Cultura
Hanson encerra turnê no Brasil com hits nostálgicos e músicas novas
Publicado
1 ano atrásem
Por
Livia Brazil
Tem gente que acha que o Hanson, que alcançou sucesso mundial em 1997, acabou há muito tempo. Outras, quando escutam algo sobre os três irmãos de Tulsa (Oklahoma), perguntam: “Ué, eles voltaram?”. Mas a verdade é que o grupo nunca fez sequer uma pausa. E vive fazendo turnê pelo Brasil. A última, a Red Green Blue, terminou ontem, dia 21 de outubro, no Rio de Janeiro.
Em passagem pelo país para divulgar seu mais recente álbum, Red Green Blue, lançado em maio deste ano, a banda passou por sete cidades. Começando por Porto Alegre (RS), no dia 11 de outubro, Curitiba (PR), Ribeirão Preto (SP), São Paulo (SP), Uberlândia (MG), Brasília (DF) e, por último, Rio de Janeiro puderam ver o show do trio norte-americano.
Um show maduro
Red Green Blue mostra a evolução musical da banda, que a cada álbum traz algo diferente. Com 30 anos de carreira comemorados em 2022 e nove álbuns de estúdio, Isaac, Taylor e Zac dizem ser impossível não haver mudanças desde Middle of Nowhere (1997) até hoje, já que há um amadurecimento natural tanto pessoal como musical em tantos anos. E eles levaram todas essas nuances para o palco.
Durante as mais de duas horas de show, o Hanson tocou músicas de Red Green Blue, mas muito dos álbuns anteriores também. As pessoas presentes no Qualistage foram à loucura. O público tinha, em média, 35 anos, o que significa que provavelmente eram fãs da banda desde a adolescência. E a gente sabe que o ser humano é nostálgico. Portanto, não foi de surpreender que quanto mais antigas as músicas, mais a plateia se animava. Mas isso não significa que não se animaram quando os irmãos tocaram músicas mais recentes.
Sintonia afinada
A integração entre os três é visível e compreensível. Afinal, são muitos anos tocando juntos. Mas era palpável, também, a sintonia entre banda e plateia. Afinal, um relacionamento de 25 anos, que é o do fã que acompanha Hanson desde o início, há de ser especial. Isaac, Taylor e Zac se comunicaram com o público durante todo o show, seja conversando ou pedindo para cantarem junto. E os fãs retribuíam com muitos gritos e aplausos. Um dos momentos mais bonitos foi quando Taylor começou “Save me”, do álbum This time around, a capella, e todo Qualistage o acompanhou. De arrepiar!
O público também vinha abaixo toda vez que Taylor e Zac mudavam de “posição”. Geralmente no piano e na bateria, respectivamente, os dois trocavam os instrumentos nas música em que Zac fazia a voz principal. E todos assistindo respondiam com gritos animados. Como fã de Hanson desde 1997 e que já foi a vários shows deles, essa que vos escreve pode afirmar que isso acontece em TODOS os shows. Tanto a troca de instrumentos quanto os gritos.
Parabéns para Zac
Quem já foi a algum show da banda também está acostumado a ver cada um dos integrantes sozinho no palco por algum tempo. No entanto, nessa turnê os momentos solo foram um pouco mais longos. Isso pode ter explicação no fato de, em Red Green Blue, cada um dos irmãos cantar cinco músicas, algo pensado no projeto do álbum. Apesar de Isaac e Zac sempre terem alguma música em que fazem a voz principal, geralmente Taylor lidera os vocais. Nesse álbum, porém, a quantidade foi irmãmente (perdão pelo trocadilho) dividida. Isaac e Taylor aproveitaram esse tempo para conversar um pouco com a plateia. Já Zac, que estava nitidamente bastante rouco, falou menos e apenas tocou.
