"E as namoradinhas, Guilherme?" | Conto de Natal tem representatividade

É época de Natal e não é só a Maria Carey que faz a gente sentir o espírito natalino, não! Muitos autores escrevem livros e contos especiais para essa época do ano. A Anna Carolina Ribeiro é uma delas. Disponível na Amazon desde 3 de dezembro, “E as namoradinhas, Guilherme?” é um conto que tem como tema a festa que é, para muitos, a mais aguardada. Mas e se você não se sente tão conectado com sua família como é esperado? Pois acontece exatamente isso com Guilherme.

Enredo

Introvertido, Guilherme sempre acaba passando as festas de Natal da família isolado com a cachorrinha da avó. Mas tudo muda quando ele conhece Jonas, um amigo de seu primo que é convidado para o jantar da família.

Em “E as namoradinhas, Guilherme?”, o leitor segue o protagonista por quatro natais. E toda vez que um Natal termina, é impossível não querer virar a página (virtual, porque o conto só está disponível em e-book) pra saber como será o próximo. Isso acontece porque a narrativa é muito bem construída. Anna Carolina sabe envolver o leitor e o deixar sedento por mais. Ao mesmo tempo, é leve e deixa um quentinho no coração, apesar de tratar de temas sérios e importantes. Ou seja, ideal para essa época, quando todo mundo já está cansado da correria do ano inteiro e só quer algo pra relaxar.

Representatividade

Recentemente estreou o filme Um crush para o Natal e ele foi muito comentado. Não é por menos: o longa foi o primeiro filme de Natal da Netflix protagonizado por um homem gay. Apesar de a sociedade estar muito menos preconceituosa do que anos atrás (porém, ainda bastante, infelizmente), ainda é raro encontrarmos obras consideradas para família com protagonistas LGBTQIA+. Por isso a importância do filme citado anteriormente. E por isso a importância de “E as namoradinhas, Guilherme?”.

O conto aborda questões emblemáticas que podem ser confusas para um adolescente começando a se descobrir. E é importante que o faça para que aquele jovem que nunca se vê em contos desse tipo finalmente se veja presente. E entenda que tem outras pessoas que também estão passando pelo mesmo que ele. A linguagem que a autora utiliza deixa tudo isso muito palpável para o jovem leitor. E consegue arrancar emoção dos mais velhos também. É uma leitura completa e essencial. Quer dizer, quase completa, porque deixa o leitor com gostinho de quero mais. Será que vem uma continuação de “E as namoradinhas, Guilherme?” por aí? Vamos torcer para que a resposta seja “sim”.

Sobre a autora

Anna Carolina Ribeiro é mineira e lançou, pela Editora Penalux, seu primeiro livro em 2021. Em “Lua em Escorpião”, ela faz o público remexer emoções profundas com seus poemas. Você pode encontrar nossa entrevista com a autora aqui. Além disso, também participou de duas antologias, “Como se fosse um dorama” e “Amado ex”, ambas publicadas pela Editora Psiu.