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Literatura

Prêmio Machado DarkSide anuncia seus ganhadores

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Prêmio Darkside

A DarkSide® Books é a primeira editora brasileira inteiramente dedicada ao terror, fantasia e suspense. E anuncia nesta sexta-feira 13 os ganhadores do 1º Prêmio Machado Darkside de Literatura, Quadrinhos e Outras Narrativas.

A saber, foram mais de cinco mil inscrições em um período de dois meses. A Comissão Avaliadora da editora chegou a um veredito para premiar criadores nacionais em cinco categorias com 100 mil reais, contratos editoriais, e um troféu dark muito especial.

“O Prêmio Machado alcançou um número muito maior do que esperávamos e de enorme relevância dentro de um mercado em transformação”, diz Christiano Menezes, diretor editorial da casa.

Afinal, os vencedores do 1º Prêmio Machado DarkSide:

romance/contos // porco de raça, por bruno ribeiro

Uma distopia humana, sombria, visceral, potente, violenta, e repleta de horror. Na obra, acompanhamos um professor negro, falido, preso a uma cadeia de acontecimentos inescapáveis. Dessa forma, cai numa jornada rumo a própria degradação física e psicológica, a partir do momento em que é capturado, confinado e obrigado a fazer parte de um ringue de lutadores formado por párias sociais digladiando-se a gosto de espectadores da alta social.

Bruno Ribeiro (Campina Grande, PE) funde e distorce vários gêneros e subgêneros — da ficção pulp ao revisionismo histórico —, compondo um enredo que combina entretenimento com crítica social dura. Em meio a esse mapa movediço de gore, niilismo e visões estranhas, ainda oferece uma abordagem muito íntima e complexa sobre ancestralidade, legado, apagamento e racismo.

quadrinhos // aurora, por rafael calça & diox

Uma graphic novel sensível e emocionante que mostra as batalhas e conquistas de três gerações de mulheres de uma família. Conduzidas pela força e luta da avó, Aurora, que trabalha como empregada doméstica desde os 10 anos de idade. Enfim, a história é feita de sorrisos, dores e dramas que transformarão os leitores de maneira poderosa, e foi inspirada nas jornadas pessoais das avós, mães e tias dos quadrinistas Rafael Calça e Diox (São Paulo, SP), que, aliás, também se dedicaram arduamente para que os filhos pudessem estudar e conquistar uma vida melhor.

outras narrativas // dores do parto, por jessica gonzatto

O projeto vencedor da categoria Outras Narrativas é o roteiro do curta-metragem de horror Dores do Parto, de Jessica Gonzatto (São Paulo, SP). Com uma ambientação poderosa e personagens marcadas pelas decisões tomadas no passado, o curta aborda o lado sombrio da maternidade com elementos metafóricos e sensoriais para contar uma história de egoísmo, assassinato e manifestação da psique.

desenvolvimento de projetos // imaginários pluriversais, por isa e pétala souza

As irmãs Isa e Pétala Souza (São Paulo, SP), criadoras de conteúdo no Instagram @afrofuturas, pautadas na decolonialidade em contextos de raça, gênero, classe e representatividade e articuladoras do movimento #LeiaRepresentatividade, são as contempladas com a mentoria para expandir Imaginários Pluriversais: Narrativas Representativas na Ficção. Ou seja, um estudo que traz um panorama teórico para organizar e amadurecer os significados dos aspectos da representatividade na criação literária, construindo diálogos socialmente transformadores através da literatura.

não ficção // o monstro no cinema, por alex barbosa

Alex Barbosa (Itabuna, BA), doutor em Cinema, Arte e Cultura Contemporânea pela UERJ apresentou um estudo aprofundado da figura do monstro no audiovisual, de suas origens ao cinema contemporâneo. A obra coloca a DarkSide ainda mais próxima do ambiente acadêmico que vem moldando novos profissionais fundamentais para a formação de uma nova geração de cineastas brasileiros de horror.

Menção Honrosa para Influenciadores Literários

A DarkSide® Books e seus parceiros reconhecem a enorme importância de todos os influenciadores literários para o desenvolvimento da nova geração de leitores. Sendo assim, o 1º Prêmio Machado Darkside contou com uma categoria especial para homenagear estes profissionais que ajudam a propagar o amor pelos livros.

A primeira edição do prêmio recebeu a inscrição de 240 influenciadores espalhados por todos os estados do país. Assim, a Comissão Avaliadora selecionou os 30 perfis inscritos mais atuantes para que o público pudesse escolher os seus favoritos. De 15 de outubro e 10 de novembro de 2020, os 30 finalistas da categoria receberam mais de 18 mil votos.

A Menção Honrosa do 1º Prêmio Machado Darkside vai para: Adriana Cecchi, a Redatora de Merda; Milho Wonka e Lana Burns, do canal Freak TV; Pedro Pacífico, o @Book.ster do Instagram; Lucas Barros, do canal Fala, Lucas!; e Dayrealt Azevedo, do perfil @FunkeirosCults, no Instagram.

