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Crítica

Veneno: Sofi Tukker, Mari Merenda e Sophia Ardessore entregam faixa vibrante

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A dupla Sofi Tukker.

Não esperava nada, mas a verdade é que o “Veneno” de Sofi Tukker é forte. Tem algo que percorre as veias e dá vontade de mexer. Com uma mescla de eletrônico, pop, funk, dance music e belas referências ao carimbó, é como uma injeção de ânimo.

A música é rápida e contagiante. Coloquei para escutar e meus ombros já começaram a se mexer sozinhos, minhas mãos digitavam essa crítica como se bailassem salsa. A canção acabou e repeti, e de novo. A voz de Sophie Hawley-Weld abraça sensualmente.

A união de Sofi Tukker com as artistas brasileiras Mari Merenda e Sophia Ardessore gerou uma faixa realmente vibrante. Tudo começou quando os seguidores da Sofi enviaram um vídeo do TikTok de Mari Merenda & Sophia Ardessore cantando a faixa a capella. Pouco depois, a sinergia artística fluiu dando origem ao um som multicultural inegavelmente potente.

A letra é venenosamente brasileira com uma linha simples – e certeira – de guitarra e uma batida energizante, documentando e compartilhando o processo nas redes sociais.

Sofi Tukker e o Brasil

O lançamento de “Veneno” coincide com a recente visita de Sofi Tukker ao Brasil. A dupla se apresentou no maior estádio de São Paulo ao lado de Kendrick Lamar e Thundercat. Na Semana do Grande Prêmio de Fórmula 1, no Allianz Parque, apresentou “Veneno” com Mari e Sophia no The Noite (um programa de TV noturno brasileiro) e ainda participou da São Paulo Fashion Week, incluindo o desfile da HIST Fashion, vestindo PatBo.

Outo single de Sofi Tukker, “Jacaré”, também apresenta um som altamente dançante e já acumulou mais de 10 milhões de reproduções. Tem uma influência clara de música indiana, pois logo lembrei de “Jay Hanuman” no refrão. Veja só:

Composta por Sophie Hawley-Weld e Tucker Halpern, a dupla Sofi Tukker acumulou mais de um bilhão de reproduções e Discos de Platina e Ouro em cinco continentes. E é compreensível, as canções cativam, pegam pelo quadril. Eles tem talento e visão e acabam entregando uma música globalizada, internacional, que bebe em muitas boas fontes.

Além disso, eles contam com uma comunidade de fãs muito engajada conhecida como “The Freak Fam”.

Em seguida, ouça e entenda o que escrevi sobre o “Veneno” de Sofi Tukker:

Sofi Tukker falou sobre a criação de “Veneno”:

“Acabamos aprendendo muito mais sobre a música original. Ela se chama ‘Rodopiado’ e o gênero é carimbó, que vem do norte do Brasil, no Pará. Nos conectamos com o escritor original, Ronaldo Silva, que nos ensinou muito sobre o Carimbó; foi uma troca tipicamente brasileira na forma calorosa e convidativa como ele e sua família foram. Quando fomos finalizar a música, decidimos escrever um verso em inglês e mencionar o Pará e o carimbó. Também queríamos muito manter a amostra original, então conversamos com Mari e Sophia, que ficaram superanimadas em participar da música conosco. Todo o processo foi extremamente orgânico, quase inevitável. Todos os envolvidos estão muito empolgados com a transformação de alguns vídeos em uma música completa. Foi um processo tão gratificante e mal podemos esperar para que todos ouçam a versão completa”.

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Cinema

Crítica | ‘Pedágio’ tem atuações e direção impecáveis

Novo longa de Carolina Maskowicz estreia nos cinemas em 30 de novembro.

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Pedágio.

Pedágio entra em circuito no dia 30 de novembro. Todavia, ele esteve na programação do Festival do Rio e da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Com roteiro e direção de Carolina Markowicz, tem Maeve Jinkins e Kauan Alvarenga nos papéis principais. Também integram o elenco Aline Marta Maia, Isac Graça e Thomás Aquino, que, mais uma vez, faz par com Maeve (como na série Os Outros).

