“Rio Connection” é uma série que se passa nos anos 1970 que mostra uma rede de tráfico de heroína que se estabelece no Brasil, criando uma rota estratégica em direção aos Estados Unidos. Com idealização e direção de Mauro Lima, a obra se destaca por ter uma produção de qualidade e um bom elenco que mescla estrangeiros e brasileiros. A história mergulha nas vidas de três criminosos europeus – Tommaso Buscetta (Valerio Morigi), Fernand Legros (Raphael Kahn) e Lucien Sarti (Aksel Ustun).
A princípio, quando vi o título, logo pensei no excelente filme, o clássico “French Connection”. E foi exatamente essa minha pergunta no evento de lançamento da série que aconteceu na última terça-feira (21) e contou com coletiva de imprensa com diretor e elenco.
Máfia Tropical
“O Rio Connection foi uma tentativa de desviar a French Connection pela América do Sul através das mesmas figuras, a máfia da Córsega que tinha sido recém desmantelada, como você vê no ‘French Connection’ (filme), pelo Gene Hackman, pelo FBI, pela Agência de Narcóticos Americana. Tinham recém prendido várias pessoas ali e alguns fugiram e vieram para a América do Sul chegando no Uruguai, Paraguai, Argentina e no Brasil. Alguns como o mafioso italiano Tomasso Buscetta também tava por aqui. Todos eles fugidos com mandado de prisão nas costas. Coincidemente estando por aqui resolveram criar essa conexão através da América do Sul, por isso que leva esse nome de Rio Connection. São as mesmas pessoas criando uma nova rota no Rio de Janeiro. A ideia de tropicalizar a máfia vem daí. Mas na verdade é uma história real conectada com outra história real, ambas no audiovisual.”, me respondeu o criador da série Mauro Lima.
Ao todo são oito episódios, mas pude ver os dois primeiros nessa estreia especial para convidados. Tudo começa com uma reunião entre Tommaso e seus comparsas para finalizar um acordo de transporte de heroína para os cartéis nos Estados Unidos. O enredo, inspirado em eventos reais, cativa o espectador ao apresentar um plano meticulosamente elaborado para comprar heroína por preços mais baixos e revendê-la a preços exorbitantes. No entanto, a confiança entre os membros do trio é enfrenta desafios pela imprevisibilidade de suas parcerias e as incursões da polícia.
Aliás, veja o trailer, e siga lendo:
Algo que chama atenção é a boa humanização dos personagens. Ao contrário de retratar criminosos unidimensionais, “Rio Connection” mergulha na complexidade de cada indivíduo, mostrando suas questões particulares, possibilitando a empatia dos espectadores, mas sem esquecer seus lados sombrios. Isso cria uma dinâmica intrigante.
Porém, apesar da trama envolvente, a série parecer mostrar certa lentidão no desenvolvimento, ao menos nesses dois primeiros capítulos, o que não deixa de ser uma escolha. Por outro lado, a relação entre Fernand e seus parceiros e familiares é um ponto forte, proporcionando uma dinâmica estranha e não convencional, mas ao mesmo tempo envolvente.
“Rio Connection” é, no geral, uma série sólida, embora com esse ritmo mais lento. Se você aprecia shows que exploram minuciosamente cada detalhe, mesmo os aparentemente insignificantes, encontrará mais méritos nesta produção. Os primeiros episódios entregam uma experiência peculiar e fornecem a possibilidade de explorar as complexidades do mundo do crime nos anos 1970.
Afinal, o elenco ainda conta com Marina Ruy Barbosa, Maria Casadevall, Bruno Gissoni, Carla Salle, Felipe Rocha, Rômulo Arantes Neto, Nicolas Prattes, Aryè Campo, e outros. A série estreia exclusivamente na Globoplay no dia 23 de novembro.
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