“Good Girls” conta a história de três mães que, ao se depararem com problemas financeiros que podem transtornar vida de seus filhos, decidem assaltar um mercadinho com o intuito de sanarem essas dificuldades e depois seguirem seu caminho normalmente. Porém, essa missão traz custos muito mais altos do que elas poderiam imaginar e voltar ao rumo normal da vida começa a parecer bem mais distante. E agora essa saga, que teve um início tão promissor, termina com algumas pendências…
A série foi lançada em 2018, produzida por NBC e Netflix e criada por Jenna Bans. No elenco, teve como protagonista o trio encantador formado por Christina Hendricks no papel de Beth, Mae Whitman como Annie e Retta na personagem de Ruby, e pelo antagonista, que seduziu o coração da galera, Manny Montana como Rio.
Desenvolvimento da Série
As duas primeiras temporadas foram bastante envolventes devido à sede das três mulheres por se tonarem protagonistas de suas próprias histórias, à genialidade que elas apresentavam para resolver todo tipo de situação e à série de acontecimentos imprevisíveis, mas muito bem amarrados ao enredo. Assim, a narrativa caminhou desenvolvendo o aspecto psicológico das personagens, pois à medida que constantes tensões as pressionavam, elas abriam concessões maiores a crimes cada vez mais hediondos; e, ainda que essa soma gerasse grandes expectativas no público, não era possível prever se o destino delas terminaria com uma grande vitória ou com um tremendo desastre.
O início da terceira temporada indicava que seria muito mais promissora para as meninas, mas a reviravolta que as leva novamente ao controle de Rio frustra um pouco essa expectativa. Contudo, o que a leva a terminar de maneira pouco animadora ocorre muito em virtude da redução de episódios que precisou sofrer, pois o final de suas gravações culminou com o início do isolamento social nos Estados Unidos. Essa diminuição que foi extremamente necessária devido à pandemia deixou alguns pontos em aberto e os espectadores, que estavam acostumados com fins de temporadas extremamente intrigantes, acabaram ganhando um sumiço nada justificável de um assassino contratado e o Serviço Secreto precisando apenas de provas concretas para incriminá-las, mas sem despertar grandes curiosidades.
Se o episódio final da terceira temporada não foi muito excitante, as histórias das personagens em si ainda prometiam bastante. Porém, um mês antes do lançamento da quarta temporada, os fãs foram surpreendidos com o anúncio de cancelamento da série e, como estava programada para encerrar na quinta temporada, acabou fechando seu ciclo com muitos pontos angustiantes em aberto – como geralmente acontece com as nossas séries mais queridas.
4ª Temporada
[ATENÇÃO: a partir daqui o texto contém spoilers. ]
O desfecho do enredo trouxe novos personagens para narrativa – pouco cativantes –, que ampliaram o leque da história, desmascarando o protagonismo soberano de um personagem no mundo do crime e dando mais participação a outras figuras que não tinham tanta visibilidade; o que foi interessante por um lado, mas bem desanimador por outro. Além disso, também foi marcada pelo que poderia ser uma volta a vida normal em Nevada e o impasse entre seguir a vida em paz ou assumir de vez a paixão pelos crimes. Bem, como se isso tudo já não fosse suficiente, uma das personagens centrais ainda decide se candidatar a um cargo público.
Apesar da temporada extremamente cheia, o que mais apertou o coração foram os fins individuais. Do grande trio amado, apenas Elizabeth termina bem, com o marido saindo de seu caminho e ela se tornando chefe de Rio. Já sua irmã, Annie aparece sendo algemada por um crime que não cometeu. E Ruby com o coração dividido entre ficar junto da melhor amiga ou mudar-se para Nevada atrás de Stan e filhos, a fim de tentar salvar seu casamento.
Mesmo com todos esses impasses, as personagens fizeram de toda série uma história muito empolgante. Além disso, o misto de drama e comédia permitiu aos espectadores tensões excitantes, reflexões valiosas e algumas risadas. Contudo, a quarta temporada encera com um fim perfeito, acaso ainda tivesse uma quinta e última para dar dignificar as histórias de Ruby e Annie; permitindo-nos concluir então que o maior crime do enredo de “Good Girls” não foi uma das mortes, contrabandos ou roubos, mas foi terminá-la sem um final.