“Relatos do Mundo” (News of the World). Ah, Tom Hanks. Meu ator preferido. Cresci vendo diversos filmes dele. “Quero ser Grande”, “Splash – Uma Sereia em minha vida”, “Um Dia a Casa Cai”. Esses foram alguns dos que marcaram minha infância. Em seguida, vieram tantos outros grandes filmes como “Forrest Gump” e “À Espera de Um Milagre” (e uma lista sem fim). O talento desse ator, o carisma, a simpatia, sempre foram destaque. Nunca vi nenhum filme ruim com ele. Nunca. Pode não ser genial, pode ter roteiros simples, mas se tiver Tom Hanks, não será tempo perdido.
Dessa forma, vi “Relatos do Mundo”, na Netflix. E, claro, não decepcionei. Tom Hanks é um dos motivos pelos quais eu amo cinema e traz o poder de um ator. Esse não é o melhor filme dele, nem está entre os melhores, porém, uma vez mais, sua atuação convence e nos entrega outro herói. No Velho Oeste, sob a direção do britânico Paul Greengrass, um homem segue em frente para não olhar para trás. Quer ir em linha reta. Entretanto, o destino tem outros planos e o maior ensinamento que o filme traz é deveras importante: a necessidade de fechar ciclos.
Vamos trocar uma ideia?
Realmente, vejo o filme em uma semana onde esse ensinamento grita em minha alma. Encontrei uma ex-namorada, que hoje vive em outro país, por “coincidência”. Coloco entre aspas, pois, se tem algo que aprendi na minha ainda curta vida é que não existem coincidências. Entre hesitações e reflexões, tive a iniciativa de dizer para ela: “podemos trocar uma ideia?”. Quase ficou para depois, pois tinha que resolver um compromisso, mas, sentia que não era para deixar passar a oportunidade que o universo me proporcionava naquela tarde.
Fui atrás dela, sentamos na areia da praia e pude abrir minhas raivas e mágoas, ouvir um pedido de perdão e, finalmente, perdoar. A sensação foi de liberdade e leveza. Precisamos perdoar o próximo e a nós mesmos para podermos seguir nossas jornadas. Depois, um mergulho no mar, para limpar de vez. Humildemente pedi que as ondas levassem tudo de uma vez.
Perdoai
Aliás, escrevendo essa crônica, me vem um sentimento de gratidão. Nessa mesma semana, um antigo amigo também me pediu desculpas por um erro que teve no passado e que nos afastou. Foi ótimo perdoá-lo. Todavia, em pouco empo percebi que suas atitudes ainda seguiam um caminho que não mais me interessa. É mais um ciclo que se encerra e deve ficar assim. Os ciclos devem ser fechados da melhor forma possível, as pontas soltas nos atrasam. Podemos iniciar outros, mas não retornar aos erros repetidos.
Em “Relatos do Mundo”, o Capitão Jeffrey Kidd (Tom Hanks) recebe uma missão ingrata e difícil, de súbito, e graças a isso tem que viver diversas situações de perigo até aprender a lição. Ah, que possamos aprender sem ter que enfrentar tantos perigos assim, que sejamos menos teimosos e que o perdão verdadeiro esteja em nossos corações, pois, por fim, quem perdoa ganha mais do que quem é perdoado. Um salve para a chance de sermos livres e um viva para os encerramentos. E os novos começos.