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Lamento | Filme indicado a Melhor Filme Estrangeiro do Festival de Burbank está nos cinemas

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Lamento

Após sessões bem-sucedidas nos festivais de Brasília, Nashville e Cairo, desde 26 de agosto está nas telas brasileiras o longa-metragem “Lamento”, filme de estreia dos diretores Diego Lopes e Claudio Bitencourt, estrelado por Marco Ricca e Thaila Ayala. O filme foi indicado também a Melhor Filme Estrangeiro do Festival de Burbank.

Estamos sempre prestes a tomar decisões que definem quem somos e o que enfrentamos no nosso dia a dia. Elder (Marco Ricca) administra o hotel herdado de seu pai. Em suas mãos, o hotel passou de um resort de luxo para um à beira da falência. Ele é a epítome da pessoa cuja vida foi fácil, mas no auge dos cinquenta anos ele enfrenta as consequências de uma vida excessiva, com um vício errático em álcool e cocaína. O fracasso de sua vida profissional reflete em seu casamento, que está em ruínas e sem perspectivas de melhoria. No limite de seu equilíbrio emocional, Elder coloca tudo em risco ao enfrentar seus demônios e as consequências de suas decisões. Uma história que tem nuances dramáticas particulares a muitos núcleos familiares brasileiros.

“O Elder está em um momento delicado da vida, com vários problemas financeiros e emocionais e ele tenta enfrentá-los, dentro das impossibilidades que ele tem como ser humano, meio frágil, meio falho. Você assiste à trajetória desse personagem indo por um movimento totalmente vertiginoso em relação à vida dele. Você nunca tem muita certeza de se o que ele está vivendo é real ou está num mundo próprio dele. É um cara que está em constante abstinência, com todas as dores que isso traz – enfrentando uma separação e enfrentando também a perda de algo que é importantíssimo para ele, que é o hotel que herdou do pai e do qual ele não conseguiu fazer algo rentável”, diz Marco Ricca sobre seu personagem.

Devaneios

Além disso, figura central dos devaneios de Elder, a garota de programa Letícia (Thaila Ayala) aparece na vida do protagonista e logo some, misteriosamente. “A personagem trata de uma garota de programa com uma personalidade enigmática, nada decifrável, que desaparece de forma bem misteriosa. Ela é muito intensa, com uma personalidade de muitas camadas, de leitura difícil. Uma hora ela é uma coisa, outra hora ela é outra. Essa é a grande curiosidade sobre ela é o que me levou a me apaixonar pela personagem. Foi um trabalho muito desafiador, tudo muito denso, tenso e intenso”, diz Thaila sobre sua personagem.

Aliás, um ponto importante em “Lamento” é o hotel, propriedade do Elder. Mais do que uma locação, o hotel é um personagem dentro da história e por isso de grande importância para a narrativa do filme. Um desafia da produção foi conciliar o orçamento do projeto com o que era viável produzir de fato e a solução foi usar um hotel em operação e que possuía um andar inteiro com a decoração original e que permitisse ter um ponto de partida nas intervenções necessárias.

“A nossa direção de arte modificamos completamente o térreo e o primeiro andar do hotel para adequá-lo ao que queríamos. A equipe trabalhou majestosamente integrada e harmonicamente alcançando um resultado incrível. Arte, fotografia, produção, todos se esforçaram para atingir uma qualidade absurda e acaba sendo um momento que reflete o trabalho de todos no filme. Um esforço coletivo, feito com muito amor ao cinema e que reflete no resultado”, finaliza o diretor Diego Lopes. “Lamento” tem distribuição da Moro Filmes e está em cartaz.

Aliás, veja o trailer:

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Cinema

‘Névoa prateada’, de Sacha Polak, é filme para refletir | Crítica

O longa estreia no dia 18 de abril nos cinemas de Brasília e São Paulo.

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nevoa prateada

Névoa prateada é um filme arrebatador que, com certeza, não vai passar incólume. O longa propicia emoções intensas, sejam elas positivas ou negativas. Fato que muitos não irão gostar. Alguns podem considerá-lo extremo demais, pesado demais. Os espectadores acostumados a tratar o cinema somente como forma de entretenimento e diversão provavelmente não irão gostar, já que é um filme que propõe análise e questionamentos. E que retrata uma realidade comum em alguns lugares da Inglaterra – e também de outros locais. Contudo, para quem gosta de assistir filmes que criticam a sociedade e comportamentos é um prato cheio. E para quem pretende aprender com o audiovisual também.

Mas sobre o que fala Névoa prateada?

