Com a chegada das férias e das festas de fim de ano, um perfil de viajante vem se destacando cada vez mais no mercado turístico: o público 60+. Com maior autonomia, estabilidade financeira e interesse por experiências personalizadas, os longevos assumem papel central na redefinição das tendências do setor e influenciam diretamente a forma como destinos, hotéis e agências estruturam seus serviços.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a população mundial com 60 anos ou mais deve ultrapassar 1,4 bilhão de pessoas em 2030, chegando a 2,1 bilhões até 2050. No Brasil, projeções do IBGE indicam que, em 2050, quase 30% da população será composta por idosos, o equivalente a 66,5 milhões de pessoas. Já dados do Ministério do Turismo apontam que esse público representa cerca de 15% dos turistas domésticos e 10% dos viajantes internacionais do país.
Esse crescimento se reflete em um novo comportamento de consumo. “O viajante maduro busca conforto, segurança e autenticidade. Ele quer aproveitar a vida com qualidade e valoriza serviços que entendam suas necessidades reais”, afirma a médica geriatra Polianna Souza, cofundadora do canal Longidade. De acordo com ela, o público 60+ passou a exercer influência direta sobre o posicionamento de marcas, agências e políticas públicas ligadas ao turismo.

Um exemplo dessa movimentação é o lançamento do programa Turismo 60+, anunciado recentemente pelo governo de São Paulo. A iniciativa promove a inclusão social de pessoas acima dos 60 anos ao oferecer viagens gratuitas para que esse público conheça destinos e atrativos do estado, reforçando o potencial econômico e social do segmento.
Para Jotta Junior, especialista em neurocomunicação e também cofundador do Longidade, o envelhecimento ativo está diretamente ligado à forma como essa geração se relaciona com o mundo.
“A nova geração 60+ envelhece de forma diferente. Eles querem conhecer culturas, viver experiências exclusivas e aproveitar boa gastronomia, mas sempre com atenção à saúde, ao bem-estar e à qualidade dos serviços”, destaca.
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Entre as principais tendências que atraem esse público estão as viagens no formato slow travel, que priorizam desaceleração e conexão com o destino; roteiros gastronômicos e culturais; destinos voltados à natureza; e hotéis com infraestrutura de bem-estar. Serviços personalizados, facilidade de locomoção, acompanhamento especializado e atendimento humanizado também aparecem como diferenciais decisivos na escolha das viagens.

Para o setor, a confiança e a clareza na comunicação se tornaram fatores estratégicos. Empresas que conseguem oferecer experiências sob medida e atendimento sensível às demandas do viajante maduro tendem a conquistar esse público de forma mais consistente.
“O turismo é uma das formas mais ricas de promover saúde emocional e sociabilidade na longevidade. Viajar amplia repertórios, fortalece vínculos e reduz o isolamento, que ainda afeta muitas pessoas após os 60 anos”, reforça Polianna Souza.
Com comportamento cada vez mais ativo e consciente, o público 60+ não apenas viaja mais, como também redefine padrões, mostrando que longevidade e protagonismo caminham juntos no novo mapa do turismo.



