Minha Obra-Prima (Mi Obra Mestra) foi realmente uma grata surpresa numa noite de domingo. Depois de começar um projeto com algumas alunas de todo domingo escolher um filme, foi por acaso que acabei caindo neste, indicação de uma delas. Aliás, um dos meus filmes favoritos é um argentino também, chamado Nove Rainhas (Nueve Reinas), com o brilhante Ricardo Darín (por favor, se ainda não assistiram, vale MUITO). Bom, fui para este filme sem saber o que esperar, e, segundo minha aluna, no começo fiquei com medo de me arrepender da escolha, contudo fui tocado por essa obra de uma forma muito especial.
O filme conta a história de um artista completamente excêntrico e arrogante chamado Renzo Nervi, e seu agente e dono de galeria de arte, o simples Arturo Silva. Os dois são amigos há muitos anos, e mantêm uma relação difícil de entender no começo. Porém, em seguida, você vai se apaixonar pela cumplicidade deles. Todavia, você às vezes pode se pegar em dúvida se os ama ou odeia, e talvez seja um pouco dos dois. Afinal, os personagens parecem pessoas que você quer longe, mas ao mesmo tempo com um fundo de bondade bem ao estilo “meu malvado favorito”.
Roteiro
O roteiro também ajuda muito a deixar essa confusão maior, tendo vários plots twists. Ou seja, você nunca “acerta” quando algo vai realmente acontecer. Além disso, quando acontece, pode reverberar de uma forma totalmente inesperada. A direção e fotografia são bem simples eu diria, mas são efetivos para a proposta e conseguem deixar os dois atores livres para crescerem o trabalho.
Minha Obra-Prima realmente é uma obra para se refletir, assistir mais de uma vez, pensar nas nuances da vida, em como é ser um artista, amizade, tempo, persona e muitas outras indagações que às vezes simplesmente não paramos para pensar, apenas por um momento. A obra vai te fazer sentir repulsa, fazer rir, chorar e, acima de tudo, pensar como somos seres dúbios. A questão de ser bom ou ruim, que nossas atitudes levam as mais diversas consequências, mas que isso – isso é viver de verdade, e viver é muito bom.
Opa… vou assistir. Com essa descrição toda, deu curiosidade.