Na última quarta-feira, 7 de dezembro, o Rio de Janeiro ganhou um novo equipamento cultural: o Museu do Holocausto, no Morro do Pasmado, em Botafogo. A cerimônia aconteceu pela manhã, somente para convidados, dentre eles sobreviventes do Holocausto.
“Espero que este monumento seja símbolo de luta coordenada contra a apologia ao nazismo e que atue no combate às várias células nazistas existentes hoje em nosso país”, destaca o presidente Associação Cultural Memorial do Holocausto e da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (FIERJ), Alberto David Klein.
Em seguida, leia trechos do discurso de Alberto David Klein:
“O que eu não gostaria que acontecesse nesse Memorial? Não gostaria que se transformasse em agenda política de interesse de determinados grupos, enquanto outros sejam excluídos e discriminados. Que ele não fosse usado, mesmo com exposições temporárias, de forma político-partidária. Esse Memorial precisa ser maior do que tudo isso e devemos blindá-lo, para que sempre beneficie a todos de forma verdadeiramente inclusiva, sendo um símbolo de respeito e coexistência, independentemente de linha política, religiosa ou ideológica.”
“E o que eu gostaria que acontecesse nesse Memorial? Nesta resposta eu incluo um pedido a nossos prefeito (Eduardo Paes, presente na cerimônia) e governador (Cláudio Castro, que foi representado pela Secretaria de Estado da Cultura, Danielle Barros), que este equipamento público seja para a nossa cidade, além de um símbolo de tolerância, respeito à diversidade e à pluralidade, símbolo da luta contra todo e qualquer tipo de discriminação; que nos ajudem frente à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal na aprovação de leis mais duras contra os crimes de ódio; também com a adequação do Marco Civil da Internet nesse enfrentamento. Espero que este monumento seja símbolo de luta coordenada contra a apologia ao nazismo e que atue no combate às várias células nazistas existentes hoje em nosso país. Além disso, espero, também, que município e Estado usem este equipamento, trazendo escolas, servidores civis e militares para uma imersão e conscientização do que pode acontecer quando compactuamos com discursos de ódio, discriminação e preconceito. Cada indivíduo que conseguirmos conscientizar é uma vitória do bem, e esse é o nosso objetivo.”
Por fim, o Memorial do Holocausto vai ser aberto ao público em 2023.