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Peça teatral ‘Momentos’ está na Mostra Regional de Artes Cênicas do Sesc, em junho

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Peça momentos

A Trupe Teatral Cômicos Anônimos está de volta aos palcos, com a peça teatral “Momentos” na Mostra Regional de Artes Cênicas do Sesc RJ. O espetáculo, criado durante a pandemia, em formato online, foi recentemente adaptado para palco italiano ou semi arena e tem estreia marcada para dia 17 de junho (sábado), às 20h, no Sesc Quitandinha, em Petrópolis. No dia 24 (sexta-feira), a Trupe se apresenta às 19h30 no Sesc Teresópolis e no dia 30, às 19 horas, no Sesc de Nova Friburgo. A classificação etária indicativa é de 16 anos e o grupo recomenda o uso de máscaras durante os espetáculos.

O texto, de autoria da atriz e diretora teatral Daniela Santi, fala de quatro amigas, todas acima dos 50 anos de idade, que se encontram em uma situação inusitada. Depois de tanto tempo sem se ver, relembram histórias, algumas até engraçadas, trocam confidências, de forma leve, e esclarecem rusgas do passado.

Com prosa e poesia, as atrizes em cena Daniela Santi, Nivea Semprini, Scheila Santiago e Verônica Bello expõem as almas femininas de suas personagens, revelando vivências de dor e felicidade; falam sobre sensualidade e sexualidade, do preconceito que ainda nega esse direito às mulheres maduras.

Passa rápido

Para a supervisão da encenação, o SESC convidou a diretora, produtora e atriz Ana Paula Abreu. E por ser a música também um importante elemento nas montagens teatrais, Daniela Santi convidou o músico e integrante da trupe para tocar ao vivo as melodias e sons que criou especialmente para a peça, que tem duração aproximada de 50 minutos, reunindo 15 momentos diferentes, um espetáculo indicado para pessoas a partir dos 16 anos.

Segundo Daniela, “a peça pretende mostrar que a vida passa rápido demais e como é importante ter na memória momentos vividos em épocas diferentes. É o que vivemos ontem que se transforma no que é vivido hoje. Voltar ao passado, para quem tem mais de 50 anos, é uma boa reflexão sobre uma época frutífera, que a nossa geração representa uma mudança na história quando o assunto é preconceito, libertação sexual e luta pelo prazer”. E acrescenta: “é uma provocação aos jovens, em especial, para conhecerem como surgiram muitos dos direitos que são usufruídos hoje. Nossa geração viveu a ditadura na pele e essa ‘época ruim’ perdurou até os anos 80”.

Serviço:

Mostra Regional de Artes Cênicas do Sesc

Peça Teatral “Momentos”

com a Trupe Teatral Cômicos Anônimos

17 de junho (sexta-feira), às 20h – Sesc Quitandinha (Avenida Joaquim Rolla, 2 – Quitandinha, Petrópolis)

24 de junho (sexta-feira), às 19h30 – Sesc Teresópolis (Av. Delfim Moreira, 749 – Várzea)

30 de junho (quinta-feira), às 19h – Sesc Friburgo (Av. Pres. Costa e Silva, 231 – Centro

Classificação etária indicativa: 16 anos.

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Crítica

Benjamin, o palhaço negro | Uma homenagem ao primeiro palhaço negro do Brasil

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Parece até piada que notícias como a do racismo sofrido pelo jogador de futebol Vini Jr. ou um aplicativo que simula a escravidão tenham saído enquanto “Benjamin, o palhaço negro” está em cartaz. Infelizmente não é. Assim como não é piada e nunca deveria ser considerada como uma as coisas que um certo “humorista” disse no vídeo que, com razão, foi obrigado a ser retirado do ar. Infelizmente, a luta contra o racismo continua, desde a época em que Benjamin de Oliveira viveu, de 1870 a1954. Cem anos e as atitudes dos racistas continuam iguais! É um absurdo!

Mas sabe o que mudou? O combate. Como fica bem óbvio no texto do musical, agora não se sofre mais calado. Agora há luta. Agora há regras, há leis, os racistas não vão fazer o que querem e ficar por isso. As pessoas pretas vão exigir o seu lugar de direito e o respeito de todos. Já está mais do que na hora, né?

Mas estou me adiantando para o final da peça. Vamos voltar ao começo.

Quem foi Benjamin de Oliveira?

