Conecte-se conosco

Cinema

Matrix Resurrections | Filme une amor e evolução numa nova encarnação

Publicado

em

Resenha Crítica Matrix Resurrections

“Matrix Resurrections” retoma a franquia de maneira inteligente e amplia possibilidades. No primeiro filme, de 1999, o apartamento de Neo (Keanu Reeves) é o 303. Uma referência a Jesus Cristo, que faleceu (e ressuscitou) com 33 anos. Neo é o escolhido, o salvador, o qual, a partir do amor de Trinity (Carrie-Anne Moss) se encontra. O original teve duas sequências, não tão amadas: “Matrix Reloaded” (2003) e “Matrix Revolutions” (2003).

Agora, depois de 18 anos do terceiro filme, vemos Neo confuso e atormentado por memórias estranhas, de volta a Matrix. A direção de Lana Wachowski resgata a essência dos anteriores em referências que acontecem o tempo todo. A metalinguagem está presente de uma forma que não é boba ou simplista como vemos tanto por aí, mas que brinca com o conceito de metaverso. Afinal, a vida é um jogo? O que é real? Tudo se repete? A velha luta entre livre-arbítrio e destino segue.

Espiritualidade

Os conceitos espiritualistas saltam. Vivemos em um mundo ilusório, ou seja, Maya, como ensinou Sidarta Gautama? Esse é um dos temas principais da filosofia que Matrix aborda desde sua origem. Entre tantas outras teorias explicativas, muitas das quais esse novo longa faz questão de citar. Diferentemente de Jesus Cristo, que viveu sem pecado segundo contam as histórias, Neo está mais para Buda, alguém que teve uma vida antes de se tornar um iluminado.

Mas, tudo já está escrito ou podemos mudar o futuro? A roda das encarnações, Samsara, como sair dela? A cada nova encarnação, ou a cada novo filme, talvez, temos uma chance de dar mais um passo evolutivo. Um dos episódios da ótima série “Midnight Gospel”, na Netflix, traz exatamente isso. As almas clamam por crescer e se libertar, mas há um sistema que procura manter a todos como um enxame controlado.

Empoderamento

Matrix é um dos grandes marcos da ficção científica e traz uma gama de citações filosóficas gigantesca. Lembro de ver o primeiro no cinema e as pessoas saindo sem entender muita coisa. Não foi um “boom” instantâneo. Aos poucos, foram percebendo mais do que havia ali e a visão das irmãs Wachowski de metaverso brotava. Vieram jogos que se conectavam com os filmes, séries de animação, e muito mais. Isso não era comum até ali.

O empoderamento feminino também se faz presente na película bem explicitamente. Inclusive, dizem os esotéricos que o planeta Terra adentra uma agora a Era de Aquário, onde a mulher assume o papel de liderança e governo do mundo. Trinity representa isso.

Por fim, destaque para o carisma e a atuação de Jessica Henwick como Bugs. Além do retorno de Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss, temos no elenco Jada Pinkett Smith como Niobe, Yahya Abdul-Mateen II (Morpheus) e Priyanka Chopra (Sati), o filme chega aos cinemas no dia 22 de dezembro.

Aliás, veja o trailer:

Jornalista Cultural. Um ser vivente nesse mundo cheio de mundos. Um realista esperançoso e divulgador da cultura como elemento de elevação na evolução.

Cinema

Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

Publicado

em

Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

Por último, leia mais:

Fé e Fúria | Documentário inédito estreia no Canal Brasil no novo Dia Nacional do Candomblé

Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho | Crítica (viventeandante.com)

Yoga De Rua | Enfim, conheça o extraordinário na simplicidade (viventeandante.com)

Continue lendo
Anúncio
Anúncio

Cultura

Crítica

Séries

Literatura

Música

Anúncio

Tendências