Ao mergulhar na projeção de “Sem Coração”, na Mostra Premiére Brasil: Competitiva Longas Ficção, minha alma se inundou de uma alegria intensa. Foi um dos melhores que vi nesse grande evento cinematográfico. O filme, profundamente comovente, tece um retrato nostálgico da juventude à beira do mar de Alagoas no ano de 1996. Pessoalmente, me evocou lembranças das cidades da Região dos Lagos do Rio de Janeiro.
A princípio, o elenco talentoso nos brinda com novos nomes em ascensão, como a espetacular atuação de Maya de Vicq no papel de Tamara, a bela performance de Eduarda Samara como a enigmática Sem Coração e a poderosa interpretação de Alaylson como Emanuel Galego.
Além disso, a colaboração harmoniosa entre a Direção de Fotografia de Evgenia Alexandrova (venceu o Troféu Redentor da Première Brasil de Melhor Fotografia) e a Direção de Arte de Thales Junqueira oferece ao público imagens e cenários deslumbrantes das praias, barcos e casas que permeiam essa narrativa.
Ao longo do filme, testemunhamos as descobertas marcantes de uma fase da vida que molda profundamente nossa existência. Tudo sob o olhar perspicaz de personagens que capturam fragmentos de indivíduos que já cruzaram nossos caminhos ao longo das jornadas pessoais: os que se perderam, os que se encontraram, os que se apaixonaram, os que partiram e os que decidiram mudar de rumo.
1996
Embora o filme esteja ancorado em 1996, uma época que ressoa mais com aqueles que a vivenciaram, ele transcende sua temporalidade ao explorar os desafios universais enfrentados pelos jovens enquanto se descobrem. Confesso, até mesmo em minha suposta imparcialidade jornalística, sucumbi à empolgação e me tornei um fã, pedindo ao jovem jornalista Yago SG Freitas, meu companheiro de cabines de imprensa, que registrasse um momento especial ao lado desses jovens talentosos.
Em suma, “Sem Coração” é uma obra repleta de metáforas profundas, desde a sabedoria e a força simbolizadas pela graciosidade da arraia até a complexa dualidade representada pela baleia, que transita entre o inconsciente e a melancolia. O filme, embora pareça deixar pontas soltas, oferece pistas e sugestões que incitam a reflexão. Algumas respostas permanecem no âmbito da imaginação do espectador e, tem outro grande valor, o de mostrar amores, amores puros adolescentes.
Por fim, o trailer de “Sem Coração”:
Ademais, veja mais:
‘Corpos Invisíveis’ é uma obra que transcende a tela e penetra na alma