A protagonista do filme é Franky, uma enfermeira de 23 anos que vive com a família em um bairro no leste de Londres. Obcecada por vingança e com a necessidade de encontrar culpados por um acidente traumático ocorrido há 15 anos, ela é incapaz de se envolver em um relacionamento com alguma profundidade. Até que se apaixona por Florence, uma de suas pacientes. As duas fogem para o litoral, onde Florence mora com a família. Lá, Franky encontrará o refúgio emocional para lidar com as questões do passado.

A saber, a atriz Vicky Knight, intérprete de Franky, venceu o Prêmio do Júri do Teddy Award do Festival de Berlim. Além disso, o longa recebeu indicação de Melhor Filme no Panorama Audience Award e foi destaque na programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São PauloParticipou, também, dos prêmios Dinard British Film Festival (vencedor como melhor filme), Tribeca Film Festival (indicado ao Best International Narrative Feature), FilmOut San Diego US, Sunny Bunny LGBTQIA+ Film Festival, entre outros.

Vicky Knight
A atriz Vicky Knight, protagonista do longa. Foto: Divulgação.

A diretora de Névoa prateada, Sacha Polak, costuma levar para filmes temas difíceis, que poderiam facilmente ser assunto de terapia. A necessidade de se sentir amada, preconceitos, dificuldade de esquecer uma situação, aceitação. No longa em questão, Sacha trata de vários assuntos, como autoaceitação e, também, dificuldade de perdoar. Porém, apesar de ter uma gama de temas, o filme não se torna cansativo ou confuso. Muito pelo contrário, o roteiro passa para o espectador muito bem todos os conflitos da protagonista.

Além disso, Franky não é apresentada de forma piegas ou clichê. Por ter sido vítima de um incêndio, a personagem tem marcas em sua pele que poderiam, em uma narrativa mais lugar comum, transformá-la em uma pessoa que se vitimiza ou que é vista como coitadinha o tempo todo pelos outros. Mas não é isso que Sacha quer passar para quem assiste. E, apesar de não ter uma vida fácil, é possível enxergar Franky para além de suas cicatrizes. Franky é uma personagem complexa, completa e muito bem desenvolvida, tanto pelo roteiro quanto por sua intérprete.

Talvez por já ter trabalhado com Sacha Polak anteriormente, Vicky Knight tem facilidade em transpor para a tela os conflitos internos de Franky sem deixá-la simples demais ou transformá-la em um mártir. Também ajuda ter passado por situações parecidas com as da personagem. O fato é que foi justo o prêmio Teddy Awards que Vicky recebeu, já que consegue trabalhar nos detalhes, algo que nem todo ator tem sucesso.

Fotografia

Apesar de ser um recurso bastante comum, não deixa de ser interessante ver o filme em cores mais frias, já que Franky não tem uma vida fácil e passa por conflitos internos durante todo o filme. Também é possível que tal característica seja por ter sido filmado na Inglaterra, onde não há mesmo muito sol. Todavia, fica claro que Sacha Polak – e também a fotografia de Tibor Dingelstad – quis expressar o interior de Vicky nas cores frias que vemos nas cenas.

Além disso, a escolha de planos abertos quando Vicky se encontra perdida em sua vida e planos mais fechados quando ela começa a se encontrar ajudam a contar a história da protagonista. E, também, de sua coadjuvante, Florence. Aliás, Esme Creed-Miles arrasa na interpretação da menina totalmente sem rumo e influenciável. Se há algo negativo nesse filme é que Florence poderia ter tido mais espaço. E também, talvez, poderia ter havido mais cenas de Franky e Alice. Vicky Knight e Angela Bruce têm uma química muito boa em tela e poderia ter sido mais explorada.

Angela e Vicky
Angela Bruce e Vicky Knight. Foto: Divulgação.

Para resumir, é um filme bastante introspectivo, bonito e reflexivo, que mostra, de forma original, o valor das pessoas que nos rodeiam. Névoa prateada estreia no dia 18 de abril nos cinemas de Brasília e São Paulo.

Por fim, fique com o trailer:

Ficha Técnica

NÉVOA PRATEADA (Silver Haze)

Holanda, Reino Unido | 2023 | 1h42min. | Drama

Direção e roteiro: Sacha Polak.

Elenco: Vicky Knight, Esme Creed-Miles, Archie Brigden, Angela Bruce, Brandon Bendell, Carrie Bunyan, Alfie Deegan, Sarah-Jane Dent.

Produção: Viking Films.

Distribuição: Bitelli Films.

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