Benjamin de Oliveira foi o primeiro palhaço negro do Brasil, em uma época em que pessoas pretas não eram aceitas ou bem-recebidas no mundo do entretenimento (e no mundo como um todo, sejamos sinceros). Além disso, ele foi o idealizador e criador do primeiro circo-teatro. Mas por que, então, não conhecemos a história dele?

Por que vocês acham?

Como os atores dizem no início do musical idealizado por Isaac Belfort, a história do circo foi embranquecida, assim como todas as histórias que aprendemos. A peça vem, portanto, para contar a história verdadeira e colocar luz em cima de quem deveria, desde sempre, ter ganhado os louros de sua invenção. Em um espetáculo intenso, sensível e moderno, o público aprende sobre quem foi Benjamin e, também, a valorizar os artistas negros atuais e da nossa história. Mostrando, assim, pra quem tinha dúvidas, quanta gente preta de talento existe e sempre existiu. Só falta, como disse Viola Davis, oportunidade.

O espetáculo

No palco, cinco atores. Eles se revezam para interpretar Benjamin, uma sacada ótima. Uma sacada que faz todo mundo querer se colocar no lugar daquele personagem. Uma sacada que faz qualquer um não conseguir não se colocar no lugar daquele personagem. E sentir todas as dores que ele sentiu. Para pessoas brancas, como a jornalista que vos fala, que nunca vão saber o que é sofrer o racismo na pele, é um toque certeiro pra empatia. Mesmo que forçada, aos que até hoje tentam ignorar esse mal da nossa sociedade. É necessário.

Outra sacada ótima foram os toques de modernidade ao longo de todo o roteiro, muito bem escrito. Colocar personagens da época de Benjamin agindo como os jovens tiktokeiros e twitteiros de hoje foi primordial pra facilitar a identificação. Mesmo para quem não conseguiria fazer a paridade entre a época outrora e os tempos atuais, o roteiro faz questão de não deixar dúvidas. E fica impossível não reconhecer algumas das personagens mostradas no palco. O espectador vai, na hora, conseguir lembrar de alguém que já conheceu ou viu passar pela internet. Ou vai pensar em si mesmo. E é aí que mora a chave do sucesso da peça: porque o reconhecimento traz a mudança (ou assim se espera).

Um elenco de se tirar o chapéu

Os cinco atores – Caio Nery, Elis Loureiro, Igor Barros, Isaac Belfort e Sara Chaves – sabem muito bem o que estão fazendo. Dão show em cima do palco. Cantam, atuam e se movimentam de forma emocionante. A cenografia ajuda, claro. Assim como a iluminação. E a coreografia. O espetáculo é apresentado em um espaço pequeno, que ajuda ao espectador se sentir dentro da peça. E a força com que cada elemento está em cena – atuação, música, iluminação, cenário – torna difícil não sentir cada cena como se estivesse acontecendo com si mesmo.

Preciso, porém, destacar dois dos atores: Caio Nery e Sara Chaves. Todos em cena estão visivelmente entregando tudo e fazem um espetáculo lindo de se ver. Mas Caio e Sara sobressaem. Destacam-se por ser possível enxergar a emoção por trás dos personagens, e deixarem a peça ainda mais forte e bonita. São dois jovens atores de 20 e poucos anos que, com certeza, ainda vão longe!

Curtíssima temporada

Se você se interessou em assistir “Benjamin, o palhaço negro”, corre! O espetáculo ficará em cartaz somente até o dia 28 de maio, esse domingo. Como mencionado anteriormente, o espaço é pequeno, portanto os ingressos esgotam rápido. Essa não é a primeira vez que o musical fica em cartaz no Rio de Janeiro. Ano passado teve sessão única em novembro e uma curta estadia em São Paulo. Isso porque é uma peça independente. O que resta ao público, além de assistir às sessões do final de semana, é torcer para conseguirem mais patrocínio para seguirem com essa peça tão importante por mais tempo.

Serviço

Benjamin, o palhaço negro

Onde: Espaço Tápias (Av. Armando Lombardi, 175 – 2º andar – Barra da Tijuca).

Quando: 27 e 28 de maio (sábado e domingo), às 20h.

Idealização e produção: Isaac Belfort

Direção geral e músicas: Tauã Delmiro

Direção musical e músicas: Peterson Ferreira

Coreografia: Marcelo Vittória

Design de luz: JP Meirelles

Design de som: Breno Lobo

Direção residente: Manu Hashimoto

Direção de produção: Sami Fellipe

Coprodução: Produtora Alada

Realização: Belfort Produções e Teçá – Arte e Cultura

Crédito da foto: Paulo Henrique Aragon

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