Mas, apesar de rouco, Zac não deixou de cantar muito bem. Nem de agradecer aos vários “Parabéns” cantados pela plateia, desde o início do show até a despedida da banda do palco. O integrante mais novo da banda completa 37 anos hoje, 22 de outubro, e os fãs não deixariam passar essa data em branco, claro. Até porque o show terminou depois de meia-noite, quando já era, de fato, dia 22. Zac distribuiu sorrisos e agradecimentos, sempre muito simpático. Aliás, os três foram muito simpáticos e pareciam muito felizes. E também muito animados. Não perderam a empolgação em nenhum momento, mesmo estando em turnê desde junho.
MMMBop
E para quem estava se perguntando: “E eles cantaram MMMBop?”. Sim, claro! Acompanhados, aos berros, por toda a plateia. O trio também fez versões acústicas de algumas de suas músicas, como “Penny and me”. E apresentaram uma versão emocionante de “With a little help from my friends”, famosa na voz dos Beatles. Para resumir, o show foi uma mistura deliciosa de hits nostálgicos com músicas recentes, e que deixou bem clara a qualidade artística dos três.
A turnê de Red Green Blue (que tem esse título em referência às cores favoritas de cada um na infância) segue, agora, para a Oceania, terminando no dia 19 de novembro. Dois dias após o aniversário de 42 anos de Isaac. Então, os irmãos Hanson poderão, finalmente, descansar um pouquinho com a numerosa família que cada um tem. Ou será que vem um novo álbum de Natal por aí?
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Escritora, autora dos livros Queria tanto, Coisas não ditas e O semitom das coisas, amante de cinema e de gatos (cachorros também, e também ratos, e todos os animais, na verdade), viciada em café.

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“O Cachorro que se Recusou a Morrer” tem criação, texto e atuação de Samir Murad, e bebe em suas experiências de vida. A cenografia de José Dias constrói um ambiente que é mais do que um mero cenário; é um componente narrativo, imergindo o público nos diversos tempos e espaços que compõem a história. Isso em conjunto com o eficiente videocenário concebido por Mayara Ferreira.
A princípio, num drama autoficcional, Samir Murad, descendente de imigrantes libaneses, entrelaça sua memória afetiva em uma narrativa. Êxodo, matrimônio por encomenda, confrontos culturais e saúde mental compõem os temas que o ator carrega em sua bagagem.
Uma das maiores virtudes do espetáculo é a riqueza da cultura árabe familiar que permeia a obra. Aparece, por exemplo, em projeções fotográficas, e na boa trilha sonora, fruto da colaboração entre André Poyart e o próprio Samir Murad, que enriquece a experiência sensorial do espectador.
Segunda metade de “O Cachorro que se Recusou a Morrer” desperta
Entretanto, a peça demora a engrenar. A primeira metade é lenta, não cativa, falta uma maior dinamicidade, e, talvez, ficar mais enxuta. Isso não acontece na segunda parte, que é muito mais fluida e desperta os espectadores.
Por outro lado, Samir é um showman. É como um Chaplin de descendência árabe buscando suas raízes. A entrega dele no palco tem uma força emocional deveras potente. Dessa forma, para aqueles que gostam e desejam saber mais sobre a cultura árabe, pode valer testemunhar essa obra no Centro Cultural Justiça Federal, até o dia 17 de dezembro, sempre aos domingos às 16h.
Serviço
Local: Centro Cultural Justiça Federal
Endereço: Av. Rio Branco, 241, Centro, Rio de Janeiro.
Próximo a Estação Cinelândia do Metrô Rio.
Informações: 21 3261-2550
Temporada: 19 de novembro a 17 de dezembro, aos domingos, às 16h.
Valor do ingresso: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)
Vendas na bilheteria do Teatro ou antecipadas pelo site Sympla: https://www.sympla.com.br/produtor/ocachorro
Capacidade de público: 141 pessoas
Classificação: 10 anos
Duração: 75 minutos
Drama bem humorado
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