Começa o ano e a Netflix de 2021 vem que vem. Estreou neste janeiro “O Tigre Branco“, filme indiano. Não sabia muito sobre ele, resolvi dar uma chance e me surpreendi muito. O filme começa com toques engraçados, característicos da Índia, mas vem com críticas sociais pesadas. Desde ao modo de vida, política até as castas e a ascensão de um pobre a rico.
Acompanhamos Balram (Adarsh Gourav) que sempre foi um cara esperto, e viu que precisava de alguma forma subir na vida. Porém, muitos acontecimentos pesados vão assombrar essa história.
O filme é longo, característico também de filmes indianos, mas passa até rápido com seu ritmo ágil. Falando de direção e roteiro são ótimos, algumas cenas são bem escuras, mas sinto um propósito sobre luz e trevas, algo que tem citação no começo do filme. Com certeza esse filme o fará repensar várias coisas da nossa sociedade, sobre como lidamos com corrupção, inveja, mentiras, violência. Tudo isso em uma história que envolve e deixa com perguntas e questionamentos pra digerir após o término do filme.
Sempre vou falar sobre filmes fora de Hollywood. Espero que as pessoas deem uma chance para essas obras. Como muitos viram com “Parasita” ganhando o Oscar no ano passado, o mundo inteiro tem boas histórias para nos contar. Enfim, “O Tigre Branco” com certeza é uma delas. Se você já viu me conte o que mais gostou ou se não gostou também.
Aliás, veja o trailer:
O Arsenal dos Espiões
“O Arsenal dos Espiões” é uma série documental da Netflix de 2021 que revela segredos de como a espionagem é feita e evoluiu com o tempo. Como um bom amante de filmes de suspense e ação, sempre me perguntei até que ponto a ficção e a realidade andam juntas, principalmente com a questão da espionagem que sempre foi alvo de discussões. Afinal, agências de inteligência pelo mundo foram se aperfeiçoando e cada vez foi ficando mais difícil de saber onde escondiam as escutas ou câmeras de vigilância.
A série mostra como a vigilância foi tomando forma e como sempre foi difícil a detecção e também como era complexo a instalação e manutenção de dispositivos como esses. Um prato cheio para entusiastas do tema.
Pensar que um prédio inteiro passou por demolição, pois o mesmo estava comprometido totalmente com escutas, é muito bizarro, né? Imagina o que podem fazer hoje.
O tema é complexo mas divertido de assistir, mas com certeza acende um alerta que outras produções já fazem, sobre a proteção dos nossos dados e como isso é frágil hoje, sofremos com hackers que conseguem dados em sites ou até diretamente em bancos de dados governamentais e esses vazamentos estão cada vez acontecendo mais.
Não creio que seja exagero pensar que a proteção de dados não precisa ser feita apenas para espiões, mas para todos, afinal não sabemos quem pode estar nos vigiando né? Então tome sempre cuidado com seus dados e com o que compartilha na Internet, as vezes uma foto é uma marcação são suficientes pra colocar você e sua família em risco.
Vocês já viram “O Arsenal dos Espiões”, vão ver? Se sim, qual foi o melhor esquema de espionagem da série?
Equinox na Netflix de 2021
“Equinox” é uma série dinamarquesa de suspense, que está sendo muito assistida atualmente e os entusiastas já apontam como a nova “Dark”. Estreou em 30 de dezembro, e tem uma sinopse intrigante. Em 1999, 21 alunos desaparecem sem deixar vestígios, 20 anos depois Astrid (Danica Curic) vai atrás de resposta sobre suas irmã Ida (Karoline Hamm) e seu amigos.
A história de “Equinox” foi adaptada de um podcast, chamado Equinox1985, que fez muito sucesso e figurou o topo dos mais escutados na Dinamarca.
A minissérie de 6 episódios, é repleta de simbolismos como a deusa Ostara, que é a deusa da fertilidade, amor e do renascimento na mitologia nórdica, germânica e anglo-saxã. Pode lembrar um pouco o filme “Midsommar”, principalmente pelos termos solstício e equinócio, que são os fenômenos que marcam o início das estações do ano. Por ser uma simbologia nórdica normalmente não estaremos tão familiarizados, mas creio que para amantes de história como eu isso só seja mais um fator para pesquisa sobre a mitologia por trás da série.
O roteiro é lento, mas bem feito, principalmente levando em consideração que saiu de um podcast, a produção é muito boa (mesmos produtores de “The Killing”). O ar de mistério te entretém até o final. Acredito que a maioria das pessoas que chegar até o final irá pesquisar sobre a deusa Ostara.
Acho pouca ligação entre “Dark” e “Equinox“, talvez apenas por serem duas produções europeias. Mas em compensação encontrei familiaridade na obra com “Stranger Things”, além das que já citei. A série puxa uma boa mistura entre misticismo e uma caçada para decifrar o que aconteceu com a jovem Ida. Se você curte uma boa historia sem essa de jump scares e de forma gradativa ou se gosta de historias com mitologia, essa é a sua série. Já para aqueles que querem uma história fácil e sem precisar pensar muito, que seja rápida e direta ao ponto, melhor passar longe.