A sinopse é a seguinte: uma mulher trabalha em um pedágio. Mãe solo, ela faz tudo por seu filho, porém, começa a se incomodar com vídeos performáticos que ele faz para a internet. Achando que uma terapia de conversão possa dar um basta ao que o filho faz, ela começa a juntar dinheiro para pagar uma cura gay ministrada por um famoso pastor internacional. Contudo, a forma que ela faz isso é ilegal.

Por enquanto, fique com o trailer do filme:

Brasil retratado

O filme mostra uma realidade muito comum: até onde uma mãe vai para proteger um filho. No caso, o que essa mãe acha que é proteção. Porque, para ela, colocá-lo em uma terapia de conversão é uma forma de proteção. Portanto, retrata também outra realidade mais comum ainda, infelizmente: o imenso preconceito que ainda existe contra pessoas LGBTQIAP+. E as consequências desse preconceito.

A diretora traz esse tema de uma forma muito original e criativa. Além de todo cenário não ser um que costumamos ver em filmes – todavia, afinal, é um cenário bastante brasileiro -, mostra uma mãe que tem um medo muito grande do que pode acontecer com seu filho em um lugar tão cheio de preconceitos, mas que não isola ou rechaça o filho. O longa também mostra a hipocrisia tão comum entre pessoas preconceituosas, que afirmam que ser gay é errado, mas não hesitam em trair seus companheiros sempre que há oportunidade, sendo que, segundo as regras que seguem, trair é tão errado quanto ir para a cama com alguém do mesmo sexo (enfim, a hipocrisia, não é mesmo?).

Revelação

Pedágio é um filme que consegue passar muito bem sua mensagem. E grande parte disso se dá por causa dos atores. Maeve Jinkings já é grande conhecida do público. Além de atuar em novelas, também participou de longas de renome, como O som ao redor, de Kleber Mendonça Filho, e Boi neon, de Gabriel Mascaro. Espera-se que ela se entregue à personagem, pois o público está acostumado com essa característica da atriz. E é o que ela faz. É possível ver como a mãe retrata ama aquele filho, e manda-lo para a dita terapia não vem de um lugar de maldade. Nem todas as outras coisas que faz. Vem de um lugar de cuidado e proteção extremos, já que, como é comum, ela é tudo que ele tem, mãe E pai.

Os atores Kauan Alvarenga e Maeve Jinkings e a diretora Carolina Maskowicz
em debate sobre o filme no Festival do Rio 2023. Imagem: Livia Brazil.

Contudo, Kauan Alvarengua, que dá vida ao filho, é uma grata surpresa, já que é novato nos longas. O jovem ator mostra um equilíbrio perfeito ao interpretar Tiquinho. Ao conversar com o ator, ele se mostrou muito feliz e chocado com a resposta do público ao filme e à sua atuação. Se continuar nesse caminho, Kauan tem muito a mostrar e a nos surpreender. E obviamente que as atuações incríveis são graças, também, à direção certeira de Carolina Markowicz.

Premiações

Pedágio foi exibido nos festivais de Toronto (Canadá) e San Sebastián (Espanha). Além disso, recebeu o prêmio de melhor filme no Festival de Cinema de Roma (Itália). No Festival do Rio, venceu quatro categorias: melhor atriz (Maeve Jinkings), melhor ator (Kauan Alvarenga), melhor atriz coadjuvante (Aline Marta Maia) e melhor direção de arte. O longa também foi um dos pré-selecionados para a edição de 2024 do Oscar, mas Retratos fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, acabou sendo o escolhido.

A diretora Carolina Markowicz, e o ator Kauan Alvarenga conversaram um pouco comigo sobre a recepção do filme no Brasil e no exterior. Carolina também comentou sobre a mensagem de Pedágio e como é fazer cinema sendo uma mulher. Está tudo no vídeo abaixo.

Ficha técnica

PEDÁGIO

Brasil | 2023 | 101min.

Direção e Roteiro: Carolina Markowicz

Elenco: Maeve Jinkins, Kauan Alvarenga, Aline Marta Maia, Isac Graça e Thomás Aquino.

Produção: Biônica Filmes.

Distribuição: Paris Filmes.

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