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Crítica

The Crown | Entenda a quarta temporada que traz Gillian Anderson

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The Crown 4a temporada

A série The Crown vai além dos muros da realeza para mostrar as fraquezas humanas. Se eliminarmos os muros que separam a realeza britânica do restante do mundo que a cerca, o que encontraremos? Guardadas as devidas proporções, talvez mais semelhanças com a vida convencional do que possamos imaginar. Ao menos é o que a série, na Netflix, nos mostra. Afinal, imerge os espectadores nos bastidores da Família Real Britânica para focar, especialmente, nos conflitos de relacionamento entre seus membros.

A princípio, problemas no casamento, distanciamento dos filhos, disputa por atenção… esses são alguns dos conflitos que ocorrem na realeza, na concepção da série. Conflitos que permeiam nossas vidas, podendo gerar pontos de identificação com o público. E, aliás, que se acirram ainda mais na quarta temporada que estreou, recentemente, no dia 15 de novembro de 2020. Indubitavelmente, uma das mais aguardadas pelos espectadores até então.

O arquivo X de Gillian Anderson

Motivos para tal expectativa não faltaram, já que a nova temporada trouxe mais duas personalidades femininas muito fortes e presentes. Margaret Tatcher, que ganha vida pela eficiente Gillian Anderson (Arquivo X), e Diana Spencer, pela talentosa Emma Corrin. Ambas as atrizes souberam dar vivacidade a seus personagens e às inúmeras relações conflituosas vivenciadas por elas.

Enquanto Gillian Anderson encarnou a primeira-ministra britânica de forma espetacular, comunicando pelo gesto e pelo olhar a forma rígida e fria com que sua personagem encarava, muitas vezes, os problemas que apareciam; Emma soube transmitir a doçura da Princesa Diana apenas pelo olhar. Ela ainda traduziu, com sua expressão facial, o sofrimento interno da personagem, que vivia em conflito com seu marido, o Príncipe Charles. O casamento extremamente conturbado de ambos foi, inclusive, um dos destaques da quarta temporada.

Veja o trailer e siga lendo:

Coerência sem casamento

No entanto, quem esperava uma cena memorável do casamento entre o Príncipe Charles e a Princesa Diana pode ter se frustrado, já que a série não retratou tal acontecimento, que atraiu holofotes midiáticos do mundo todo no ano de 1981. Questionada sobre tal situação, a atriz Emma Corrin disse em uma entrevista que, para uma cena ser recriada, ela necessita fazer parte da história, estar relacionada com o enredo. A frase de Emma é coerente com a proposta da série, que visa mostrar a realeza britânica por trás dos muros que a isolam da população, ou seja, aquilo que não é exibido explicitamente.

Independentemente de The Crown ter ou não mesclado ficção com realidade – não podemos nos esquecer de que a série constitui uma representação imagética da Família Real Britânica, dentre tantas outras, afinal nunca enxergamos a realidade, mas as imagens construídas a partir dela e que nos são mostradas –, ela conecta sociedade e realeza por meio de conflitos muitas vezes causados por um dos maiores incômodos: a dificuldade do ser humano em lidar com o “eu”.

Tal implicação também se revela nas disputas de poder entre os personagens, especialmente aqueles que se incomodam por serem ofuscados pela Rainha Elizabeth, interpretada com maestria por Olivia Colman. O mais irônico é que ela também se incomoda ao se sentir uma mera coadjuvante por não poder interferir na política britânica. Personagens em busca de atenção, mas que se encontram perdidas internamente.

Portanto, independente de ser realidade ou ficção, The Crown atravessa os muros da realeza para realçar aquilo que muitos buscam ocultar: o ser humano em sua essência.

*Texto escrito por Mariana Mascarenhas. Jornalista e pesquisadora do Centro de Estudos Logoimagéticos CONDES-FOTÓS: centro de pesquisas destinado a estudar o poder das imagens na sociedade.

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Cinema

Critica | A Primeira Comunhão

Filme do diretor espanhol Victor Garcia tem distribuição da Paris Filmes e está nos cinemas

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critica a primeira comunhão

O terror que entrega mais atuação do que enredo

A Primeira Comunhão, filme do diretor espanhol Victor Garcia, conhecido pelo premiado filme De Volta a Casa Da Colina (2007), traz a história de Sara, uma adolescente simples e com dificuldades para fazer amizades na nova cidade. Após mudar com sua familia para o interior da Espanha, Sara conhece Rebeca, uma adolescente rebelde e mal falada na cidade que em determinada noite leva Sara para uma balada um pouco distante de sua casa.

Porém, na volta, as duas se arriscam ao pedir carona para o traficante da cidade. No trajeto Sara avista uma menina vestida de branco com uma boneca de primeira comunhão na mão. Após Chivo parar o carro assustado, Sara desce a procura da menina, Rebe a repreende e pede para que volte para o carro e em seguida a personagem principal encontra a fatídica boneca. Rebeca e Chivo, que já conheciam sobre uma antiga lenda da cidade acerca da garota e da boneca, a chamam de volta para o carro, mas Sara leva a boneca consigo. Dessa forma, a partir daquele momento, todo o grupo é amaldiçoado pela boneca e por Marisol (a dona da boneca).

Pontos positivos

Um dos maiores pontos positivos do filme é a capacidade do elenco de entregar ótimas atuações, dando ênfase a Aina Quiñones, que interpreta Rebeca. Em seu show particular, Aina entrega tudo que se espera de um filme como esse: medo e aflição. Uma das cenas que envolve o pai de Rebeca é digna de prêmios, um pai que só maltrata a filha e a trata do modo visto no filme, ao ver a filha em possessão se desespera ao ponto de arrombar uma porta e trazer emoção pura a cena.

Já o ponto alto se mostra já pelo final, em uma cena em um poço. A atuação de Carla Campra é simples, mas no momento dessa sequência se faz importante e mostra como a simplicidade pode agregar muito a uma obra. Vale ressaltar sobre a atuação de Carla no momento do acidente de Chivo, onde a mesma entrega emoção e desespero, um momento que com certeza é marcante ao mostrá-la como indefesa diante de toda situação.

Aliás, veja o trailer de A Primeira Comunhão, e siga lendo:

Afinal, A Primeira Comunhão traz um terror genérico, mas com boas atuações e cenas de suspense. Sente-se a falta da trilha que leva o publico a estar mais concentrado no filme e até mesmo a se sentir mais imerso naquela realidade. A obra aborda temas que a indústria espanhola vem utilizando cada dia mais como a amizade e o romance adolescente. Um ponto que pode incomodar aos românticos de plantão é o fato de Sara e Pedro não se aprofundarem em sua relação e nem mesmo terem tantas cenas românticas do único casal abordado no filme.

No geral o filme é bastante conveniente para aqueles que curtem um terror básico, mas que ainda sim entregue o suspense digno de filmes do segmento. Algumas cenas como o terror familiar de Rebeca podem vir a gerar gatilhos a quem passa ou já passou por situações parecidas. mas sem dúvidas é um tema importante a ser abordado.

A Primeira Comunhão (The Communion Girl), com distribuição da A Paris Filmes, está nos cinemas brasileiros.

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