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Cinema e StreamingCrítica

CRÍTICA| Máquina do Tempo é uma excelente brincadeira de “E se…”

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 19 de fevereiro de 2025
6 Min Leitura
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Dirigido por Andrew Legge, Máquina do Tempo usa found footage com ficção científica para discutir sobre destino e ambição humana

Em 1999, A Bruxa de Blair (1999, Daniel Myrick, Eduardo Sánchez) popularizou o estilo found footage, um estilo de filme que se baseia em uma história de ficção, filmada por meio de uma câmera amadora, que é vendido como uma espécie de documento histórico ou documentário.

Por conta do found footage ser um estilo de filmagem relativamente barato, ele permite um estudo estético muito interessante e diversas experimentações em questão de formato, como a exploração de diferentes gêneros dentro desta estética como terror em Atividade Paranormal (2009, Oren Peli), comédia em Projeto X: Uma festa fora do controle (2012, Nima Nourizadeh) e agora ficção científica por meio de Máquina do Tempo (Andrew Legge, 2022).

Máquina do Tempo se passa no inicio da década de 40 e conta a história de duas irmãs, Thomasina e Martha, que constroem uma máquina com a capacidade de interceptar transmissões de rádio e televisão do futuro, assim, ambas as irmãs ficam fascinadas pela cultura dos anos que ainda estão por vir, como David Bowie, Stanley Kubrick e Bob Dylan, porém, também percebem os horrores do nazismo que estava batendo na porta, assim, com este conhecimento prévio, decidem auxiliar a Inglaterra a ganhar a Guerra, com consequências desastrosas para todos os envolvidos.

Cena de Máquina do Tempo-Divulgação por Pandora Filmes

Um filme de baixo orçamento, filmado com câmeras autênticas da década de 1930 e processado em um tanque de revelação 16mm da era soviética, a produção apresenta uma estética experimental que remete aos noticiários históricos do século XX, mesmo em momentos que o futuro é mostrado, tudo é construído de tal forma que realmente aparenta ser uma found footage feita por Martha, especialmente nos momentos em que a câmera, cai, é deixada de lado e passada para outra pessoa, assim, apresentando um olhar próprio, algo fascinante.

Máquina do Tempo inicia como um filme agridoce, as irmãs criam a máquina e desfrutam do futuro em questão cultural e musical, até mesmo lançando “You Really Got Me” anos antes da banda The Kinks e tornando-a um hino de guerra contra Hitler, porém, a ambição de Thomasina leva o filme a uma direção bem mais tenebrosa. Com o intuito de ganhar a guerra a todo custo, ela se descuida e permite a criação de uma realidade ficcional distinta à nossa, com direito de invasão nazista na Inglaterra, algo que historicamente nunca ocorreu, e um David Bowie fascista, algo que aterrorizará meus pensamentos pelo resto de minha vida.

A maior discussão de Máquina do Tempo é a mesma que está presente desde a Grécia Antiga em peças como Édipo Rei, é impossível fugir do seu destino. O que causou a segunda guerra mundial não foi um pequeno acontecimento que pode ser evitado com previsões do futuro, mas, um contexto bem mais amplo e social que Thomasin falhou em compreender.

Cena de Máquina do Tempo

Emma Appleton e Stefanie Martini em cena de Máquina do Tempo- Divulgação por Pandora Filmes

O amor fraternal de Máquina do Tempo dita o tom da narrativa, tão diferentes e ao mesmo tempo complementares, Thomasin e Martha são respectivamente o cérebro e o coração da história, assim, quando ambas se desentendem, tudo começa a dar errado em uma espécie de efeito borboleta, nos levando a um universo ficcional muito mais sombrio do que aquele que conhecemos hoje, mudando o filme de um entretenimento divertido, para algo bem mais complexo, afinal, a sociedade como um todo apresenta tantas variáveis que muitas coisas conseguem alterar o curso na narrativa histórica, não a toa que a derrota da marinha alemã, levou à invasão aérea da Inglaterra.

Ao final, Máquina do Tempo é um filme bem montado e fotografado, passando uma atmosfera nostálgica e uma brincadeira divertida de acontecimentos fantásticos, caso mudássemos uma pequena coisa na história, o quanto isso mudaria o futuro, e nós mesmos? Com uma boa junção de momentos cômicos na primeira metade do filme e momentos tensos em sua segunda, a produção da Pandora Filmes merece destaque para aqueles que apreciam boas discussões científicas e filosóficas.

FICHA TÉCNICA

Título Original: Lola

País de Origem: Irlanda, Reino Unido

Gênero: Ficção Científica, Guerra

Duração: 79 minutos

Direção: Andrew Legge

Roteiro: Andrew Legge, Angeli Macfarlane

Distribuição no Brasil: Pandora Filmes

Data de estreia no Brasil: 13 de março de 2025

Elenco Principal

Emma Appleton

Stefanie Martini

Theodora Brabazon Legge

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Tags:críticaFilmeMáquina do Tempo
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