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Oloture Por uma vida melhor | Quando uma jornalista vira garota de programa

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Oloture – Por uma vida melhor (Òlòtūré, 2019) é  um drama policial que conta a história de uma jornalista que tenta investigar um esquema brutal de tráfico de mulheres da Nigéria. Para isso, ela se infiltra no meio de prostitutas para conhecer a realidade em que vivem e tentar descobrir os chefes do esquema e seus feitos. No entanto, ela acaba colocando sua vida em risco, tendo que se sujeitar às intempéries de uma vida de exploração, violência e total descaso.

A princípio, ela conhece a rotina das garotas de programa e consegue adentrar em algumas particularidades, o que possibilita facilidades no processo investigativo. Aliás, o filme traz em seu elenco atores e atrizes reconhecidos pelo público nigeriano, como Sharon Ooja, que é a protagonista da saga e mais alguns nomes do cinema. Dentre eles, Beverly Osias, Ada Ameh, Omowumi Dada, Blossom, Chukwujekwu e Omoni Oboli. Oloture – Por uma vida melhor tem direção de Kenneth Gyang, sobre roteiro de Yinka Ogun e Craig Fremont.

Vida na Nigéria

A saber, a Nigéria é um local demarcado por alto índice de trabalho voltado a prostituição devido à péssima condição de vida dos seus habitantes. Possui também um alto índice de desemprego e escassez econômica. Em alguns casos, esse trabalho é visto como uma espécie de escravidão ou servidão, com um mínimo de proteção, moradia e, em troca, se deve atender as exigências, regras e normas de um cafetão/cafetina. Com isso, muitas mulheres acabam se inserindo nesse mercado por cumprirem as exigências estabelecidas por essa troca. Muitas vivem em total insatisfação por se depararem com uma vida não muito atrativa ou com o mínimo de conforto, mas ainda assim, são levadas a cederem aos apelos e imposições de traficantes.

Na Nigéria, especificamente, a quantidade de mulheres que emigram para países europeus é bem elevada e deve haver um investimento para que isso ocorra. As meninas pagam um preço de tabela ou herdam algum tipo de dívida para serem traficadas, e sempre com promessas de ascensão financeira e social.

Oloture – Por uma vida melhor possui uma linguagem bem simples e cotidiana e procura evidenciar a trajetória dessas jovens desde seus lugares de origem até chegarem a seus destinos. O filme tem muitos momentos de tensão devido a brutalidade que se dá no tratamento das nigerianas. Afinal, é algo abaixo ou pior que o tratamento de animais. O filme tem cenas fortes e está em cartaz na Netflix.

Enfim, veja o trailer:

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

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