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Crítica

‘FIM’, de Fernanda Torres, por Paty Lopes

Livro é da Companhia das Letras

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Fim de Fernanda Torres por Paty Lopes

Uma dica sensacional, é o que pretendo dar para os leitores. Uma vez eu estava passando em um sebo para comprar livros infantis, para os meus sobrinhos. Meus olhos pousaram no livro “FIM”, da Fernanda Torres, comprei por ter me simpatizado com a capa, confesso. No entanto, nas primeiras páginas leio narrativas tão bem feitas que logo me apeguei.

Fernanda é debochada, animada, uma escritora alegre, é o que se pode dizer. Parece que ela está sacaneando seus personagens o tempo inteiro, e com isso a leitura fica mais leve, até mesmo contagiante. Fernanda tem genialidade em suas escritas. Atualmente o tempo é curto, são tantos atrativos que a leitura, beira um colapso nervoso, para não ser enterrada. Mas “FIM”, prende a gente, te faz entender o quanto a leitura pode ser uma forma de entretenimento deliciosa.

Fernanda é Carioca, e soube trazer os personagens com muita verdade ao texto, e quando narra o Rio de Janeiro, o caos da cidade onde os personagens trafegam, aí ela nos leva ao delírio. O primeiro parágrafo, apresenta um dos personagens desejando morte ao maldito Dom Manoel I, pelos pedregulhos pretos e brancos que derrubam os idosos em Copacabana, sensacional!

E depois segue a vida, a vida dos personagens, a vida que é igual para todos, tanto é, que após dez anos do lançamento do livro, apresento a obra, que é mais atual que nunca.

Curto e Vivo

Um livro curto, bastante animado, vivo. O que impressiona, é a forma que ela descreve o envelhecer dos personagens. A autora ainda não tinha cinquenta anos, a propriedade dessa escrita deve ser das sensíveis percepções da Fernanda, é o que acredito.

Gostoso como uma pizza de mussarela, porque não tem figuras, ele é simples, no entanto, apetitosíssimo quando a leitura se faz compreendida pelo cérebro, comemos sem parar, só paramos no “FIM”, que chega para todos e para tudo!

Fernanda Torres começou a atuar na imprensa, em colunas no jornal Folha de S.Paulo, na Veja Rio e em colaborações para a revista Piauí. Com “FIM”, seu primeiro romance, ela consolida sua transição para o universo das letras e mostra que nesse âmbito é uma artista tão completa quanto no palco ou diante das câmeras.

Sem decepção

O livro focaliza a história de um grupo de cinco amigos cariocas. Eles rememoram as passagens marcantes de suas vidas: festas, casamentos, separações, manias, inibições, arrependimentos.
Há graça, sexo, sol e praia nas páginas de Fim. Mas elas também são cheias de resignação e cobertas por uma tinta de melancolia. Humor sem superficialidade, lirismo sem cafonice, complexidade sem afetação, densidade sem chatice: de que mais precisa um romance para dizer a que veio?

O livro é da Companhia das Letras, a maior editora localizada no Brasil, fundada em 1986, com sede em São Paulo. Adoro essa editora, sempre com livros de alto nível, raramente me decepciono com eles.

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Crítica

‘O Admirável Sertão de Zé Ramalho’ brilha no Teatro Prudential

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Foto mostra o elenco do musical Admirável Sertão de Zé Ramalho

“O Admirável Sertão de Zé Ramalho” é um bom musical que oferece uma bela parcela de diversão e, ao mesmo tempo, pincela a história de um magistral artista, refletindo um pouco da essência de algumas de suas principais criações. Durante as quase duas horas de espetáculo, essa imersão na vida e obra de Zé Ramalho acontece de forma tão envolvente que nem percebemos o tempo passar. Notei isso assim que terminou e lembrei de olhar o relógio. Foi um susto ver quanto tempo havia passado e logo senti uma alegria pela capacidade que o espetáculo teve.

Uma das primeiras impressões quando a cortina abre é a ausência de cenografia, o que inicialmente pode surpreender. No entanto, essa escolha pode ter sido feita para destacar ainda mais os músicos e instrumentistas, que mostram grande habilidade e paixão pela música de Zé Ramalho. Especialmente Muato brilha sempre que aparece. Porém, é impossível não mencionar a luminescência da sanfoneira Ceiça Moreno, que estreia aos 76 anos de idade no teatro encantando a plateia com sua interpretação apaixonada e voz acolhedora. Ela é uma ótima tradução de “Avôhai” e inicia o espetáculo de forma genial.

