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Por Elas
EspetáculosCrítica

Por elas | Crítica

Por
Livia Brazil
Última Atualização 25 de janeiro de 2024
8 Min Leitura
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foto de Stephan Solon
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Reunião de grupoEstrutura híbridaPouco que diz muitoMúsicasServiçoPor fim, leia mais:

Escrito e idealizado por Eline Porto, Por elas é potência feminina em cima do palco do teatro. A peça musical conta a história de mulheres. De mulheres específicas, mas também de todas as mulheres. Interpretadas por cinco atrizes, as personagens são avós, mães, filhas, tias e namoradas que foram importantes para cada uma das relatantes. Mas, também, são todas a mulheres que assistem. E também as que não assistem. São as histórias de tantas espalhadas pelo Brasil e mundo afora. Por isso emociona tanto, porque há identificação.

Reunião de grupo

O musical começa com uma das personagens contando a história de sua avó. Jana Figarella interpreta quem conta; Eline Porto personifica a avó. Ela conta a importância da avó em sua vida e como a música fez parte desse relacionamento. Como as canções costuraram sua infância e a fazem relembrar de sua essência. É uma mistura de relato com ficção, a medida que as duas interpretam as cenas que Jana conta.

A partir de então, o público percebe que está diante de uma espécie de reunião de grupo. E, aos poucos, percebe que também faz parte dessa reunião. É parte ativa, mas somente se quiser (não é teatro interativo, fiquem tranquilos os tímidos). Uma a uma vai contando sobre as mulheres que fizeram parte de suas vidas. A mais importante delas. E como elas marcaram e a fizeram ser como são. Isso instiga o público a pensar em suas próprias inspirações. Nas mulheres que lhes moldaram. Nas mulheres que lhes ensinaram. Na beleza – e também dificuldade – de ser mulher.

Estrutura híbrida

Ao mesmo tempo em que a plateia se encontra com essas mulheres apresentadas, e as músicas que as compõem, ela também é apresentada a pequenas esquetes que costuram muito bem a peça. Talvez como forma de acalmar os corações do espectador, que se emociona com as apresentações musicais e com as histórias contadas, essas esquetes servem como um momento de respiro. A calmaria entre a sensação exacerbante, já que, em sua maioria, são cômicas.

Porém, apesar disso, não deixam de criticar e instigar o público à análise. Em nenhum momento, mesmo nos mais engraçados, o texto de Eline deixa de fazer quem está presente parar de reconhecer como é difícil a vida da mulher na sociedade em que vivemos. Os assédios, as “brincadeirinhas” sem graça, a falta de respeito e a não valorização das ideias das mulheres, está tudo ali. Porém, estão de mãos dadas com a beleza de ser mulher: poder ser sensível, poder abraçar, poder ter sororidade.

A peça deixa claro que só alcançaremos algo, principalmente em uma sociedade tão machista, se unidas. O texto, com alfinetadas em locais certos e carinhos quando devem aparecer, é extremamente bem construído. E se mostra com completude com a direção certeira de Stella Maria Rodrigues e as atuações – e lindas vozes – de Eline Porto, Estrela Blanco, Jana Figarella, Marya Bravo e Suzana Santana.

Pouco que diz muito

A peça é composta de uma cenografia muito reduzida. Além das cinco atrizes e três musicistas, somente cadeiras e um lenço compõe o cenário. Os figurinos também são bem simples, composto de blusas e camisas largas de tons terrosos. A iluminação ajuda a desenhar as cenas. Esse minimalismo acontece porque o foco são as histórias. São as mulheres. E, apesar disso, é possível, sem problema algum, enxergar as cenas descritas pelas personagens. Não é preciso muito quando a história tem qualidade. O público não precisa de nada para distrair, e assim ele consegue ficar imerso em cada uma das mulheres.

Falando em lenço, o lenço citado acima é usado como objeto de ligação. É ele que passa nas mãos da personagem que faz seu relato e da atriz que interpreta a mulher importante da vida dessa personagem. Ele se transforma em vários objetos diferentes, mas o ponto principal é que, na verdade, ele é o elo que liga todas as mulheres. É um chamado para as mulheres se unirem.

Músicas

Esse é um musical que até quem não gosta de musical vai gostar. Isso porque as músicas escolhidas fazem parte do repertório musical brasileiro. Elas estão ali como mais um elemento para contar a história e ajudam a construir a narrativa. Fazem sentido. E são homenagens lindas a grandes cantoras que temos e tivemos no Brasil. Há músicas cantadas por Cássia Eller, Rita Lee, Elis Regina, Elba Ramalho, Pitty, e tantas outras cantoras incríveis que nosso país tem. E também algumas de fora, como Whitney Houston e Etta James. Os momentos em que Suzana Santana canta At last e I have nothing são dois dos mais emocionantes da peça.

Todavia, mostrar ao público como nosso país é tão rico musicalmente é um dos grandes pontos altos do musical. Além, é claro, de poder observar de perto a elegância com que cada uma das atrizes interpreta e solta suas vozes. É um musical de excelência.

Por elas fica em cartaz até o dia 4 de fevereiro no teatro Clara Nunes, no Shpping da Gávea. O objetivo é visitar vários estados e cidades do país, levando a música de mulheres para encontrar novas histórias. Se eu fosse você, ficaria de olho nas datas e não perderia por nada!

Serviço

Local: Teatro Clara Nunes – Shopping da Gávea (R. Marquês de São Vicente, 52 – Loja 370 – Gávea, Rio de Janeiro)
Sessões:12 de janeiro a 04 de fevereiro de 2024
Sextas e Sábados às 20h30 e Domingos às 19h
Valor: Plateia R$ 120 (inteira) R$ 60 (meia) | Balcão R$ 95 (inteira) R$ 47,50 (meia)

Venda de Ingressos: Bilheteria local (sem taxa de conveniência) ou site da Sympla
Duração: 1h30
Classificação: 12 anos

Por fim, leia mais:

‘Por Elas – Um Musical sobre a força do canto feminino’ chega ao Teatro Clara Nunes

‘Libertas – um jogo cênico’, peça de teatro aborda busca pela liberdade e igualdade

‘Antes do Ano que Vem’ diverte enquanto reflete sobre saúde mental, entenda

Tags:musicalpeçaTeatro
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PorLivia Brazil
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Escritora, autora dos livros Queria tanto, Coisas não ditas e O semitom das coisas, amante de cinema e de gatos (cachorros também, e também ratos, e todos os animais, na verdade), viciada em café.
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