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L.O.C.A. | Comédia brasileira debate relacionamentos tóxicos

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Crítica do filme LOCA por Livia Brazil no Vivente Andante.

Tem duas coisas que com certeza já aconteceram com todas as mulheres (ou a maioria): ser chamada de louca e ter relacionamentos tóxicos. As personagens de L.O.C.A. não fogem dessa infeliz realidade. Idealizado e produzido por Carolina Jabor e escrito e dirigido por Claudia Jouvin, o longa, que estreia dia 15 de agosto no Telecine, conta a história de mulheres que estão em relacionamentos ruins, mas se cansam de viver assim, como disse Carolina Jabor na coletiva de imprensa.

L.O.C.A. é um filme sobre mulheres fortes que explodem porque não aguentam mais os relacionamentos abusivos e partem para tomar providências, que às vezes extrapolam a razão. É um filme pra abrir a discussão sobre qual é o limite das relações amorosas”, declarou Carolina.

Aliás, veja um pouco mais no trailer e siga lendo:

Protagonizado por Mariana Ximenes, Roberta Rodrigues e Débora Lamm, elas são Manuela, Rebeca e Elena. Mulheres que se conhecem no grupo L.O.C.A., a Liga das mulheres Obsessivas Compulsivas por Amor. Com histórias diferentes de relacionamentos ruins, as três se unem para “se vingar” de seus parceiros. Mas não é um filme de mulheres lutando contra homens, e sim de união entre mulheres e a busca de se entender quem se é.

Sua intenção não é ser realista, por isso muitas situações chegam ao extremo. É uma comédia, afinal, e a intenção é tirar o riso do espectador. Porém, como a atriz Débora Lamm disse muito bem na coletiva de imprensa do filme, “a comédia tem potência de transformação”. Portanto, ver as situações apresentadas pode fazer muitas mulheres se reconhecerem nas personagens e ter coragem de admitir que estão em relacionamentos que não são saudáveis. E, quem sabe, conseguir fazer algo em relação a isso ou buscar ajuda, como disse a diretora Claudia Jouvin:

“É quase uma missão pra mim falar que isso existe e que tudo bem você dizer. Porque a maior parte das vezes quando você está em um relacionamento tóxico, você tem muita vergonha de estar passando por isso. Quando você coloca isso em um filme com história diferentes para abrir a identificação do público, você diz que tudo bem, isso acontece, mas aprenda a se defender”, falou Claudia.

Equipe feminina contra os relacionamentos tóxicos

Decerto as mulheres do filme se defendem. É interessante observar que cada uma age de um jeito, o que amplia a identificação. Mas algo em comum é a ótima performance de todas elas. Além do trio de protagonistas, as atuações dos outros atores também estão alinhadas com a comédia, arrancando gargalhadas do espectador em várias cenas. Porém, há de se destacar Gisele Fróes no papel da mãe de Mariana Ximenes. Quando ela está em cena, não tem pra mais ninguém. Você só olha pra ela.

Algo que é similarmente difícil de tirar os olhos é a arte do filme. Com direção de arte de Kiti Duarte, cada protagonista tem sua paleta de cores. E ela está explícita nos cenários e nos figurinos de Marina Franco. As duas profissionais trabalham juntas para levar ao público o mundo de cada uma das personagens. É fácil perceber que são elementos que também ajudam a contar a história.

Aliás, um ponto positivo do filme é a equipe ser formada, em sua maioria, por mulheres. Como é um filme sobre elas, é muito importante que tenham mulheres por trás das câmeras, pois não há quem fale melhor sobre elas do que elas. E em todas as áreas da produção. Até Érico Brás, que interpreta Jorge, o marido de Rebeca, disse ter gostado mais de trabalhar com uma equipe majoritariamente feminina.

“Pra mim foi uma surpresa entrar em um set tão bem comandado, com uma outra energia. Isso tem que estar no mundo inteiro”, afirmou Érico.

Salvação

Porém, o longa não está aí para vilanizar homens e colocar as mulheres como heroínas. Ele, acima de tudo, abre espaço para o debate. E aponta como relacionamentos mais saudáveis são um caminho possível.  Porém, antes de tudo, é preciso haver diálogo e respeito. Isso fica bastante nítido no relacionamento entre a irmã de Manuela (Valentina Bandeira) e seu marido, Otávio (Victor Lamoglia). Mais novos que os personagens principais, mostram como não só as mulheres já conseguem se impor mais nos relacionamentos, como os homens também se preocupam mais com essas questões. Trazendo uma mensagem de esperança. O que é muito necessário em tempos como os que estamos passando.