A elegância poética de Adriana Lessa

Se não vemos um cenário tão cheio de nordestinidade e cor, temos um figurino deslumbrante concebido por Wanderley Gomes, que enche o espetáculo de brasilidade. No elenco, a participação de Adriana Lessa adiciona elegância e poesia à narrativa, especialmente quando encena a história por trás da música “Chão de Giz”, em uma cena cheia de beleza poética, onde podemos apreciar a capacidade cativante dessa grande artista em falar muito com poucos gestos e expressões. Isso já vale o ingresso. É o momento em que ela empresta seu talento para dar vida a Gisa, um dos grandes amores de Zé Ramalho, que inspirou a emblemática canção, uma das minhas preferidas do músico.

Desafios de “O Admirável Sertão de Zé Ramalho”

O repertório de Zé Ramalho é tão vasto que é bastante desafiador condensá-lo em apenas duas horas de espetáculo, mas a peça procura seguir uma cronologia coerente. O texto de Pedro Kosovsky busca pintar um quadro geral da vida de Zé Ramalho, destacando algumas nuances, como suas incursões na psicodelia e na sociedade alternativa. Ademais, logicamente, o espetáculo também faz incursões na crítica política, uma característica marcante das composições desse gênio que escolheu ir contra o fluxo das massas.

Um dos pontos mais interessantes da peça é a forma como tenta equilibrar a narrativa da vida de Zé Ramalho com a história por trás de algumas de suas músicas. Isso reflete a própria complexidade do artista, que mistura elementos da cultura nordestina com influências do rock, como os Beatles. Há inclusive uma cena, que usa bem a imponente e lindíssima estrutura do Teatro Prudential, onde parece que vemos Beatles brasileiros.

Além disso, outro destaque é a interação com o público. Essa conexão cria laços emocionais e exacerba a vitalidade do espetáculo.

Em resumo, pude ver a peça a convite da crítica teatral Paty Lopes, e devo dizer que ” O Admirável Sertão de Zé Ramalho” é uma celebração da rica trajetória musical e pessoal de um dos maiores artista brasileiros. Uma experiência que faz mergulhar na complexa e fascinante jornada de Zé Ramalho.

Serviço:

Teatro Prudential

Rua do Russel 804, Glória.

De 28 de setembro a 29 de outubro

De quinta a sábado, às 20h. Domingo, 18h.

Obs: 05 de outubro não haverá apresentação

Dias 28, 29, 30 de setembro e 01 de outubro [Estreia com preços promocionais]
R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia)

A partir de 06 de outubro [Ingressos com preços normais]
Quinta e sexta – R$ 90,00 (inteira) / R$ 45,00 (meia)
Sábado e domingo – R$ 100,00 (inteira) / R$ 50,00 (meia)

*Obs.: 05 de outubro não haverá apresentação

Classificação: 12 anos
Duração: 105 MINUTOS

INGRESSOS:

Atendimento Presencial: De terça à sábado de 12h às 20h, Domingos e feriados de 12h às 19h. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação.

Autoatendimento: A bilheteria do Teatro Prudential possui um totem de autoatendimento para compras de ingressos.

Ficha técnica:

Texto: Pedro Kosovski
Direção: Marco André Nunes
Idealização e produção artística: Eduardo Barata

Direção musical: Plínio Profeta e Muato
Direção de movimento: Caroline Monlleo
Elenco: Adriana Lessa, Ceiça Moreno, Cesar Werneck, Duda Barata, Marcello Melo, Muato, Nizaj, Pássaro, Tiago Herz e Genilda Maria (atriz stand-in)
Cenário: Marco André Nunes e Uirá
Figurinos: Wanderley Gomes
Iluminação: Dani Sanchez
Desenho de som: Júnior Brasil
Visagismo: Fernando Ocazione
Assistente de direção: Diego Ávila
Programação visual: Felipe Braga
Fotos: Cristina Granato

Assessoria de imprensa: Barata Comunicação e Dobbs Scarpa

Direção de produção: Elaine Moreira
Produção executiva: Tom Pires
Produção: Barata Produções

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