, uma adolescente rebelde e mal falada na cidade que em determinada noite leva Sara para uma balada um pouco distante de sua casa.

Porém, na volta, as duas se arriscam ao pedir carona para o traficante da cidade. No trajeto Sara avista uma menina vestida de branco com uma boneca de primeira comunhão na mão. Após Chivo parar o carro assustado, Sara desce a procura da menina, Rebe a repreende e pede para que volte para o carro e em seguida a personagem principal encontra a fatídica boneca. Rebeca e Chivo, que já conheciam sobre uma antiga lenda da cidade acerca da garota e da boneca, a chamam de volta para o carro, mas Sara leva a boneca consigo. Dessa forma, a partir daquele momento, todo o grupo é amaldiçoado pela boneca e por Marisol (a dona da boneca).

Pontos positivos

Um dos maiores pontos positivos do filme é a capacidade do elenco de entregar ótimas atuações, dando ênfase a Aina Quiñones, que interpreta Rebeca. Em seu show particular, Aina entrega tudo que se espera de um filme como esse: medo e aflição. Uma das cenas que envolve o pai de Rebeca é digna de prêmios, um pai que só maltrata a filha e a trata do modo visto no filme, ao ver a filha em possessão se desespera ao ponto de arrombar uma porta e trazer emoção pura a cena.

Já o ponto alto se mostra já pelo final, em uma cena em um poço. A atuação de Carla Campra é simples, mas no momento dessa sequência se faz importante e mostra como a simplicidade pode agregar muito a uma obra. Vale ressaltar sobre a atuação de Carla no momento do acidente de Chivo, onde a mesma entrega emoção e desespero, um momento que com certeza é marcante ao mostrá-la como indefesa diante de toda situação.

Aliás, veja o trailer de A Primeira Comunhão, e siga lendo:

Afinal, A Primeira Comunhão traz um terror genérico, mas com boas atuações e cenas de suspense. Sente-se a falta da trilha que leva o publico a estar mais concentrado no filme e até mesmo a se sentir mais imerso naquela realidade. A obra aborda temas que a indústria espanhola vem utilizando cada dia mais como a amizade e o romance adolescente. Um ponto que pode incomodar aos românticos de plantão é o fato de Sara e Pedro não se aprofundarem em sua relação e nem mesmo terem tantas cenas românticas do único casal abordado no filme.

No geral o filme é bastante conveniente para aqueles que curtem um terror básico, mas que ainda sim entregue o suspense digno de filmes do segmento. Algumas cenas como o terror familiar de Rebeca podem vir a gerar gatilhos a quem passa ou já passou por situações parecidas. mas sem dúvidas é um tema importante a ser abordado.

A Primeira Comunhão (The Communion Girl), com distribuição da A Paris Filmes, está nos cinemas brasileiros.

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