Com o propósito de levar alegria às pessoas durante a pandemia, o longa estreia diretamente no Telecine. Às 22h do dia 15 de agosto será possível acompanhar o descobrimento pessoal das personagens. E, com toda certeza, dar muitas risadas.

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Escritora, autora dos livros Queria tanto, Coisas não ditas e O semitom das coisas, amante de cinema e de gatos (cachorros também, e também ratos, e todos os animais, na verdade), viciada em café.

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Festival Curta Cinema anuncia vencedores

Além disso, qualifica dois filmes a concorrer uma vaga ao Oscar de melhor curta-metragem em 2025.

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A 33ª edição do Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas-Metragens do Rio de Janeiro encerrou sua programação no Rio de Janeiro. O festival apresentou 153 filmes brasileiros e internacionais de 31 países, em oito dias de evento presencial. Todas as sessões foram gratuitas no cinema Estação Net Botafogo, que também foi palco da cerimônia de premiação.

Este ano, os jurados da Competição Nacional foram Anaïs Colpin (coordenadora da distribuidora Manifest), Eva Randolph (cineasta) e Bruno F. Duarte (cineasta e pesquisador de filmes de não-ficção, com foco em raça, gênero e sexualidades). Para a Competição Internacional, Ángela López Ruiz (cineasta e curadora), Matheus Peçanha (produtor audiovisual e fundador do Estúdio Giz) e Luciano Pérez Fernández (diretor, fotógrafo e produtor) fizeram parte do júri.

Grandes vencedores

Os grandes vencedores foram os filmes “Engole o choro”, de Fabio Rodrigo (SP), e “Pigeons are dying, when the city is on fire”, de Stavros Markoulakis (Grécia), que estão automaticamente qualificados a concorrerem a uma indicação no Oscar® 2025 na categoria Melhor Curta-Metragem de Ficção.

Nesta edição, a organização comemorou o número recorde de inscrições (4.750 filmes) e o aumento de 40% do público em relação à última. Tal fato significa que 4 mil espectadores encheram as salas do tradicional cinema de Botafogo.

Competições Nacional e Internacional

Além disso, conheceu-se, também, os ganhadores das demais categorias do festival. Na competição nacional, “Quinze quase dezesseis”, de Thais Fujinaga, também arrematou o Prêmio de Melhor Direção. “Das águas”, de Adalberto Oliveira e Tiago Martins Rêgo, conquistou o Prêmio Especial do Júri. Já “Ramal”, de Higor Gomes e “MBORAIRAPE”, de Roney Freitas, foram os ganhadores da Menção Honrosa.

Na competição internacional, “Beutset (Senegal/Suíça), de Alicia Mendy, e “Cross my heart and hope to die”, de Sam Manaosa (Filipinas), foram os vencedores na categoria Melhor Direção. O Prêmio Especial do Júri foi para “El tercer mundo después del sol”, de Tiagx Vélez e Analú Laferal, uma produção da Colômbia. “Incident”, de Bill Morrison; “Marica”, de Anouk Chambaz; e “La historia se escribe de noche”, de Alejandro Alonso, conquistaram a Menção Honrosa.

Outras categorias

Os melhores filmes das mostras Panorama Carioca e Panorama Latino-Americano foram, respectivamente, “Macaleia”, de Rejane Zilles, e “As Marias”, de Dannon Lacerda. O curta “América, do Sul”, de Maria Clara Bastos, foi o vencedor do Prêmio Primeiros Quadros.

O vencedor do Prêmio Canal Brasil de Curtas é “Você”, da Elisa Bessa. Já do Canal Like, o grande ganhador da Competição Nacional, “Engole o choro”, de Fabio Rodrigo. Além disso, o Prêmio Melhor Projeto do 25º Laboratório de Projetos de Curta Metragem concedeu o primeiro lugar para “Kika não foi convidada”, de Juraci Júnior do Pará, de Rondônia. O segundo lugar foi para “O cadáver perfumado”, de Fabrício Basílio, do Rio de Janeiro – que também recebe os prêmios Edina Fuji, Conecta Acessibilidade e Link Digital.

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