Posteriormente, os 5 influenciadores celebrados com a Menção Honrosa receberão um troféu do 1º Prêmio Machado Darkside e uma surpresa caveirosa.

Por fim, a segunda edição do Prêmio Machado DarkSide ainda não tem data para acontecer, mas está confirmada para o ano de 2021. Você pode conferir todos os ganhadores no site premiomachado.com.br.

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Literatura

‘Princesa Violeta’ | Resenha por Paty Lopes

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Princesa Violeta.

Penso que essa leitura tem muito a dizer sobre o futuro das mulheres em nossa sociedade, principalmente diante do que estamos atravessando em todo o território brasileiro. Temos que lembrar que essa mulher que sofre violência hoje, um dia foi uma menina. O mesmo pode-se dizer do homem agressor. Ele também um dia foi um menino. Pergunto, portanto: qual foi a base educacional deles? O que leram? Qual o caminho que os orientaram a seguir um dia?

Embora tenhamos um livro com uma protagonista princesa, a leitura também educa o menino a respeitar os sentimentos de uma mulher. O que deveria acontecer quando uma mulher, por exemplo, resolve romper uma relação, seja esse o motivo que for? Assim, todavia, fica livre para viver a vida dela, o que sabemos que muitas vezes não acontece.

Diversidade

Veralinda Menezes é a autora do livro. Como mãe, traz aos leitores mirins a primeira princesa negra da literatura brasileira e o primeiro conto de fadas com personagens negros. Além disso, os descreve com delicadeza. Quando sua filha não pode ser princesa em uma brincadeira, devido ao seu tom de pele bombom, a autora percebeu a importância dessa comunicação. Assim, o livro chegou em 2008, e volta após 16 anos com uma edição especial, o que merece ser comemorado.

Interessante é como a autora trouxe a miscigenação brasileira, trazendo tons de pele ligados a doce de leite e chocolate, doces que crianças adoram.

Enredo

Um belo conto de fadas de muita ação, cujo protagonismo está na força da figura feminina e o toque de encantamento está na mistura de seres humanos, seres mágicos, reis, rainhas, fadas, guerreiros e piratas, heróis e heroínas que se juntam na luta do bem contra o mal.

Uma princesa guerreira à frente de um exército é revolucionário. Coloca, assim, as mulheres no imaginário coletivo desde a infância, em um espaço de poder que influencia a sociedade e suas futuras relações familiares, sociais e econômicas.

Focado na diversidade e no resgate de valores, também ensina o cuidado e o respeito à natureza e aos mais velhos. A inovação estética com personagens protagonistas negros, representando a maioria da população de um país nem tão distante, é um grande diferencial. Ele fica por conta do traço naturalista do talentoso ilustrador gaúcho Rogério M. Cardoso. Criado para ser um clássico da literatura, Princesa Violeta, em suas versões em prosa e em poema, encanta as crianças de todas as cores e de todas as idades do Brasil, na literatura, no teatro e na música.

O livro apresenta músicas da autora que também colam no ouvido, o velho chicletinho.

Por que ler o livro para uma criança?

Vivemos em um país de forte patriarcado. O machismo ainda permeia no seio da sociedade. Portanto, educar é necessário. Tentar romper essa cultura deve ser uma luta de todos. No livro, a princesa escuta que o pai dela queria um filho homem. Depois, um dos súditos, um dos chefes da guarda real entende que a princesa Violeta deveria se casar com ele, por ter a ensinado a lutar. São situações na contramão dos dias atuais, onde nós, mulheres, fazemos nossas opções, como a princesa do livro fez, no entanto, ainda pagamos um preço alto por nosso posicionamento.

Observei também que no livro não há questões raciais em pauta, apenas protagonistas negros. Inclusive, há príncipes de pele alva que tentam casar-se com a princesa, assim como antagonista negro também. A vida é mesmo assim, está tudo ilustrado através dos desenhos coloridos.

Conclusão

Levar crianças negras a entenderem que podem ser princesas e fadas é um bom trabalho de autoestima e merece ser exercitado todo o tempo.  Não é mais possível aceitar somente a história da Cinderela da Disney – embora eu adore. Contudo. confesso que fiquei mais animada quando chegou a  Pocahontas, pois esse desenho falava muito mais sobre mim.

Observei que a leitura tem mais de um desdobramento, o que penso ser bem diferente. Geralmente, o conflito é um só, mas Veralinda, como mulher, sabe que as nossas lutas são diversas.

Longe da bipolarização hierarquizante em preto e branco, como disse o professor Kabenguele Munanga, antropólogo, a autora entende mesmo do Brasil atual. Seguiu, paralela às estúpidas verdades adultas, a realidade da vida por meio de uma linguagem infantil apropriada, cheias de fadas e mágicas!

Ficha Técnica

PRINCESA VIOLETA

Autora: Veralinda Menezes
Editora: Editora Príncipes Negros
Preço: R$ 24,46
Onde encontrar: Amazon

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